"Abra seus olhos"
A palavra "amor" saiu dos meus lábios como uma flecha e ele de pronto me olhou. Suas bochechas coradas e o seu sorrisinho de canto me fizeram corar também.
Timidamente ele abriu os lábios e falou: Bom, é que... Bem, é muito difícil falar isso.
Eu apenas sorri, vendo ele ficar cada vez mais vermelho. Eu o agarrei, pondo a cabeça em seu peito, seus batimentos cardíacos desrregulados e acelerados.
Fez-se um silêncio ensurdecedor (segura essa metáfora, meu amor), a não ser pelo barulho do seu coração, que agora estava mais acelerado que nunca.
-É que você não sai da minha cabeça!
Eu não sabia como reagir, tipo, não é todo dia que alguém perde a concentração por estar pensando em você. Vamos lá, imagine a pessoa por quem você sente um amor inconcondicional chegar perto de você e dizer: "eu não consigo parar de pensar em você". Eu fiquei tipo, que?
Minhas bochechas já começavam a arder, eu sentia um grande calor, vergonha era o nome.
-Aah, que bom.- Respondi.-Espera, quê?
Milagrosamente o sinal toca, anunciando mais um fim de horário. Nós nos afastamos um pouco, ele ainda um pouco vermelho.
-Ah, eu preciso voltar pra aula. Te mando mensagem, okay?
-Okay!- Respondi. Ele veio em minha direção e se despediu me dando um beijo na testa.
Ele correu de volta pra sala e eu andei em direção ao bebedouro, tomei um pouco de água e depois voltei pra aula. Entrei na sala com a maior cara de pau, sentei na cadeira enquanto o Joaquim me olhava.
-Onde você estava? Fiquei preocupado.- Falou, agora olhando fixamente para o quadro.
-Ah, eu dei uma passadinha na biblioteca - é claro que eu iria mentir- pra ver uns livros. Nem percebi o tempo passar.- Respondi, com um sorrisinho de canto.
-Ah, claro.- Respondeu com um sorriso tímido.
O resto das aulas passaram tranquilamente, algumas horas depois e já estava na última aula do dia. Mas havia uma coisa me incomodando, na verdade não sei se era um incômodo. Por quê? Bom, eu "gostava" desse incômodo.
Vou explicá-los qual é: O Luca ter falado que havia perdido a concentração porque estava pensando em mim. Isso, lá no fundo, me deixava feliz.
-Do que você está rindo, Aro?- Perguntou Joaquim, com uma sobrancelha levantada.
-Que? Eu não estou rindo -Droga, eu estava mesmo rindo- de nada, oush.
-Desde que você saiu está se comportando de um jeito estranho, tem certeza que foi só a biblioteca?
Ele me olhava fixamente, esperava que eu dissesse que não. Foi então que eu apenas sorri e respondi: Sim, só fui lá na biblioteca.
-Tá, tá. Já que está dizendo... Enfim, quer ir lá em casa depois? Tipo, pra gente tomar um banho de piscina e tal. Lá é um pouco solitário.
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O Garoto Do Ônibus (Romance gay) EM CORREÇÃO
Romance"Às vezes, quando caminhos se encontram, novas histórias começam." Aro, garoto de 18 anos tenta recomeçar sua vida em uma nova escola, e lá, ele irá encontrar o amor e o ódio. Guerras serão travadas, caminhos cruzados, amores roubados. Nada será co...