11° Capitulo

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Só essa semana eu acordei duas vezes atrasada para ir ao trabalho, por conta de dormir até mais tarde, e dessa vez não foi nem trabalhando em algum projeto.

Já faz três dias desde que vi Fernando a caminho do restaurante, e da sua carona. Depois desse dia não o vi mais, porém o dia para nossa reunião com a apresentação do projeto do seu escritório, estava mais perto do que posso contar e ainda falta alguns detalhes pois eu simplesmente não conseguia me concentrar. Ligo para minha colega de trabalho, Carol, e peço para que a mesma me dê uma carona pois acordei atrasada. Eu preciso de um carro o mais rápido possível. 

—Bom dia. -cumprimento a morena a minha frente e fecho a porta do seu carro. —Obrigada por vir me buscar, eu chegaria atrasada hoje se não fosse a sua boa vontade. -fecho o cinto.

Carol sai com o carro. 

—Você praticamente me ameaçou. "Se você não vir buscar em dez minutos, juro que irá se arrepender de trabalhar comigo". -diz em uma falha tentativa de tentar imitar minha voz, que não é fina dessa forma, e nem de outra.

A olho indignada.

—Eu não falo desse jeito, e se não tivesse te ameaçado você, provavelmente, não estaria aqui. 

Ela dá risada e afirma com a cabeça. 

—Realmente. -diz por fim. —Como anda o projeto em que está trabalhando?. -pergunta curiosa.

As imagens de eu tentando terminar o projeto é frustrante de uma forma que nem sei descrever. O único trabalho que o lápis teve nesses últimos dias era o de ficar girando no meu dedo, e ficar deitado na mesa, perdi a conta de quantas vezes levantei pra ver se a criatividade voltasse para minha cabeça, mas nada adiantou. Neste meio tempo consegui terminar outros projetos, o problema mesmo era o de Fernando que parecia não ter fim, isso porque nunca tive problemas com criatividade mas parece que o bloqueio me atingiu com força –para o projeto de Fernando–.

—Não anda né. -digo. —O bloqueio criativo me atingiu com força e fez moradia. Para esse projeto em específico. 

Assim como minhas amigas, –que se tornaram as melhores nesses últimos meses– Carol também não sabia de nada, até porque seria injusto realmente souber de alguma coisa e minhas melhores amigas,  não.

Não é como se eu não confiasse nelas ao ponto de contar, mas as conheço o suficiente pra saber que tentaria nos juntar e não é isso que quero, não é em um relacionamento que gostaria de entrar. Estou pronta e preparada para ser a tia rica, solteira e baladeira, foi tudo planejado nos mínimos detalhes, e não pretendo acabar com o plano.

—Questão de tempo, daqui a pouco ela deixa de fazer moradia. -comenta e ao virar a esquina, vejo a empresa A&B. 

Pessoas entravam e algumas saiam pela porta da frente e outras entravam com o carro na garagem disponível na empresa.

—Assim espero, pois só tenho dois dias.



O aconchego da sua casa é a melhor coisa que temos depois de um dia longo cheio de reunião com clientes, alguns difíceis e outros fáceis de lidar. Eu não só gostava do meu trabalho por poder usar minha criatividade para agradar outras pessoas e tornar o lugar em que estou transformando em algo que elas realmente amam, e sim, pelo fato de que não preciso ficar na empresa por muito tempo já que sempre estou visitando lugares que serão, em breve, reformados e para reuniões em lugares diferentes. Sendo assim, quase sempre, em constante movimento durante o dia. Claro que existem momentos em que fico o dia inteiro, ou parte dele, no escritório, mas não é algo que me incomoda.

O Cara Da Boate- Série: Tentações Onde histórias criam vida. Descubra agora