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-Fer? Fer? Fala comigo - Renato pediu, a segurando contra seu peito enquanto se agachava no chão, a colocando deitada.
-Nego? - a voz de Léo soou no corredor, e segundos depois o mesmo entrou no quarto - Renato, o que aconteceu?
-Tinha uma coruja aqui - Renato respondeu - Fernanda tentou se aproximar dela, mas eu não deixei, e de repente ela desmaiou.
-Vou chamar o Renan - Léo afirmou - Vamos ter que levá-la até Inês. Está acontecendo muita coisa em pouco tempo - disse, enquanto Renato colocava Fernanda na cama, tomando cuidado com a lesão dela, enquanto Léo gritava o nome de Renan.
O mesmo entrou correndo no quarto acompanhado pelos outros e foi imediatamente em direção a Fernanda, vendo os sinais vitais dela.
-Estão normais - ele comentou - Mas não deveriam estar assim, principalmente porque ela desmaiou.
-Vamos até Inês, nego - Thiago disse e Renato assentiu, pegando Fernanda no colo.
Thiago pega a chave da camionete dela, que era o maior veículo da casa e assume o banco do motorista, enquanto Renato, Léo e Renan entram no banco de trás, colocando Fernanda acomodada sobre eles, e Dani assume o banco do passageiro.
Chegaram ao Cafofo Bar cerca de 20 minutos depois, e Dani se apressou em bater na porta, enquanto tiravam Fernanda do carro. Tutu a abriu confuso, mas deu passagem assim que viu Fernanda desacordada.
Renato desceu as escadas, indo em direção a sala de Inês. Tutu abriu a porta e Inês os encarou surpresa, antes de limpar o sofá para que colocassem Fernanda ali ao ver a situação dela.
-O que aconteceu? - Inês perguntou, enquanto preparava alguma coisa na sua bancada.
-Estávamos no meu quarto quando uma coruja pousou na janela - Renato começou a explicar - Ela tentou se aproximar, porque o grito da coruja estava estranho, e ela achou que estava machucada. Eu tentei impedir, mas antes que ela pudesse se aproximar demais, ela desmaiou.
Inês assentiu e uma borboleta azul entrou na sala, flutuando até Fernanda e pousando sobre o rosto dela, com as asas cobrindo seus olhos.
-Uma sombra escura, no canto do quarto - Inês se ajoelhou próximo a cabeça dela, dizendo baixinho - Você achava que era um monstro, mas ninguém nunca lhe ouviu. Você tentava dormir, mas era difícil. Chamava a sua mãe, mas ela não vinha - tocou os cabelos de Fernanda - Ela estava lá, olhando você, mas você não conseguia vê-la. E agora, ela quer voltar, mas, só você pode escolher se quer deixá-la vir ou não.
De repente, mechas brancas começaram a surgir nas pontas do cabelo de Fernanda, fazendo os meninos darem um passo pra trás, assustados.
-Viado do céu! - Thiago exclama baixinho, e a borboleta no rosto de Fernanda levanta voo. Ela lentamente começa a abrir os olhos, e se senta lentamente no sofá, olhando em volta.
-Com quem eu estou falando? - Inês perguntou calmamente, e Fernanda piscou atordoada.
-Fernanda - ela respondeu e encarou os meninos ali - Vocês esconderam isso de mim - ela acusou, subitamente irritada e se levantando de supetão.
-Nós não... - Dani começou, mas Fernanda a cortou.
-Não venha com "nós não", Dani - Fernanda ralhou - Vocês sabiam o tempo todo. Foi por isso que me chamaram de Aurora no dia que encontrei vocês com a caminhonete quebrada. Foi por isso que me trouxeram aqui, e foi por isso que sempre ficavam em volta de mim quando algo estranho acontecia nas lendas. Vocês sempre souberam e esconderam isso de mim.
-Fer, você precisa... - Renato tentou se aproximar, mas Fernanda o interrompeu.
-Eu preciso ir embora daqui e pla longe de vocês - ela afirmou, pegando a chave da sua camionete que eles haviam deixado sobre o balcão - Obrigada, Inês - ela agradeceu a mulher, antes de se encaminhar em direção a porta - Eu não sei o que você está pensando, Renato. Mas eu não sou ela! - afirmou, antes de sair da sala, subindo as escadas.
-Fer! - Renato a chamou, correndo atrás dela - Fer! Espera! Me deixa explicar! - mas, quando saiu do bar, ela já havia arrancado com a camionete.
