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Fernanda e Renato saíram da casa, e o mesmo a puxou até estarem próximos às camionetes. Os olhos dela estavam fixos na floresta que se estendia atrás da casa.
-Fer, para de olhar - Renato pediu, vendo o olhar fixo dela na floresta.
-Tem alguém ali - Fernanda afirmou, e logo começaram a ouvir uma música. Fernanda tirou sua arma verdadeira do coldre e começou a caminhar na direção do som.
-Fer! Não vai não! - Renato tentou impedí-la, mas ela desvencilhou o braço do seu aperto com uma força que não parecia pertencer a ela.
Renato ficou parado por alguns segundos, atordoado, mas seguiu Fernanda quando voltou a si. Ninguém havia saído da casa ainda, então, ele a seguiu sozinho.
-Droga, Fer! - Renato resmungou, e a encontrou parada em frente a um lago, encarando a água como se estivesse procurando algo - Fer, vem. Vamos embora - ele a chamou.
-Tem algo muito errado - Fernanda afirmou - Eu sinto como... Se eu devesse estar aqui, mas, ao mesmo tempo não. Tem algo que me atraiu até aqui, mas outra coisa quer que eu vá embora. Eu nunca senti nada assim antes.
-Esse lugar é estranho, nega - Renato disse, sempre atento ao redor - E eu acho que a gente deveria seguir a voz que está te falando pra ir embora.
-Para de ser covarde - ela resmungou, voltando sua atenção para o lago - Eu estou sendo atentada o dia inteiro e não vou embora até entender o que está acontecendo.
-Como assim "atendada" o dia inteiro? - ele perguntou confuso.
-Borboletas azuis surgiram perto de mim o dia inteiro - Fernanda respondeu, enquanto começava a olhar nos arbustos ao redor do lago - E aqui nessa parte do Brasil nem existem borboletas azuis.
-Inês - Renato murmurou para si mesmo - Tem algo errado - simultaneamente, ele ouviu um grito, e Fernanda foi puxada para dentro de um arbusto.
Logo Thiago e Renan apareceram, parecendo ter ouvido o grito de Fernanda. Renan gritou pelos outros, que se aproximaram, tentando encontrar Fernanda, mas parecia que ela havia desaparecido.
-Tem algo se mexendo ali! - Dani exclamou, vendo um arbusto se mexendo.
-A gente atira? - Bruno perguntou, já mirando a arma.
-Não, burro! - Léo ralhou - Pode acertar a Fer. Alguém vai ter que entrar lá.
-Vai o Romeu - Boto falou, apontando pro Renato - O que? Vai deixar o capiroto pegar a sua Julieta? - Renato abriu a boca pra responder, mas Fernanda saiu se arrastando de dentro do arbusto.
-Que bela equipe são vocês! - ela reclamou, se levantando e apontando sua arma para o arbusto - Ué? Sumiu?
-O que sumiu, nega? - Thiago perguntou, sendo o único com coragem pra se aproximar.
-Ela um ser esquelético com a pele branca - Fernanda respondeu, jogando a luz da lanterna - Parecia estar querendo me arrastar pra dentro da terra.
-Fer, essa é a Lenda da Casa do Mal, não a do Corpo Seco - Bruno comentou e Fernanda fechou a cara pra ele, o fazendo rir.
-Acho que por hoje já deu, não é, galera? - Renato disse, vendo Fernanda retirando galhos e folhas do cabelo com a expressão fechada, parecendo irritada.
-Vou pensar duas vezes na próxima lenda que me chamarem - Fernanda resmungou, passando por eles e indo em direção a sua camionete.
-Acho que alguém vai dormir no sofá hoje - Boto comentou e Renato o encarou sério, enquanto ouvia Bruno, Thiago, Renan, Lomba e Léo dando risada.
-Ela não vai dormir com o Renato não - Dani retrucou - Eu quem chamei ela pra ir em casa, tenho fofoca pra colocar em dia.
-Então foi o Renan quem se lascou! - Thiago exclamou, e todos correram ao ouvir o ronco do motor da camionete de Fernanda, que havia ligado apenas para apressá-los.
