Para R…
Eu deveria estar louca mesmo por ter gostado de você. Você era tóxico, problemático e burro. Você até tinha um senso de humor que eu achava legal, e por algum motivo que eu não sei qual, achava seu sorriso bonito e sua altura o máximo.
Eu tava carente, tava perdida, tava machucada e sem rumo. Apegar-me a uma paixonite parecia ideal. Eu era uma adolescente cheia de problemas, conflitos internos e uma família sem estrutura. Parecia certo e até um sonho namorar você.
Se burrice matasse …
Hoje eu sou muito grata, muito grata mesmo por você ter me rejeitado. O problemão que eu iria me meter não está escrito. Ia ser infeliz pra caramba. Iria me perder mais ainda.
Você iria me destruir.
Que bom que você não perdeu sua chance de me humilhar e menosprezar. Você parecia grande por ser popular e ter muitas meninas a fim de você. Você não era lá essas coisas, mas por algum motivo tinha seu charme para as meninas.
Mas sabe…?
Quem é grande hoje sou eu. Não por riqueza, não por status, não por relacionamentos, mas por mim. Pelos meus valores, por eles terem me protegido, por eu ser livre e me considerar feliz apesar dos desafios.
Minha vida não é um mar rosas, nem eu tenho tudo o que eu quero. Mas a minha vida… a minha vida faz sentido. Isso não tem preço.
Espero que você esteja bem com seus 31 anos. Você é um homem agora… uma boa vida.
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As borboletas morreram, precisamos falar sobre isso.
PoetryCaracteres de palavras ditas, palavras não ditas, e palavras que jamais serão. Dores transformadas em palavras, palavras feitas para matar, mas que na verdade quem morre, é quem as escreve.