Capítulo 29

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Dói demais entrar em nosso quarto, sentir o perfume adocicado da minha menina e não a ver aqui dentro

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Dói demais entrar em nosso quarto, sentir o perfume adocicado da minha menina e não a ver aqui dentro. Olho para nossa cama e imagens de nossas noites de amor vem a minha memória e meus olhos rapidamente se enchem de lágrimas e elas caem desenfreadas. Não deveria ser desse jeito. Era para estarmos aqui, nos preocupando com nosso casamento que está marcado para daqui a dois meses e não nessa situação fúnebre.

- Filho...- Minha mãe me chama parada a porta do quarto, me observando. - Não fique assim, meu amor. Nossa família vai encontrar o paradeiro de nossa menina. - Fala carinhosamente de Gabriela.

- Eu preciso dela aqui, mãe. Gabriela já passou por tanta coisa que chega a ser absurdo isso que está acontecendo nesse momento.

- Concordo com você, meu amor. Mas, precisamos fazer isso. É como seu pai lhe disse, quem quer que tenha feito isso com ela, quer te fazer acreditar que ela morreu então, que assim seja. - Esclarece. Ela caminha até mim, levando a mão ao meu rosto. - Como está o Ray? Nem deu tempo de dizer que não era ela quem estava no carro com os seguranças. -Indaga preocupada.

Quando o suposto corpo de Gabriela chegou ao IML, fui direto para lá e consegui uma amostra do DNA do hipotético corpo de minha mulher e eu mesmo fiz o teste que só saiu hoje, dois dias depois do acidente, como já imaginávamos, deu negativo. É claro que daria posto que em meu coração sinto que ela está viva e precisa de mim.

Infelizmente, o pai de Gabriela não aguentou a ideia de saber que a filha poderia estar morta e sofreu um terceiro infarto e foi levado às pressas para um dos meus hospitais menos conhecidos. Conselho de meu pai que tem certeza de que a família de Isaac está envolvida nisso e talvez queiram acabar de vez com tudo que envolve minha menina e eu concordei.

- Ele ainda está em coma, mamma. Achei melhor que estivesse assim por enquanto. - Ela assente. - Colocamos seguranças no hospital todo. Alguns estão disfarçados de médicos e enfermeiros. Vamos ficar sabendo se por acaso algum deles aparecer por lá.

- Sim, meu filho! Agora venha fazer o que precisa ser feito. Há um velório para você estar e assim ficar livre de qualquer desconfiança de que não creu no que aconteceu. Vamos encontrá-la, meu menino. Como um dia seu pai fez comigo, com você e seus irmãos, iremos encontrá-la e a traremos de volta. - Fala com seus olhos cheios de lágrimas.

- Eu sei, mamma. Meu pai sempre cumpriu com sua palavra e nunca nos decepcionou.

- Nunca! - Concorda e saímos do quarto.

É melhor terminar logo essa palhaçada para que possamos começar a buscas por minha menina. Não importa onde ela esteja, eu vou encontrá-la e quando isso acontecer, quem quer que esteja envolvido nisso vai pagar por cada momento de pavor que ela está passando nesse momento. Não haverá misericórdia.

(...)

Não foi difícil chorar num falso enterro. Solange esteve presente com seu marido, mas infelizmente não pude contar que a mulher que estava no caixão, que não pôde ser aberto devido ao estado do corpo, não era sua amiga e cúmplice de artimanhas para me fazerem surpresas. Minha amiga, que estava muito emocionada, me abraçou e não saiu do meu lado. Ela não saiu.

DYLAN FONTINELLY -TRILOGIA IRMANDADE II (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora