Introdução

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• Fernando •
Sete anos antes.

Sempre que perdemos alguém, ficamos nos torturando, imaginando que poderíamos ter aproveitado mais; que deveríamos ter dito mais vezes o quanto amávamos a pessoa. Ou que se soubéssemos que aquela seria a última vez que a veríamos, teríamos a abraçado mais forte, ficado por mais cinco minutos em sua presença, apenas admirando ou ouvindo suas conversas bobas e sem sentido. Teríamos beijado com mais intensidade, demonstrado o quanto aquela pessoa era significativa em nossa vida e que sem ela tudo iria desmoronar.

Mas, infelizmente, o mundo real não funciona assim, ele não te dá pistas de quanto tempo você tem com alguém. E quando o fim simplesmente chega, ele nos pega de surpresa, e, com esse imenso baque, tudo que você conhecia como felicidade simplesmente desaparece, tirando-nos até a mínima força de se erguer e continuar nosso caminho.

A dor é real.

Você se vê sozinho em meio a tantos planos e sonhos, e não sabe mais o que fazer. Tudo muda e, de repente, sobras do que costuma ser você estão lá, em um chão frio e empilhadas em caixas. E mesmo que não queira, é arremessado no amanhã com a tosca promessa de seguir adiante.

A dor é real.

Diria até uma amiga traiçoeira que nos corrói a alma e nos deixa embriagados com a beleza acolhedora e convidativa da tristeza e solidão.

A dor é real.

Ela está ali, em cada lembrança, em cada pensamento e em cada instante do seu dia, te instigando a continuar inerte no lugar frio e sombrio que você construiu para escapar da realidade.

A dor é real.

E ela não nos deixa respirar por um momento sequer. Ela nos suga até a última gota de ânimo e nos deixa despido de qualquer outro sentimento a não ser a saudade de tudo que tivemos e de tudo que jamais poderemos ter.

Não se apaixone por mimOnde histórias criam vida. Descubra agora