—Precisamos conversar.
Apenas afirmo e dou espaço para que ele entre no apartamento, e Fernando olha cada detalhe da minha casa, desde os mínimos detalhes até o grande. Lembro que deixei a porta do quarto onde estava e a minha vontade era de correr até o local e fechar, já que a porta dá de frente para a sala. Mas é tarde demais e vejo Fernando caminhando até o quarto.
Assim como fez ao entrar, ele olhou tudo, até as pinturas que estavam penduradas, estava tudo uma zona pois é um cantinho para relaxar e sujar, se eu quisesse o manter limpo ficaria em qualquer outro lugar da casa menos ali. É organizado.
—Você que fez isso?. -olho para o que o moreno aponta e vejo o quadro não terminado que estava trabalhando há alguns minutos atrás antes de ter que sair para abrir a porta. Afirmo com a cabeça. —É incrível, Agatha, não sabia que gostava de pintar. Suas pinturas são…Uau.
—Obrigada. -sinto a quentura em minhas bochechas e mal posso acreditar que estou corada. —O que queria conversar?. -pergunto tentando mudar de assunto.
Fernando parece voltar pra realidade pois desvia sua atenção dos quadros e volta toda ela para mim. Me sinto bem com isso.
—Podemos conversar na sala?. -pergunta e afirmo.
Caminhamos para o ambiente de antes e Fernando se senta no sofá, depois de recusar qualquer coisa para comer ou beber eu lhe acompanho, porém me sento na poltrona.
Várias coisas passaram pela minha cabeça mas nenhuma era realmente concreta. Fernando era uma pessoa aberta, sempre disposta a dizer o que quer mas dessa vez ele estava em silêncio como se estivesse pensando no que dizer, como se estivesse buscando cada mínima palavra que irá sair da sua boca.
—Eu quero você. -ele vai direto ao ponto, sem nenhum rodeio. —Sei que pediu para esquecermos e formos somente amigos, mas não posso e não quero esquecer o que rolou entre a gente naquele dia. Seu beijo não é uma coisa simples de esquecer e aquela noite se repete a cada dia na minha mente, estou parecendo um viciado em abstinência, um viciado que provou de sua droga apenas uma vez e é foda quando não se encontra o mesmo fornecedor em qualquer esquina.
Hoje é dia dos homens me deixarem sem palavras, em choque, sem saber o que fazer. De qualquer coisa que eu tenha pensado sobre essa conversa com Fernando, nenhuma chegou perto do que ele disse.
Fernando não é o tipo de pessoa apenas pra uma noite, talvez em uma balada com alguma estranha que não verá mais. Mas com uma conhecida? Não, ele não parece ser esse tipo de pessoa e eu sei que ele não vai desistir tão cedo de me ter novamente. E eu não quero que desista. Meu corpo chama por ele todas as noites, eu acordo excitada por culpa dele todas as noites e isso porque não são realmente suas mãos que estão ali e sim algo que minha cabeça criou para sair da abstinência que Fernando é.
Tendo ele aqui e agora, na minha frente, falando que me quer é excitante pra caralho, e eu o quero, mais do que podia imaginar. Porém demoro para te dar uma resposta e acredito que ele tenha entendido esse silêncio como um "não" pois quando dou por mim ele está caminhando até a porta. A minha única reação é correr em sua direção e me jogar em sua frente o impedindo de continuar abrindo a porta.
—Estou em abstinência. -digo. —E eu quero a droga que é o seu corpo, quero transar com o cara da boate e dessa vez quero lembrar.
Não espero por sua resposta, pois o beijo.
O beijo ferozmente, sinto saudade dos seus lábios, do seu gosto e da maravilha que sua língua faz. Fernando aperta minha cintura com uma mão e com a outra puxa meu cabelo me fazendo gemer em sua boca.
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O Cara Da Boate- Série: Tentações
RomanceLivro 2 O que aconteceria se duas pessoas que sentem atração uma pela outra se privassem de estarem juntas? Era pra ser só uma ficada na madrugada de sábado depois de sua amiga a abandonar e encher a cara de bebidas, porém ao acordar no dia seguint...