"Respirando mágoas de uma outra dor"
Sentamos lado a lado no sofá, colocamos um filme (não lembro o nome do filme, então o chamaremos de "qualquer") qualquer e assistimos. O silêncio entre nós gritava mais alto que o volume da TV e dos pingos de chuva que se chocavam com força contra o vidro da janela, aquele silêncio me incomodou profundamente e eu não sei o porquê.
E apesar de estarmos lado a lado parecia que havia um precipício entre nós, eu o encarava disfarçadamente e tentava pensar em algo para me aproximar dele. Passei alguns minutos pensando e decidi começar uma conversa.
-Vo.. (Minha voz falhou por um instante) você quer água?- Perguntei timidamente. Ele não respondeu, revirei os olhos, me levantei e fui até a geladeira e peguei uma garrafinha verde, que aliás, eu tinha/tenho muito ciúme. Ela era a única lembrança de uma pessoa que transformou a minha vida. Mas enfim, voltando a história, eu odeio quando eu encho ela e a coloco pra gelar e vem a Elisa e bebe toda a água.
Olhei pra o lado e vi meu celular aceso em cima da mesa, na tela haviam algumas notificações e mensagens do Whatsapp. O peguei e voltei para o sofá, Luca continuava intacto olhando para TV, decidi ignorá-lo também, aliás, jogar se tornou um dos meus "pontos fortes". Abri o Whatsapp e vi algumas mensagens da Elisa me dizendo que só iria voltar no outro dia e outra do Joaquim.
Joaquim: Mano, que tédio!
Aro: Ah, te entendo. Mas poxa, tu tem uma casa enorme com uma piscina enorme, como pode estar no tédio?
Bloqueei o celular e o larguei em cima do sofá, o encarei mas ele continuava firme, ele fazia uma carinha feia (que na verdade era linda e muito fofa). Comecei a prestar atenção no filme, cerca de três minutos depois senti o celular vibrar, apenas olhei na barra de notificação, era Joaquim. Foram uma, duas, três, cinco mensagens seguidas.
Na sexta mensagem Luca me olhou com uma carinha feia-Você não vai responder o seu ficante? sei lá! Vai que ele fique chateado com a demora, não é?!- falou com sarcasmo. -Uma bela observação vinda de sua parte, guri.- respondi com um tom seco e um sorriso falso. Peguei o celular e abri a conversa:
Joaquim: Como assim?
Joaquim: E do que adianta ter uma casa imensa cheia de coisas e uma piscina enorme se eu estiver sozinho?
Joaquim: Onde você está?
Joaquim: Não quer ser a minha companhia?
Joaquim: Tipo, eu gosto bastante de estar com você, sei lá, talvez como um irmão.
Joaquim: Enfim, sinta-se à vontade para me visitar e passar a noite comigo. Rs
Confesso que achei um pouco fofa as mensagens. Também gostava de ficar com ele, como um irmão também, um irmão de verdade.
Aro: Desculpe, Onii-chan! Prometo que da próxima te faço companhia.
Enviei a mensagem, sentia alguns olhares vindo do Luca. Ele me olhava de canto, isso fez um sorriso brotar em meu rosto. E ele percebeu.
-Qual o motivo do sorriso?- perguntou, desviando os olhos dos meus. -E qual o motivo de você ficar assim, me olhando de canto?- Respondi, fazendo uma carinha de deboche. Ele me encarou e me respondeu com um sorriso forçado.
![](https://img.wattpad.com/cover/123239983-288-k830672.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Garoto Do Ônibus (Romance gay) EM CORREÇÃO
Romans"Às vezes, quando caminhos se encontram, novas histórias começam." Aro, garoto de 18 anos tenta recomeçar sua vida em uma nova escola, e lá, ele irá encontrar o amor e o ódio. Guerras serão travadas, caminhos cruzados, amores roubados. Nada será co...