Capítulo 34: "Quem é você?"

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"Dei tudo de mim na busca de fazer feliz quem estava perto e no meio disso tudo me perdi, hoje me olho no espelho e me pergunto: Mas e quem é você?!"

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A luz do sol atravessou a janela, inundando meu rosto em um clarão desconfortável. Lentamente meu corpo foi acordando, meus olhos entre abertos.

Olhei pro lado e o vi deitado, ainda imerso no universo dos sonhos. Era fofo de se ver.

Levantei devagar e fui até a sala pegar meu celular que estava dentro da mochila, a Elisa deve estar louca tentando me encontrar. Enquanto revirava a mochila atrás do celular, tentei pensar em algo para dizer a ela.

- Já está acordado? - Perguntou. Estava encostado à porta, esfregando os olhos na esperança de acordar.

- Nossa, que susto. - Respondi. Eu realmente havia tido um susto, senti meu coração saltar.

Ele passou por mim, foi em direção a cozinha. - Café? -

Meu celular estava desligado, a situação era pior do que eu imaginava. Já podia ver meu rosto estampado nos jornais locais com a seguinte notícia: "Jovem sai em direção ao centro da cidade e desaparece misteriosamente."

- Algo está te preocupando? - Me entregou uma xícara com café.

- Não avisei nada pra minha irmã, ela deve estar louca. - Sorri.

- Tudo bem, eu espero por você. - Disse.

Isso me fez ficar novamente sem reação. Seu corpo se aproximou do meu, gentilmente sua mão segurou meu queixo e o inclinou em sua direção.

- Eu vou estar exatamente aqui.

- Obrigado. - Respondi meio sem jeito, soltei um sorriso.

Eu tomei mais um gole do café, peguei minhas roupas que já estavam sequinhas e as vesti.

- Bem, obrigado. - Disse.

- Não há de quê, meu rapaz.

Nossos olhares se cruzaram novamente, um daqueles arrepios percorreu todo o meu corpo, fiquei desconsertado.

- Então tchau, nós nos vemos depois.

- Pode apostar que sim. - Respondeu, com um sorriso malicioso.

Peguei minha mochila e caminhei até a saída, por incrível que pareça eu estava me sentindo extremamente bem naquela manhã.

Andei até a escadaria, enquanto eu a descia minha cabeça relembrava o que havia acontecido a poucos minutos atrás, de novo e de novo. A sua voz doce ecoava na minha cabeça: "Eu vou estar exatamente aqui."

Estranho sentir assim.

Quando estava descendo as escadas ouvi ao longe o som da sua voz chamando meu nome, me virei e olhei para cima. Então ele apareceu no topo da escada. Não pude conter o sorriso de satisfação ao ver seu rosto novamente.

- Você esqueceu uma coisa. - Disse.

- Ah, droga. Eu sempre esqueço alguma coisa. - Falei.

O Garoto Do Ônibus (Romance gay) EM CORREÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora