Apaixonar-se ou não tem sido um dilema pra mim por um bom tempo. Desde que fui violentamente magoada tenho me questionado se estou bem o suficiente pra me permitir engatar em um relacionamento de novo. É que eu estou cheia de dúvidas, medos e receios. Isso se mescla a minha baixa autoestima e falta de confiança. Fico confusa, com interrogações… acho que isso por si só é uma resposta de que não. Não estou em um momento bom para me permitir novamente a essa eventualidade do amor romântico.
Posso confundir encanto com admiração, carência com gostar, paixão com amor, e sinceramente, quem quer ficar confuso sobre o que sente? Se você não está certo sobre seus sentimentos, em primeiro lugar não comece, é perigoso.
Mas eu tenho um medo maior: não estar pronta a vida toda. Acredito que depois de uma decepção muito grande, é bom que o coração descanse e que se entenda e aprenda. Mas e se levar mais tempo? E se nunca sarar? Estarei destinada a caminhar pela vida sem companhia? Eu vou estar sempre com medo? Sempre desconfiada? Sempre ansiosa e covarde?
Bom… não quero pensar nisso por enquanto. Mas é certo que pessoas encantadoras despertam em mim esse desejo de encontrar paz no peito de alguém. Chá, música melódica, céu, mar e chuva me fazem desejar aconchego, paz e moradia em alguém que seja a forma perfeita pra mim, um outro eu melhorado em outro corpo. Flores, casais idosos e cafeterias me fazem desejar ser alguém melhor pra quem entrar na minha vida… alguém com quem se possa contar.
Isso tem a ver com minha baixa autoestima? Com a criança dentro de mim que não se sente amada e aprovada? Será…? Provavelmente.
Provavelmente…
Mas estou okay por enquanto.
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As borboletas morreram, precisamos falar sobre isso.
PoetryCaracteres de palavras ditas, palavras não ditas, e palavras que jamais serão. Dores transformadas em palavras, palavras feitas para matar, mas que na verdade quem morre, é quem as escreve.