14° Capítulo

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Beijos molhados fazem o caminho do meu pescoço até a parte interna de minhas coxas, eu arfo com a sensação que atingiu meu corpo. Sua mão esquerda dá beliscos em meu seio enquanto a outra separa minhas pernas, Fernando levanta o olhar para mim e retira sua mão do meu seio percorrendo o caminho até minha calcinha de renda branca.

—Essa calcinha te deixa tão sexy que faz com que minha cueca fique apertada. -sussurra com a boca em minha intimidade, enquanto retira minha calcinha.

Solto um gemido abafado pela minha mão. 

—Não, eu quero ouvir você gemer enquanto estiver fedendo sua boceta com minha língua e meus dedos. 

Dessa vez não me seguro e solto um gemido alto ao sentir um dedo me penetrar, seguido de outro. Meu corpo se contorce na cama e vários outros gemidos deixam minha boca, Fernando diminui os movimentos e isso me faz protestar, apoio os cotovelos na cama e o encaro.

—O que você pensa que está fazendo?. -pergunto ainda ofegante. —Não para, vai mais rápido. -jogo a cabeça para trás ao sentir sua língua me possuir. 

Um barulho estridente toma conta do local, me viro ao lado mesinha e de repente Fernando não está mais me dando prazer, e eu nem sequer estou nua em minha cama. Tudo não passou de um sonho, no qual estou molhada e excitada às seis da manhã. 

Me jogo na cama e passo as mãos em meus cabelos em uma tentativa de não parecer menos frustrada.

—Droga.



Duas semanas já havia se passado desde a primeira vez que tive um sonho erótico com Fernando, depois daquele dia os sonhos continuaram frequentes, era como se meu corpo sentisse falta de algo que está começando a esquecer, como se estivesse em abstinência. Um corpo viciado em uma maldita abstinência. 

O projeto de seu escritório já havia finalizado, e as coisas na empresa estava tudo em seu devido lugar, os projetos só aumentavam e as horas livres só diminuíram. Sai algumas vezes com as meninas mas estava trabalhando muito até nos finais de semana, Ayla está super bem com Luke e isso me deixa mega super feliz pela minha melhor amiga, ela merecia essa felicidade, merecia o melhor. A mudança que fiz na casa de Elinor sem ela saber já havia sido finalizada, e ela amou, modéstia a parte mas eu arraso na decoração.

Depois de dias trabalhando igual uma doida, finalmente tenho um final de semana livre e decidi tirar esse sábado pra mim, e talvez quem sabe sair no domingo.

Estava na sala de pintura que fiz no meu apartamento, sentada na cadeira dando os últimos retoques no desenho que estava pela metade e os últimos retoques são o de hoje. Trabalhar tanto nesses dias, sem parar, diminuiu o estoque da minha criatividade.

Escuto a campainha tocar e franzo as sobrancelhas e largo o pincel com a tinta na mesinha e limpo minhas mãos sujas de tinta no macacão jeans. Ando descalça até a porta de entrada e assim que a abro fico em choque, e a vontade é fechar a porta na sua cara mas eu não consigo, estou travada no lugar tentando entender como ele descobriu onde moro e o que está fazendo aqui.

—Não vai convidar seu pai para entrar, filha?

Como ele descobriu meu endereço? Como ele sabe onde moro? O que ele tá fazendo aqui?

As perguntas rondam minha cabeça freneticamente, elas se repetem a cada minuto e isso me deixa mais doida e curiosa do que jamais fui. 

Anos já haviam se passado e ele nunca me procurou, nunca perguntou de mim, então o que ele está fazendo aqui depois de anos? 

—Como descobriu onde moro?. -pergunto depois de um tempo quando finalmente saio do meu transe e consigo encontrar palavras na minha boca. 

Ele avalia o local ao meu redor e quando finalmente termina sua avaliação me olha, aquele sorriso, que eu conheço bem, estampado em seu rosto e naquele instante eu soube. Ele sabia que fui à sua casa.

—Meus seguranças informaram que voltou para sua cidade Natal para visitar sua mãe enquanto estava ausente. -seu rosto era pacífico, eu não pude identificar nenhuma emoção vindo dele e aquilo me apavorou. —Acho que esqueceu da educação que eu e sua mãe te deu. 

Recompondo minha postura o encaro.

—Não devo satisfação da minha vida pra você. -cruzo os braços. 

O fato de eu odiá-lo não tem nada a ver com ele me maltratar na infância, até porque sempre fui a filhinha de papai até certa idade, é algo muito mais complexo do que alguém um dia possa entender.

Escolhas erradas afetam mais a família do que as pessoas imaginam, principalmente se essa pessoa mora embaixo do seu teto e muda completamente. 

—Realmente. Mas acredito que não queira saber das consequências da sua mãe por ter mentindo pra mim só pra proteger a filhinha querida dela. Você sabe que odeio mentira, Agatha, principalmente quando descubro a verdade de outras pessoas.

Sinto um arrepio subir a minha espinha e congelo no batente da porta, minha perna estava começando a doer por conta da posição mas não conseguia me mexer.

—Agatha?. -escuto uma terceira voz que não estava presente no local antes e novamente me sinto entrar em choque.

Viro a cabeça para o lado e torço para não ser quem estou pensando, que não seja a voz que vem atormentando meus sonhos nas últimas semanas e me fazendo acordar excitada. Porém minhas preces não são ouvidas e vejo Fernando parado atrás do meu pai, sua cara era de pura confusão como se tentasse entender o que estava fazendo, porque claramente minha expressão não era uma das melhores.

—Está tudo bem?. -se pronuncia novamente.

Vejo o homem à minha frente, que a anos atrás era o meu herói favorito, arrumar o terno e colocar a melhor expressão em seu rosto.

—Bom, eu já estava de saída. Foi um prazer te ver Agatha, espero que tenha entendido o meu recado. -se aproxima do meu corpo. —Não pense que só pelo fato que saiu de casa anos atrás, eu tenha fechado os olhos para o que você fazia e com quem você estava pois sempre soube cada um de seus passos, filhinha. -sussurra perto do meu rosto e ao se virar posso sentir o sorriso em seu rosto. —Boa sorte, rapaz. Acredito que irá precisar. -e com isso ele some dentro do elevador e com ele leva todas as minhas dúvidas, agora respondidas.

Ele sempre soube cada passo meu, tudo o que fazia. Fui uma tola ao pensar que tinha me livrado desse homem, da pessoa que ele se tornou.

—O que faz aqui?. -pergunto ao sair do transe e volto a olhar para Fernando. 

Ele se aproxima de mim, com a expressão de preocupação ainda em seu rosto.

—Está tudo bem?. -afirmo com a cabeça. —Tem certeza?.

Não, eu não tinha. Então escolhi mentir.

—Sim, estou ótima.  -me arrumo no batente da porta. —Mas então, ao que te devo a sua ilustre presença?.

—Precisamos conversar. 

O Cara Da Boate- Série: Tentações Onde histórias criam vida. Descubra agora