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Lembra quando te perguntei o que achava de mim? Provavelmente não… você tem a tendência de se esquecer dessas coisas. Mas eu lembro das suas respostas vagas e genéricas. Me pergunto se me conhece além da pessoa que você diz se importar muito, "mesmo que não pareça."
Se não sabe, vou te explicar…
Sobrevivi aos baques e contratempos da vida, por isso sou cheia de arranhões, rachaduras e trincas. Nunca passei por uma reforma, e sempre tive que lidar com o meu modo velho e surrado. Gosto de músicas, amo o silêncio e aprecio certa medida de barulho. Gosto da chuva, de café quente, livros, romances clichês e dramas que me fazem pensar na vida. Ouço que sou como os quadros raros de Van Gogh, mas não me acho grande coisa, e acredito veementemente que estou destinada a ser assim. Amo com ardor e muita verdade, mas nunca senti tal retorno na mesma proporção. Sei de muitas coisas e acredito em poucas quando o assunto sou eu. Posso ser vaidosa, mas não ligar muito pra isso na maioria das vezes. Sou um misto de franqueza e mistérios, e pra me conhecer tem que mergulhar afundo, pois sou um livro complexo que não pode simplesmente ser lido de forma corrida.
Meu coração é antigo e minha essência é um assunto que acredito que você nunca irá enteder.
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As borboletas morreram, precisamos falar sobre isso.
PoetryCaracteres de palavras ditas, palavras não ditas, e palavras que jamais serão. Dores transformadas em palavras, palavras feitas para matar, mas que na verdade quem morre, é quem as escreve.