O Coração de Diluc

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O tempo andou e os dias foram passando vagarosos. Jean encontrou com outros personagens jogáveis como Bennet, Amber, Eula e até Klee. A emoção de ver cada um deles e poder cumprimentá-los era sem igual. A sensação era de realização e o desejo era de nunca mais querer ir embora, apesar de ainda não revelar seu segredo aos novos contatos.

Noelle estava aprendendo dia após dia suas atividades e para a surpresa de Lisa, ter a cavaleira como estagiária foi surpreendentemente eficiente. Jean agora tinha tempo para uma pausa para o café da tarde e Noelle não estava tão fissurada pelo trabalho, como todos imaginavam. Claro que a nova Jean deu um jeito de fazê-la se acalmar, como um tratamento terapêutico através de conversas.

Apesar dessa parte estar dando certo, havia o lado no qual Lisa e Kaeya evitavam Jean sem nem disfarçar. Se não fosse por Noelle, a mulher estaria enlouquecendo por falta de conversar com alguém e a noite também tinha Bárbara ao seu lado.

Quando a diaconisa soube que Kaeya e Lisa sabiam a verdade, se sentiu positiva.

— Acho que isso é melhor do que eles lhe darem voz de prisão. — A loirinha estava pensativa. — De qualquer forma seria um choque se a notícia se espalhasse e que a intendente fosse presa ou expusessem assim que ela já não está mais entre nós. A cidade ficaria perdida.

— Mas eu não tenho como saber se realmente gostam de mim... se realmente pensam desse jeito. — Jean olhava pela janela enquanto o vento calmo mexia com seus cabelos. Se sentiu atraída pela vista e foi até a sacada.

— Talvez, se quiser descobrir, deveria procurar uma terceira opinião...

— Hmm uma terceira opinião...? — Jean ficou pensativa, mas sua atenção tomou outro foco.

"Não me canso de admirar essa vista" o brilho da cidade a noite se estendia até o horizonte. "Esse lugar é tão lindo" então ela se agachou encostando o rosto no guarda corpo. "Não quero ir embora desse lugar, nunca".

— Às vezes você realmente me lembra minha irmã. — Bárbara sorriu, entrando na sacada. — Ela ficava aqui admirando a cidade quando tinha tempo também

— É que é tudo muito bonito pra não se admirar... — Então Jean desviou o olhar para a companhia. — Se não olhar assim para as coisas ao seu redor, pode acabar se esquecendo do que quer proteger.

"Ela realmente... minha irma" os olhos de Bárbara se encheram de água.

— Realmente. — A menina enxugou os olhos

— Ora.. que isso Bárbara...? — Jean se aproximou, já abraçando a mais nova. — Vai dar tudo certo. Sei que está com saudades, mas aos poucos as coisas vão se ajeitar.

***

A cada dia a dúvida de ser bem vinda ou mau vinda ali, só aumentava e como Kaeya e Lisa não queriam conversa, não havia como entender o que realmente pensavam.

"Se houvesse uma forma de fazê-los conversar comigo" afinal nem mesmo os assuntos do trabalho cruzavam com o do outro para acontecer um diálogo sequer.

Enquanto ela se aprofundava em seus pensamentos, um conhecido piado junto ao som de asas batendo , chamou sua atenção na janela.

— Ora, que bom ver você de novo! — Jean sorriu se levantando. — E em menos de um mês...

Ela coçou a cabeça da ave, carinhosamente, lembrando que nas memórias de Jean, Diluc entrava em contato raramente uma vez por mês ou dois.

"Deixe-me ver" ao verificar a águia tinha uma nova mensagem na garra e dessa vez com jeito, a mulher pegou o papel, qual ela abriu com certa ansiedade.

Entrei No JogoOnde histórias criam vida. Descubra agora