Essa trama trará a história do filho mais velho de Vittorio e Emilly Fontinelly que o adotaram ainda quando ele era um menino. A vida de Dylan foi marcada por lutas, dramas e a perda de sua mãe recém-descoberta. Contudo, encontrou em seus pais aditi...
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A todo tempo meus pensamentos o traz em minha lembrança. Não importa onde, como ou com quem eu esteja, não consigo controlar isso. Sei que é a preocupação por seu estado que me deixa deveras inquieta, ao ponto de me tirar até o sono e o apetite. Meu irmão Miguel fica chateado comigo além de muito preocupado, mas não consigo controlar essas impulsões. São mais fortes que eu.
Ouvi o Dylan dizer para Gabriela que está tudo certo com os exames de Heitor, que suas feridas cicatrizaram sem qualquer infecção e que seus sinais vitais estão bons, então por que ele não acorda? Por que não volta logo para poder cumprir com sua palavra e então podermos ficar juntos?
Minhas mãos tremem pela ansiedade de uma hipótese dele ficará assim para sempre.
Gostaria de ir vê-lo mais vezes, no entanto, não é certo se a esposa dele ainda está lá. Bom, Kassandra é uma esposa no papel, o que ainda não sei o que significa direito, mas teoricamente ela é. Será que esse papel é o mesmo que vi meu irmão e Vittoria assinarem quando se casaram? Se for, não terá jeito para mim e meu Heitor.
Ouvi muito bem o cerimonialista dizer que era para sempre. Que de acordo com a lei de Deus e dos homens estavam unidos para toda a eternidade, consolidando assim com um beijo apaixonado. O que me deixa confusa, já que Heitor disse que era apaixonado por mim e não por ela. Que ela nem o amava, já que não se importou com a tal anulação.
Mas então o que ela faz aqui?
- Por que as coisas precisam ser tão confusas?
- Onde está confuso, senhorita Villa? - Desperto com o professor de infectologia me chamando a atenção, mais uma vez, por eu ter falado alto, mais uma vez.
- Não foi nada, senhor! Apenas estou... confusa com...
- Normal, pra ela! - Ouço lá do fundo alguém caçoar, mas isso já se tornou corriqueiro.
Assim que passou as festas de fim de ano e o quadro de Heitor não modificou, eu cheguei a beira de uma depressão. Confesso que minhas crises de epilepsia retornaram, tonando-se assim, mais frequentes. O que deixou meu irmão e minha cunhada preocupados demais com minha situação. Vi meu amigo e instrutor Dylan dividindo a atenção de sua esposa grávida comigo e comecei a me sentir mal por isso.
E nem pensei que conseguia ter essa noção empática.
Todavia, minha terapeuta e amiga Mônica me instruiu a ocupar a minha mente e assim me sentir útil comigo mesma. Disse que eu precisava acreditar que meu amor Heitor logo voltaria e que encontraria a mesma Manuela forte que ele deixou no ultimo passeio que fizemos no shopping onde tive uma das melhores tardes da minha vida. Suas palavras fizeram muito sentido.
Retornei às minhas terapias, ao meu estágio e dei início a minha faculdade de enfermagem, mas desde quando os colegas de classe souberam da minha condição, sempre fazem algumas piadas das quais não gosto. Mas, evito o confronto.
Com o passar dos meses, sem qualquer melhora de Heitor, senti que não estava agindo como antes. Como se fizesse algo sem qualquer vontade ou ânimo. Minha amiga Lary também estuda comigo, assim como Jason que é de longe o melhor amigo e protetor aqui. Mas, sou dispersa nas aulas, apesar de aprender com facilidade, não me sinto inserida no meio. E isso nem é pelo fato de ser autista, isso se deve a falta que Heitor está me fazendo.
- Com licença! - Peço, já juntando o material e saio.
Sem Lary na sala comigo e Jason que está numa aula diferente da minha, decido que hoje não será o melhor dia para aprender. Sigo para o estacionamento onde o motorista que o tio Vittor já deixou para mim peço que me leve para onde meu coração quer estar. Perto de Heitor.
A viagem é rápida. Assim que as portas do elevador se abre, vejo dona Emilly sair do quarto e seu sorriso fraco surge em seu rosto para mim. Ela não está nada feliz com essa situação e não é para menos. Entendo que por ser a mãe, o sentimento é muito forte. Ela caminha até mim e percebe que estou um caos. Que meus pensamentos não então nada controlados.
- Entre no quarto e fique com ele. Preciso banhá-lo e você pode fazer isso comigo. - Diz simpática como sempre.
- Ela deveria fazer... Kassandra. - Apesar de dizer, as palavras me incomodam e ainda não compreendo se é apenas por ela ser quem ela é ou...não sei.
- Ela não está e também não tem experiência. Você tem. Dylan já a colocou como sua assistente numa situação dessa e sei que pode me auxiliar. - Fala e entendo que ela me quer por estar estudando enfermagem.
- Mas, eu não posso tocá-lo intimamente. Não seria adequado! - Faço sentindo meu rosto corar e todas as vezes que minha mente me fez pensar em como seria beijar Heitor como ele tanto queria, eu me sinto envergonhada. Fiquei de conversar com dona Mônica sobre isso.
- Faça o que puder fazer! Tudo de que precisa está na mesa ao lado da cama. - Diz com seus olhos presos aos meus. - Vou fazer uma chamada para meu marido e já volto. Fique à vontade, meu bem. - Ela deixa um beijo em meu rosto e segue pelo corredor.
Entro no quarto e a euforia de todas as vezes vem em meu coração cujas batidas estão mais aceleradas. Começo a contar em meus dedos para tentar dissipar esse nervosismo que só aumenta quando sua imagem desacordada se faz em minha vista. Eu não gosto de vê-lo assim. Menos ainda do barulho que o monitor cardíaco faz no ambiente.
Ainda de longe admiro a beleza que ele tem. Heitor é lindo. Sua altura é chamativa e seu sorriso é cativante. Penso em quando o verei novamente. Fico um tempo admirando, perdendo-me me sua imagem...
FLASHBACK ON
- Sole mio, farei o meu melhor para sempre manter esse sorriso em seu rosto. lhe darei todos os dias motivos para sorrir. - Heitor diz na porta da casa de meu irmão, assim que me trouxe de um dos melhores passeios da minha vida.
- Isso é uma promessa? Ou só está falando porque sabe que sempre esqueço das coisas e logo não me lembrarei? - Pergunto confusa e seu sorriso surge.
- Eu já lhe falei para escrever ou gravar em voz as coisas que são importantes para não se esquecer. Mas, ainda que você se esqueça, eu farei questão de te lembrar porque é uma promessa. Eu te amo e farei de tudo para te fazer feliz. - Ele me abraça pela cintura, de forma que deixa encabulada, mas não o afasto. Não agora.
- Eu também amo você, Heitor!
FLASHBACK OFF
Seco uma lágrima de meus olhos que caíram sem nem perceber e o que mais eu esperava acontece, percebo sua cabeça se movendo lentamente e ele apertar sus olhos. Fico estagnada no lugar devido à emoção que não consigo descrever. Seus olhos vítreos se abrem, focando-me diretamente e um sorriso singelo se faz em meu rosto. Ia dizer algo, mas...
- Quem é você? - ... sua pergunta me faz calar.
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