༄Beijo Melado.

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Onde está aquele infeliz?!?!?!

Abrindo a porta e adentrando o quarto da pousada em uma marcha irritada e preocupada, você olhou ao redor, fazendo uma breve inspeção na esperança de encontrar outra pessoa além de si mesma naquele local. Para o seu infortúnio, no entanto, não havia um sinal sequer da presença de mais alguém.

Botando as mãos na cintura, você bufou, fazendo com que os fios de cabelo que adornavam perto da sua boca flutuassem para cima em um desvio animado.

Como, era o que se perguntava, como seu parceiro de missão conseguiu a proeza de se perder de você e simplesmente sumir sem deixar rastros?! Ele não podia simplesmente sair se descuidando pela vila, vocês precisavam manter o foco na missão e isso incluía não arranjar mais bagunça do que o necessário.

Aborrecida, bateu a palma da mão na testa. Pensando em inúmeras maneiras de esquartejar o objeto de seus mais vis xingamentos naquele instante assim que botasse os olhos nele.

Caminhando até a escrivaninha mais próxima, você acendeu uma vela despejada lá e iluminou o quarto escuro e frio com aquela única e pequena fonte de fogo, assustando a escuridão que antes engolia as paredes e fazendo-a se afastar instantaneamente.

Com um suspiro, você puxou seu manto da Akatsuki para baixo, abrindo o zíper e então deixando que o tecido preto e macio deslizasse por seus ombros. Ao tirá-lo completamente, dobrou-o em seus braços e virou-se de costas para a escrivaninha, jogando a roupa em cima da sua cama.

Ela caiu de forma suave, mas a leve ventania que sua queda causou fez com que um papel abandonado acima da cama e não reparado antes subisse vôo e rodopiasse graciosamente até cair no chão, chamando sua atenção.

Suas sobrancelhas se ergueram quando você notou que esse tempo todo havia um papel ali. Agachou-se rapidamente e o pegou, desdobrando-o para ver seu conteúdo.

Apertando um pouco os olhos para enxergar mesmo com tão pouca luz iluminando o local, você foi capaz de perceber que letras haviam sido desenhadas de forma desajeitada na superfície do objeto, por uma tinta preta que contrastava fortemente contra o branco da folha. Era um bilhete.

Ergueu-se e aproximou-se da vela, inclinando ligeiramente o bilhete na direção dela com todo o cuidado para que não acabasse botando fogo no papel, e apenas o suficiente para conseguir ler o que tinha sido escrito nela.

"Me encontre na praça central."

Era a única coisa que estava escrito. Erguendo uma sobrancelha, você analisou o verso da folha para ver se tinha mais, mas estava tudo em branco. Voltou a fitar, então, a frase.

Aquela caligrafia... não tinha para onde, ela era certamente de seu parceiro, aquele garrancho registrado era inconfundível.

Dobrando o papel de novo, você o colocou na escrivaninha e molhou o indicador e o polegar com sua língua, apagando a chama da vela com os dedos úmidos logo depois e se retirando do quarto.

Você sabia onde era a praça central, afinal, já fazia alguns dias que vocês dois haviam se infiltrado naquela vila e sempre passavam por ela, de modo que ao sair da pousada, encaminhou-se para lá sem dificuldades.

[...]

A noite caía sobre a vila como um manto de veludo, envolta em um silêncio quase palpável. As estrelas, como diamantes espalhados pelo céu negro, cintilavam com um brilho intenso, iluminando a paisagem com sua luz suave e prateada. A lua cheia, majestosa e redonda, dominava o céu, banhando tudo com seu luar pálido e etéreo.

As casas da vila, aconchegadas umas nas outras, já estavam adormecidas, com suas luzes apagadas e janelas fechadas. Apenas alguns poucos lampiões ainda brilhavam fracamente, lançando longas sombras que dançavam nas ruas estreitas e de paralelepípedos.

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑛𝑑𝑜 𝐵𝑒𝑖𝑗𝑜𝑠→𝐴𝑘𝑎𝑡𝑠𝑢𝑘𝑖 𝑥 𝐿𝑒𝑖𝑡𝑜𝑟𝑎Onde histórias criam vida. Descubra agora