Entre redes

Zê Roberto

Sarah

Nossa eu estava tão feliz, nos tínhamos conseguido ganhar um set. Involuntariamente eu olhei para a seleção feminina, mais precisamente para a Gabi, que já estava me olhando  de certa forma surpresa, eu encarei ela na cara dura, então ela assentio  enquanto batia leves palmas para mim, eu sorri de lado sem mostrar os dentes e assenti.

Gabi

Aquela menina era impressionante em quadra, eu estava surpresa com todas daquele time, com certeza Zê indicaria aquela menina para jogar com a gente nos próximos jogos, eu estava encarando ela e ela percebeu já que me olhou de volta com um olhar forte, combinava com ela. Então como uma forma discreta de parabenizar ela, eu assenti e bati palminhas leves,  mostrando surpresa, e ela retribui de forma discreta também, penas sorrindo de lado sem mostrar os dentes assentindo como se fosse um "obrigada".

Rosa: não me diga, você está flertando com a ponteira das baianinhas. ( ela disse perto do meu ouvido )

Eu: claro que não, nao me confunda com você Pink. ( eu falei enquanto continuava olhando as jogadoras )

Rosa: quem diria que a ponteira de cabelo cacheado faria você esquecer a Sheila tão rápido. ( disse enquanto voltava seu olhar para a quadra, e eu revirei o olho )

Falar da Sheila é complicado eu sempre fui apaixonada por ela, nos eramos melhores amigas, mas quando eu falei tudo que eu sentia para ela, ela sumio do mapa, isso já faz um bom tempo.

Eu: minha ex relação com a Sheila não tem Nada a ver com a história.  Você é uma estraga prazeres. ( eu disse ainda olhando para a quadra, mas fazendo bico )

O jogo iria começar mais uma vez, e a garota iria atuar em quadra novamente.

Sarah

E lavamos nos mais uma vez, Agata estava no saque, agora ela estava atuando como central de fundo de rede, e isso era bom, porque as pancadas dela eram comparadas as de Tandara. Então ela sacou e o jogo começou, as turcas atacaram, e eu e Luísa ( central de frente de rede ) fizemos a barreira para defender a bola, mas infelizmente a bola passou, felizmente nossa líbero se jogou e acabou pegando a bola passando para mim, eu logo passei para Ana de manchete, Ana levantou e Agata atacou a bola, batendo no chão turco.

Todas nós vibramos em comemoração. Ganhamos mais um set de 25x24, eu já estava quase chorando de emoção, eu estava saltitando de alagri, Clara véi corendo é pulou nas minhas costas e aí o grito de Vitória ficou mais alto. Quando ela desseu das minhas costas eu senti um olhar encima de mim novamente, eu sabia quem era, ou pelo menos eu pensava que sabia. Eu virei para ver quem estava me olhando, minha postura estava firme, eu virei para trás e vi José Guimarães me olhando, me analisando como se eu tivesse superado suas expectativas, e meu ego estava lá em cima com isso, eu sendo a puta fodona na quadra junto com a minha família, e isso ninguém podia superar.

Novamente todas estavam em quadra,  com as olhos vibrando pedindo por mais um set, uma sede de venser, iríamos com tudo para cima das turcas que já mostravam cansaço e preocupação. Agata estava com a bola para saque de novo, pronta começar outro set. O saque foi lançado, as turcas atacaram a bola para o fundo de quadra, mas nossa líbero a recepcionou e mando para as mãos da levantadora, Ana levantou a bola na mão da nossa oposta, que atacou a bola em cima do bloqueio caído fora da quadra, sendo assim começamos na vantagem.

Depois de muito jogo, o placar estava 24x24, agora eu saquava. Eu estava jogando com central de fundo de rede, já tinha derrubado 4 bolas de ataque na quadra turca, eu estava mais confiante do que qualquer um. Apitaram começando a partida, eu fiz eu saque flutuante e corri para minha posição, novamente as turcas optaram por um ataque no fundo da quadra eu defendi a bola com manchete, ela subio para cima, Caio em forma de toque nas mãos da líbero que passou para a levantadora, Ana levantou perfeitamente aquela bola, então eu corri, e então eu voei, meus joelhos dobrados, minha mira na bola, tudo estava lindo, com agilidade eu espalmei minha mão na quela bola, e quando pus meus pés novamente no chão, a bola já havia caído no chão.

Conseguimos, eu nem acreditava nisso. Nós ganhamos de 3x1, eu comecei a chorar, na hora todos os olheiros levantaram de suas cadeiras e começaram a nós aplaudir em pé. Meu time, junto com técnicos, treinadores e todo a mais na comissão  técnica vieram comemorar, todo mundo gritando de felicidade, foi o momento épico, que com toda certeza eu guardaria na memória pela eternidade.

Quando todas saímos do abraço coletivo, eu olhei e vi, Gabi ainda estava de pé me aplaudindo olhando diretamente para mim, como uma forma de "respeito" eu fiz uma reverência a ela, que deu uma risada.

Com toda certeza esse foi o dia mais feliz da minha vida.