Running Blind - Deukae Fanfic

Capítulo 1: Quando o fogo vier

Observação: Pode conter assuntos delicados ou gatilhos para alguns. Não se sinta mal em parar a leitura. ♥ Mas tratei tudo da maneira mais respeitosa!  Boa leitura!

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A palma da minha mão parecia esquentar, como foi naquele maldito dia de ensaio. E como eu gostaria de ter esquecido, ou melhor, ter apagado esse dia da existência de todos ali.

Desde o acontecimento, que iniciou o distanciamento de Siyeon de todas nós, seu quadro com bebidas alcoólicas, insonia e cigarro havia aumentado. Seu relacionamento estava se afundando pouco a pouco, como em uma areia movediça. Seu humor era volátil, as alterações nas letras que Dami escreviam, carregavam tons mais pesados. Siyeon é nossa "front man" ou melhor dizendo, "front woman". Ou seja, algumas decisões ficam nas mãos dela, por conta do seu nível de conhecimento com as músicas.

Eu era sua líder, falhei como tal e falhei como amiga. Esta coroa de liderança nunca foi de meu feitio, mas foi passado, quando aquela canalha chinesa foi embora. Pelo menos nossa banda fez algo de bom. Pelo menos para ela.

Com a cabeça conturbada por tudo, Siyeon confiou o dinheiro de sua mãe, para o tratamento que ela estava submetida. O estado de sua mãe era complicado, induzida ao coma para a melhor recuperação. Então, toda parte financeira, assinar documentos, pagar por X e Y, era feito por mim. Tentei naquela época me equilibrar entre o lixo de relacionamento que eu tinha, sobre manter a banda hábil, minha família, saúde da mãe de Siyeon, Siyeon e... Algo que ainda estou tentando entender o que aconteceu. 

Pie, cachorra de Yoohyeon teve problemas emergenciais a resolver, e sem consultar Siyeon, retirei uma parcela da conta direcionada ao tratamento de sua mãe, para ajudar minha... Amiga, e membro da banda.

Que erro.

Mesmo que eu tivesse com o dinheiro contato para repor, de um pagamento que seria recebido na próxima semana. Estava errada minha atitude. 

Chegando no fatídico dia, tinha chegado no estúdio junto de Yoohyeon, que a levei para ver a recuperação de Pie antes de lá. 
Estávamos montando tudo e como sempre, Siyeon foi a última adentrar o lugar. Seu estado estava alterado, não só pelo seu caminhar, mas pelo jeito que nos encarava. 
Eu fui seu alvo e hoje, entendo que foi merecido. Seu dedo afundou em meu peito e seu rosto se aproximou rente ao meu. Sua unha parecia perfurar minha blusa e se dependesse da força dela, que não lhe faltava, aquele dedo entraria em minha carne.

- Você é uma desgraçada aproveitadora, sabia? - O cheiro que exalava de sua boca, era uma mistura estranha de álcool e menta. Ela bateu o dedo em meu peito duas vezes e novamente, apertou contra.

- Do que você está falando, Siyeon?

- Você sabe muito bem, garota. Acha que não consigo acompanhar os gastos de longe? Acha que minha mãe precisa de ração especial, ou cirurgia na pata traseira, Kim Minji? 

Já brigamos algumas vezes, mas nem na pior das brigas em nossa adolescência, ela me tratou no informal. Minha feição mudou-se por completo e o silêncio só não era mantido, pois eu escutava a respiração furiosa de Siyeon na minha frente.

- Siyeon, vamos conversar... Eu e você lá, fora, tá bom? - Peguei sua mão com leveza, afastando de mim. Mas fui interrompida, com ela jogando minha mão para o lado e esticando o dedo indicador entre meus olhos.

- Você foi minha amiga por esses anos todo pelo meu dinheiro, Minji? Em?! Eu não vou lá fora, porra nenhuma! Eu quero que a banda toda veja a desgraçada aproveitadora que você é.

Seu tom de fúria era enorme, raramente eu via aquilo, mesmo em anos e anos de amizade. Eu tentava me manter plena e de canto de olho, observava a reação das outras. Que, por fim, pareciam paralisadas por toda a situação.