O Cara Da Boate- Série: Tentações

9° Capítulo

FERNANDO

Entro em meu escritório e fecho a porta atrás de mim, a bagunça presente no local me fez suspirar de frustração.  Eu já fiz de tudo para tentar organizar todas as papeladas e nada parecia resolver. Os desenhos estavam guardados em várias pastas em um canto perto da enorme parede de vidro, enquanto minha mesa estava um completo caos, eu simplesmente não sabia o que fazer com aquele tanto de coisas pela sala.

Agatha acabou cancelando nossa reunião –a mesma que iria poder dar um fim nessa bagunça em poucos dias– eu não estava com raiva dela pelo feito, mas ficava contando os segundos para que meu celular tocasse com uma ligação sua, ou que minha secretária entrasse em minha sala para informar que a ruiva havia ligado para marcar uma reunião, que acabaria com a minha frustração interna toda vez que entrava em minha sala.

Houve uma mudança de salas –depois que o andar acima ficou pronto– e eu acabei indo para o meu tão sonhado andar, o topo da empresa –que teve alguns problemas alguns meses atrás nos obrigando a adiantar a mudança para dois andares acima– que possuía a melhor vista de Seattle e seria a vista que estaria a minha disposição em alguns dias da semana, já que 55% do meu tempo estou na empresa de meu primo, Luke, onde sou sócio e melhoro seus desenhos horríveis. Não sei como ele entrou nesse ramo com sua falta de habilidade para qualquer tipo de desenho, a sorte dele é que me tem em sua vida. Modéstia a parte.

Depois de perder mais alguns minutos tentando organizar, da maneira mais correta, os papéis e me sentar em minha cadeira, um pequeno toque na porta me faz desviar a atenção para o nada e encarar a porta.

—Pode entrar. -assim que a porta é aberta, consigo ver minha secretária. Arrumo a postura para uma pessoa mais séria e lhe olho novamente. —No que posso te ajudar. -pergunto ao inclinar meu corpo para frente esbarrando sem querer no meu notebook. 

A cada minuto dentro dessa sala me questiono porque não arrumei esse ambiente antes de me mudar.

—Uma moça me informou que o senhor tem uma reunião com ela, porém não há nada em sua agenda informando que tem uma reunião a essa hora da manhã. -olho em meu relógio, que marcava 08:06 da manhã e franzo os olhos. 

—Ela disse o nome?. -pergunto

A postura da minha secretária muda, ficando preocupada como se sentisse culpada.

—Não, ela disse que prefere não informar o nome e que o senhor provavelmente estaria esperando pela sua presença. -apenas afirmo com a cabeça e peço para que deixe a pessoa entrar, seja lá quem for. 

Tento buscar em minha memória quem poderia ser, ou se eu havia marcado de me encontrar com alguém e não me recordava, porém nada vinha em minha cabeça além de um grande branco. 

Segundos depois escuto uma batida soar na porta e viro a cadeira para ver quem era, e porque não gostaria de informar o nome. Quando vejo a cabeleira ruiva, um sorriso involuntário tomou conta de meu rosto, no fundo eu sabia que ela viria.

—Pensei que iria me ligar para marcar uma reunião. -provoco-a 

Agatha me ignora, de primeira, avalia toda a sala e depois do que pareceu minutos, ela se senta na cadeira disponível a minha frente.

—Primeiro que eu iria ligar para sua secretária e marcar uma reunião, e, segundo que eu estava sem nada pra fazer e resolvi vir e terminar essa tortura o mais rápido possível. -pela mesa de vidro consigo ver seu movimento ao cruzar as pernas. —E a primeira mudança a ser feita será essa mesa. É antiético ficar olhando as pernas de uma mulher sem ao menos disfarçar o desejo explícito em seus olhos.

Fui pego. Confesso que desde que dormi com Agatha depois daquela noite louca na balada, e do quase beijo –depois de não conseguir me controlar– no elevador, que não penso em outra coisa que não seja ter essa boquinha atrevida na minha e em várias outras partes do meu corpo. O real motivo pelo qual não tentei levá-la para cama novamente é porque respeito totalmente sua decisão de apenas sermos amigos e esquecer o que aconteceu no meu quarto naquela madrugada, mas é extremamente impossível esquecer de tudo o que houve e não desejar por mais um round.