_Bom dia, Marshmelow! _Cumprimentei a mulher alta e sorridente que estava no ponto de ônibus com seu pacote de doces.
_Bom dia, Algodão Doce! _Replicou.
_Quero ver o apelido que você vai arrumar quando eu parar de pintar meu cabelo de rosa!
_Terei muito tempo para pensar! _Deu de ombros enfiando um doce na boca.
Sorri, e subi na "bike", estava atrasado, e hoje é um daqueles dias que pega muito mal chegar atrasado no serviço. Afinal, hoje é o primeiro dia da novata, e adivinhem quem irá fazer papel de veterano? Eu! (Existe isso? Vendedor veterano?! Tanto faz).
As ruas da cidade às 6 da manhã são sempre convidativas, não sei se para todos, talvez para a senhora no ônibus ou para o nervosinho preso no esgarrafamento essas ruas não sejam as melhores, mas para mim, o cara com sua potente bicicleta, essas ruas são maravilhosas( afinal eu gosto de ignorar o risco iminente de atropelamento). Segui rápido pelas entradas e saídas, direita, esquerda, já posso ver a parede vermelha da loja! Eu veria até as portas se não fosse pelo parachoque enfiado nas minhas rodas:
_Merda!!! _Voei por cima do carro.
Juro que em nenhum outro momento as aulas de parkuor fizeram tanto efeito quanto agora! Me agarrei no teto do carro e tentei recobrar a respiração quando a porta do motorista se abriu:
_Ah não! Droga! Eu matei alguém! Eu matei alguém!!!
_ Não, mas foi quase.
_ Não, eu o matei sim! Ele não está aqui! _Disse a loira desesperada, ela tocava na minha bicicleta como se fosse um bicho morto.
_Tudo bem, então você me matou.
_O que!?!?
_ASSASSINA!
_MAS... O QUE?! QUEM É VOCÊ ?_ Finalmente ela me nota no teto.
_Sua consciência, e saiba que estou pesado.
_Você é idiota? _O olhar de desespero se desfez e ela me encarou com o semblante mais fechado que as leis de anatomia permitem.
_Uai! Há poucos segundos você estava se remoendo por ter me matado!
_Bem, parece que você está bem, poderia fazer o favor de descer do carro?!
_Eu desceria, mas acho que quebrei uma costela._ Sorri.
_Vamos! Desça! O carro não é meu! _sem pensar muito, ela me segurou pelo braço e puxou. Quase tive um infarto:
_Urgh! Ai, ai, ai, espera, espera!
_O que foi?!
_Eu disse que acho que... ah... quebrei mesmo uma costela, eu não disse?!
_Mas... mas você estava sorrindo!
_Queria que eu chorasse?!
_É o que pessoas normais costumam fazer! Ou no mínimo parecer sentir dor!
_Eu costumo rir de nervoso.
A mulher jogou as mãos na cintura e deu meia volta, claramente frustrada.
_Você não é normal.
Desci do carro com um pouco de dificuldade, ainda sentido algo me cutucar por dentro.
_Como sabe que quebrou a costela?
_Hm, bem, dói quando eu respiro e tem algo estranho aqui dentro, _Apontei para o tórax_ enfim, dona, eu já vou indo.
_Não, entra, eu vou te levar ao médico.
_Eu tô bem, e tô atrasado. _ tentei abaixar pra pegar a bicicleta mas a dor foi quase agonizante. Levantei com uma careta.
_Caramba, eu quero morrer! _ela passou as mãos pelo rosto.
_Não faz isso... _Me senti mal.
_Não, é só uma forma de falar! _A loira balançou as mãos no ar como se espanta-se algo. _ Mas você não está bem. Vamos pro hospital, entra.
_Já disse que não, tenho algo importante agora. _Chequei a hora. _ E daqui a pouco vou estar realmente atrasado.
_O que seria tão importante a ponto de se ignorar uma costela quebrada?!
_Uma garota. Eu preciso parecer responsável. _ sorri._ Afinal, mulheres gostam de homens confiantes e responsaveis! Talvez ela seja o meu tipo!
A mulher me encarou por um minuto, e depois de rir incrédula, puxou o ar pelos dentes e passou os dedos pelos cabelos:
_Caramba! Então, senhor responsável, já que não quer ir ao médico, o que eu posso fazer por você?
Examinei-a de cima a baixo.
Olhos grandes e verdes observando por trás dos óculos retangulares, cabelos loiros e ondulados, presos em um rabo de cavalo, pouca maquiagem, um rosto bonito, embora irritado e meio pálido. As roupas básicas e neutras, sem mostrar muito, mas a calça skinnie denunciava pernas... fortes? Trabalhadas? Não sei como descrever, mas gostei delas. Eu não sou muito fã das loiras, gosto de cachos, gosto de morenas, gosto de ruivas, e de cores diferentes nos cabelos. Mas... algo no rosto dela era familiar, algo como infância? Não me leve a mal, ela não tinha cara de criança, nem jeito, mas algo me lembrou minha infância! Algo acalentador, talvez risos (embora a cara fechada), eu não sei, mas esse conforto me atraiu.
_Pode me dar seu número. _Sorri calorosamente.
_ Não.
_Então, pode levantar a "bike"? _Ela acentiu. Depois disso nós separamos. Eu já estava quase de frente pra loja, então não precisei de muito esforço.
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Como Sol e Lua
RomanceIsland, escreve assim, mas se diz "aisland",um nome incomum, para um cara incomum, mas isso não é sobre meu nome, então vou tentar explicar... afinal, para que eu dificulto e enrolo tanto?! Isso aqui é sobre eu ter me apaixonado, sobre estar amando...