Com amor, para sempre - Spin-off da Série MBCD

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S T A C E Y

Me arrastando de volta para você
Já pensou em ligar quando você está bêbada?
Porque eu sempre penso
Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu
para me apaixonar por outra pessoa
Agora pensei bem sobre isso
Me arrastando de volta para você
Do I Wanna Know - Arctic Monkeys

🍸

Minha cabeça parece pesar oito quilos quando me levanto da cama.

A primeira coisa que vejo é o travesseiro borrado de maquiagem e que acabei dormindo com a mesma roupa da noite anterior. Começo a olhar em volta do quarto e pisco várias vezes.

Não é o meu quarto.

De repente, ouço uma voz familiar que vem do outro cômodo. Tento me lembrar que droga pode ter acontecido pra vim parar aqui.

Esquecendo da dor de cabeça dou um pulo da cama e começo a ajeitar meu cabelo, passando a mão pelo rosto e recordando apenas de poucos detalhes.

Bar. Ligação. Alex. Moto. Ameaça de jogar meus sapatos no lixo. Dormir.

Olho para bancada e vejo um copo de água com um comprimido para dor. Ou talvez seja morfina em comprimido também. Talvez — agora que acabei de passar a maior vergonha da minha vida — morrer seja a melhor opção.

Ainda assim, a dor é tão irritante que tomo o remédio e bebo toda água. Em passos lentos, vou seguindo o som da voz dele. Sinto meu rosto esquentar de vergonha.

Alex está de costas, sem camisa e usando apenas uma calça moletom cinza. 

Todos os meus neurônios estão queimados agora. Ele segura o celular pendurado no ombro e continua conversando, nem notar minha presença.

E como assim ele vai tanto assim na academia? Eu pensei que fosse um nerd babaca viciado em números. Não é possível que tenha conseguido todo esse corpo apenas estudando.

— Sim, mãe. Já entendi, pode deixar que eu vou assim que terminar a aula. — Alex fala, mexendo algo no fogão. Pelo cheiro parece ser panquecas. — Pode deixar. Tchau, mãe. Sim, eu te amo. Certo. Entendi. Ok. Até mais. — Por fim, tira o celular do ouvido e coloca na bancada.

Eu continuo como uma estátua parada no meio da sala, com toda visão para a cozinha e das costas dele. Caramba, preciso esquecer dessas costas. Eu o odeio.

— Vai ficar parada aí? — Percebe enfim que estou aqui.

— Pode me dizer aonde fica o banheiro? — Falo pela primeira vez naquele dia.

— No corredor, a direita. — Respondeu rápido, focado em fazer o café da manhã.

Eu sigo naquela direção e lavo meu rosto, passando o sabão líquido para tirar a maquiagem. Logo vai começar a aparecer uma trilha de espinhas.

Abro as gavetas, procurando uma escova de dentes nova para usar. Sei que estou sendo intrometida, mas quem liga? Não tem nada pior do que o hálito de manhã.

Consigo encontrar uma escova na embalagem e pego a pasta, começando a escovar os dentes. Assim que termino, prendo meu cabelo em um coque e conto até dez.

Ajeito o meu vestido rosa de alças finas, tentando não parecer tão ridícula.

Quando volto para sala, Alex se vira pra mim, segurando a frigideira e colocando a panqueca no prato. Oh meu Deus.

Ele pega o mel no armário e um garfo na gaveta, colocando tudo na minha disposição. Tento apagar essa cena da minha mente, mas é impossível. 

— Você vai a academia desde quando? — A pergunta simplesmente sai da minha boca.