1° Capítulo

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Tenho certeza que todos já escutaram que "se arrependimento matasse, nós não estaríamos aqui" e soa tão clichê ao ponto de não parecer real, só que nesse momento eu me encontro nessa situação em todas as formas possíveis e inimagináveis.

Meu corpo se encontra acordado, porém continuo com os olhos fechados, minha cabeça está a ponto de explodir -maldita ressaca- resultados da noite passada, depois de Elinor me abandonar na inauguração da nova balada, e com inauguração eu quero dizer bebida grátis até 3 da manhã.

Meus olhos não estão acostumados com a claridade que entra dentro do quarto, um minuto, eu não conheço esse quarto. Levanto da cama na mesma velocidade que minha pressão quase deu de cara com o chão, espero minha vista voltar ao normal e então começo a procurar minhas roupas pelo quarto -ou o resto delas- quando vejo uma costas nua com o resto do corpo coberto pelo lençol fino da cama.

O pior da bebida é o after dela, quando acordamos no dia seguinte e não recordamos de quase nada do ocorrido -ou não lembramos de nada- como é a minha situação agora, claro que eu me lembro de discutir com o barman para me dar mais bebida, pois o mesmo se recusava. De procurar Elinor por tudo que é canto e desistir depois que a bebida começou a fazer efeito, ah e claro, do cara da boate com quem conversei por um bom tempo. Mas só temos um problema.

Eu não me lembro do seu rosto.

—Onde vai gata?. -paraliso no mesmo lugar enquanto tentava abotoar meu sutiã.

Junto toda a coragem presente no meu corpo e viro ficando de frente com...só pode ser brincadeira. Puxo com tudo o lençol da cama -o mesmo que cobria seu corpo nu- e me arrependo no mesmo instante.

—Só pode ser brincadeira. -exclamo ao passar a mão no meu cabelo.

—Concordo, você poderia ter pego outro lençol, mas não é como se eu não tivesse visto tudo o que está escondendo. -seus olhos estão presos em meu corpo, não acho que tenha visto meu rosto durante esses minutos.

—Fernando. -chamo sua atenção e é quando ele finalmente me olha nos olhos.

Não acredito que com o efeito de algumas bebidas me fez dormir com esse cara, ok não irei culpar a bebida, Fernando é um homem bonito, muito bonito pra ser mais exata e não faz o tipo de rapaz que obriga alguém fazer o que não quer, o que me faz pensar que eu não pensei duas vezes antes de beijá-lo.

—Agatha. -exclama ao se cobrir com um dos travesseiros disponíveis na cama. —Nós. -começa e eu reviro os olhos pela afirmação mais óbvia.

—Sim Fernando, nós transamos. -pego meu vestido jogado perto do closet e o caminho até a porta que acredito ser o banheiro. Lavo o rosto, escovo os dentes com o dedo mesmo e enxáguo a boca com listerine.

Volto para o quarto e Fernando já estava vestido com uma calça de moletom preta, procuro meus sapatos e agradeço quando o rapaz me entrega junto com a bolsa.

—Isso. -aponto para nós dois. —Nunca aconteceu, entendeu?. -digo

—O que aconteceu? -pergunta e sorrio.

—Ótimo, que bom que entendeu. -olho o horário se iluminar no relógio exposto na cômoda e me assusto com o horário. 6:47. —Merda, vou me atrasar pro trabalho.

—Hoje é domingo. -diz como se eu tivesse falado a coisa mais absurda do mundo.

Tenho um projeto super importante para ser entregue essa semana e pelo imprevisto de ontem -cujo a saída com Elinor- não consegui adiantar uma boa parte, o que é super péssimo pois tenho mais dois trabalhos a serem terminados e entregue nessa semana.

O Cara Da Boate- Série: Tentações Onde histórias criam vida. Descubra agora