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-E aí, Fer? Cadê a lenda? - Renato perguntou, estacionando a caminhonete.
-Ali - a ruiva respondeu, apontando para uma casa e Renan engasgou assim que viu - Está tudo bem, Renan? - ela perguntou, batendo nas costas dele.
-Está - ele respondeu, se recuperando - Eu só não acho uma boa ideia a gente gravar nessa casa não.
-Realmente, tem uma energia pesada - ela ponderou, e passou por Renato, que tentou segurar o braço dela por instinto - Era um cemitério coletivo, mas os corpos já foram levados, e conversei com uma senhorinha - ela parou nos degraus da escada, e apontou para uma casa a cerca de um quilômetro.
-Que não seja Flora. Que não seja Flora. Que não seja Flora - Léo começou a murmurar baixinho.
-Ela se apresentou como Flora - Fernanda continuou - Eu expliquei que era da polícia científica e que vim ver sobre a ocorrência, e ela me contou a lenda - explicou, entrando na casa e Renato respirou fundo, antes de entra atrás dela com Thiago.
-Ela contou tudo? - Thiago perguntou.
-Ela disse que aqui morava uma garota, a muitos anos atrás, que foi morta pelo pai em alguma espécie de ritual. A lenda conta que ela voltou, como um espírito agourento e se vingou do pai, e agora vaga por aí, anunciando a morte - contou e pareceu perceber - Como assim me contou tudo?
-O que o Thiago quer dizer - Renato tentou corrigir - É que geralmente não temos tantos dados da lenda.
-Entendi - ela murmurou, ainda desconfiada - Enfim, eu explorei todos os quartos, e o único que tem uma energia estranha é o quarto no final do corredor - comentou e Renato sentiu todos os pelos arrepiarem. Era o quarto em que Aurora havia morrido antes de voltar como Matinta - Outra coisa que ela comentou é que faz dois anos que não ouve mais o canto da ave, e que ninguém mais ouve - ponderou -Bom - ela jogou em uma poltrona, com as pernas sobre o braço do móvel - Querem explorar? - arrumou sua arma na bainha.
-Vamos - Thiago respondeu - Você espera a gente aqui, nega? - ele perguntou e ela assentiu, mexendo no celular. Os caçadores foram para a cozinha, e Renato soltou o ar.
-Por que? - foi a primeira coisa que ele perguntou.
-Será que Inês ainda estava viva? - Boquinha emendou e todos olharam pra ele.
-Caramba, Boca. Você é um gênio! - Thiago exclamou - Nunca fomos atrás dela depois do que aconteceu.
-Vamos atrás do bar dela - Léo afirmou e os outros quatro assentiram.
[...]
Eles estacionaram em frente ao bar, que ainda parecia está em funcionamento. Renato foi o primeiro que saiu, e foi quem bateu na porta.
Para a surpresa de todos, quem atendeu foi Tutu, que arregalou os olhos ao vê-los ali.
-O que estão fazendo aqui, garotos? - ele perguntou.
-Precisamos falar com Inês - Renato respondeu - Conhecemos alguém idêntico a Aurora.
-Entrem - deu espaço.
[...]
-Como ela é? - Inês perguntou após os meninos contarem tudo. Thiago lhe estendeu o celular, mostrando uma foto da ruiva com Pérola no colo - Ai, passarinho - ela murmurou, melancólica - Ela não é Aurora, mas é sua sobrinha-neta - afirmou.
-Como sabe? - Renan perguntou.
-Aurora monitorava sua família - Inês deu de ombro - Ela tinha um irmão bastardo, avô de Fernanda.
-Mas, como isso é possível? - Thiago perguntou - Porque não é possível que Fernanda seja uma reencarnação, pois ela já estava viva quando Aurora transcendeu.
-Para isso eu não tenho respostas - Inês respondeu - Mas, você estão me escondendo - ela afirmou.
-Fernanda vê e escuta os mortos - Renato respondeu e Inês piscou surpresa.
