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Fernanda estacionou e antes que pudesse pensar em ajudar os meninos a descarregar a caminhonete, Dani agarrou sua mão, a puxando consigo, mas não sem antes jogar a chave da camionete para Renato.
-Não esquece de trancar! - Fernanda gritou, antes de desaparecer.
-Eu tenho medo do que aquelas duas falam trancadas no quarto - Thiago comentou.
-Só você? - Renato questionou retoricamente, enquanto juntava as armas.
-Se a orelha começar a queimar, já sabemos quem é - Léo comentou - Nego, o que aconteceu hoje foi muito estranho. A Fer chegou a falar que algo aconteceu?
-Ela disse que borboletas azuis ficaram por perto dela o dia inteiro - Renato respondeu - Só pode ser Inês.
-A Fernanda está sempre falando que sente que parece que algo está errado - Renan comentou - Será que Inês sabe de alguma coisa?
-Precisaríamos ir no bar para tentar descobrir - Renato suspirou - Agora, a questão é: com ou sem Fernanda?
-Eu não vou me meter com a dona onça - Thiago respondeu - Mas, acho que esconder dela vai ser pior - ponderou, e Renato assentiu, e segundos depois Fernanda apareceu, correndo escada abaixo - O que foi, nega!? - perguntou assustado com a pressa dela.
-Ocorrência - ele respondeu, pegando a chave da camionete - Até amanhã - se despediu, antes de correr pra fora.
-Quase fui atropelado - Bruno comentou entrando com as coisas - E não foi nem pela camionete. O que aconteceu?
-Ela disse que foi uma ocorrência - Renato respondeu.
-Esse que é o problema de ela ser a única perita, mesmo de folga, se surgir alguma coisa, ela precisa ir - Renan comentou.
-Bom, já que não temos mais o que fazer, eu vou dormir - Thiago avisou, e todos se despediram.
[...]
Já se passava do meio dia e até aquele momento ninguém havia tido notícias de Fernanda. Jota, Márcio e Matias também não atendiam as ligações e nem respondiam as mensagens.
-Aconteceu alguma coisa - Dani afirmou - Não é possível que ninguém esteja respondendo.
-E a Fernanda saiu muito rápido daqui ontem - Renan emendou - Parecia ser algo sério.
-Oi, Jota! Graças a Deus - ouviram Irene falando e todos se aproximaram, e a mesma colocou a ligação no viva voz.
-Oi Irene - a voz de Jota soou cansada.
-O que aconteceu? - Irene perguntou.
-A operação foi mais difícil do que a gente pensava - Jota respondeu - A Fer tomou um tiro, e foi de helicóptero pra Curitiba. O Matias foi com ela.
-Um tiro onde? - Renato perguntou preocupado.
-Ela tava de colete, mas, pareceu ser no peito - Jota respondeu - Não sei perfurou, Matias só disse que levaram ela direto pra cirurgia, mas ela saiu daqui acordada, o que é um bom sinal. Qualquer notícia, a gente avisa, ou do jeito que é pode ser que até a dona onça ligue pra dar notícias.
-Já deu tudo certo, meu filho - Irene suspirou, e se despediu de Jota, antes de desligar a ligação - Essa menina ainda vai matar alguém do coração - resmungou.
-Pelo menos o fato de ela ter ido acordada já tranquiliza um pouco - Thiago comentou - Mas, só um pouco porque foi no peito.
-Fernanda é dura na queda, meninos - Irene tentou tranquilizá-los - Vai dar tudo certo.
-Mas Aurora morreu na primeira vez com tiros no peito - Renato sussurrou, e todos o encararam
