Entrei No Jogo

Purgatório

Diferente dos dias anteriores, o sol se mostrou brilhante quando amanheceu naquele estranho dia triste.

— Ela conseguiu dormir? — Ayato estava no corredor fora do quarto onde haviam colocado a nova hóspede da mansão.

— Sim. — Ayaka fechou a porta atrás de si. — Mas acredito que só conseguiu por causa do chá calmante que Thoma fez. Ela está muito nervosa e triste pelo que aconteceu com aquele homem.

— Diluc, certo? — O irmão mais velho queria confirmar.

— Eu conheço o cara, o que está planejando? — Thoma olhou firme para o chefe.

— Venha aqui, Yuri. — Ele chamou um dos rapazes do Shiuumatsu-ban.

— Lhe sou todos os ouvidos, chefe.

— Quero faça um perímetro ao redor da casa e que mantenham guarda para afastar qualquer homem de cabelos e olhos vermelhos de se aproximar a ponto de que não possamos nem escutar sua voz se ele gritar.

— Ahmm. — O rapaz ficou um pouco cunfuso.

— Não queremos ouvir a voz dele. — Ayato deixou mais claro.

— Sim, senhor.

— E se ele aparecer quero ser avisado imediatamente.

— Certo.

— O que você está fazendo? — Thoma ficou preocupado. — Ela não pode fugir dele... você sabe.

— Sim, sei tudo sobre o contrato como me disse, mas nesse caso, ela não está ciente que estou fazendo isso, e como não faço parte desse contrato, ela estará a salvo, certo?

— Isso faz sentido. — Ayaka concordou.

— Tá bom, mas temos que ficar atentos para não interferir nisso.

— Tudo bem, ficaremos atentos a qualquer sinal de quebra no contrato. — Ayato estava pensativo.

— Tudo bem, então... — Ayaka bocejou. — Eu vou para meu quarto, estou cansada.

— Vocês podem ir dormir. — havia uma coisa intrigando Ayato. — Eu tenho reunião daqui a pouco, então não vale a pena voltar para a cama.

— Ok. — A menina foi na frente.

— O que você está pensando? — Thoma esperou a garota sumir no corredor para perguntar.

— Eu ia mesmo tirar uma dúvida com você. — O chefe olhou para a porta do quarto onde Jean estava. — Thoma, você está sentindo esse aroma diferente que está vindo dela? Um cheiro amargo e ardido ao mesmo tempo.

O loiro arqueou as sobrancelhas, surpreso e ao mesmo tempo alarmado, pois essa pergunta o levou a uma conversa que teve com aquele homem há alguns dias antes de Diluc partir com Jean para a Ilha Watatsumi, durante um treino da loira e sua chefinha.

— Não sentiu nada de diferente mesmo? — O ruivo estreitou o olhar para o loiro.

— Nadinha. — Thoma balançou a cabeça, negativo.

— Estranho... — Diluc estava intrigado. — Não existe padrão, simplesmente eu senti e Kaeya também, e provavelmente aquele cara em Liyue.

— Você já pensou em perguntar para ela?

— Eu perguntei se era algo do mundo dela, mas me arrependi imediatamente e mudei de assunto. — Ao lembrar o homem se envergonhou. — Ela não faz ideia do que é isso.

— Hmm entendi, mas me diz, como é esse cheiro?

— Não sei te dizer ao certo. — Mas ele mesmo ficou pensativo e intrigado em como responder aquilo. — É algo como... me lembra castanhas caramelizadas feitas na hora, ainda quentinhas saindo da panela, mas... tem muito mais. Tem um poder afrodisíaco poderoso que me deixa atiçado de longe.