༄Beijo Revigorante.

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Arf! Arf! Arf! Arf!

Sua respiração ofegante era ruidosa e ecoava audivelmente pelo local aberto na qual se encontrava. Sua pele brilhava contra a luz do sol e tremores visíveis atacavam seu corpo.

Muito... rígido.

Pensou, seus olhos embaçando.

Certamente a personificação da disciplina implacável em gente.

Com um suspiro longo e arrastado, você tentou controlar sua respiração, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca lentamente — e falhando miseravelmente. Ainda sentia falta de oxigênio o suficiente —, seu coração tamborilava tão forte no peito que você sentia-o vibrar e preocupou-se com a possibilidade de não ser a única capaz de ouvir o quão assustadoramente alto ele batia.

O suor escorria pela sua face, traçando um caminho tortuoso pelas maçãs do rosto até o queixo, onde pingava no solo em gotas quentes e pesadas. A floresta se estendia à sua volta como um mar verde sob o sol escaldante do meio-dia. Raios de luz penetravam a copa das árvores, salpicando o chão de manchas douradas que contrastavam com à terra úmida e escura, criando um mosaico de luz e sombra no solo coberto de grama rala.

O sol da tarde pairava no alto do céu, banhando a floresta aberta em uma iluminação impiedosa e quente. No centro da clareira, você respirava ainda com dificuldade. Seus músculos protestavam em cada movimento, cada fibra do seu corpo implorando por descanso.

Hematomas arroxeados pontilhavam seus braços e pernas, lembretes dolorosos da intensidade do treinamento. Mas você não se importava com a dor. Seus olhos, cansados e opacos, porém cheios de determinação, estavam fixos em um ponto distante na floresta, onde a figura imponente de Pain a observava em silêncio, completa e incrivelmente imóvel.

Com um movimento rápido, você ergueu a kunai, voltando a se posicionar de forma defensiva. Pronta para recomeçar a sessão de trenagem que estava tendo há mais de 4 horas com o temível líder da organização criminosa mais perigosa do mundo ninja: a Akatsuki.

Bom... é claro que essa era uma situação bem peculiar, afinal, não era do feitio de Pain treinar os membros da Akatsuki, mas você era uma exceção — e uma das grandes.

Já fazia alguns dias desde que vocês haviam estabelecido uma rotina de treinos pesados e difíceis, que consistiam de você ir até o seu limite lutando contra cada um dos 6 caminhos de Pain e tentando ultrapassá-los (algo que se mostrara bastante desafiador). Já fazia, de fato, uma semana desde que você pediu para ele te ajudar a melhorar no combate, e que ele — por incrível que pareça — aceitou.

Verdade seja dita, você era... um espécime raro. Seu chakra, seus jutsus, seu kekkei genkai, até mesmo seu clã, eram algo que ia além da compreensão de qualquer ser vivo da geração atual (e da passada também!). Não existia em lugar algum qualquer informação sobre as habilidades que lhe foram hereditariamente abençoadas, quem dirá do clã ao qual pertencia em si! Você era uma baita caixinha de surpresas para todos com a qual lutava, e é claro que Pain enxergou muito potencial em você.

Você era um diamante bruto que estava sendo ocultado pela falta de confiança e conhecimento nas próprias habilidades, necessitava de alguém para lapidá-la, e ele estava mais que disposto a fazer isso.

Você era preciosa demais para ser desvalorizada, para se desvalorizar apenas por não entender e nem conhecer seu verdadeiro potencial.

Não que você fosse fraca, é claro. Nem sequer estaria na Akatsuki se o fosse. Você era uma renegada consideravelmente forte e perigosa, bastante conhecida por entre os shinobis, mas acontece que você era mais, bem mais do que deixava transparecer. Pain sabia disso, fora preciso apenas alguns dias a observando de longe para o descobrir.

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑛𝑑𝑜 𝐵𝑒𝑖𝑗𝑜𝑠→𝐴𝑘𝑎𝑡𝑠𝑢𝑘𝑖 𝑥 𝐿𝑒𝑖𝑡𝑜𝑟𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora