Running Blind - Deukae Fanfic

Capítulo 14: Ameaça vazia

:3 hey hey!

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Sentia uma mão pesada em meu rosto, me empurrando para trás com certa firmeza. Abro meus olhos, ainda pesados e agora entendendo o porquê da Bora estar me empurrando.

O telefone devia estar tocando a terceira vez, e com resmungos da preguiçosa, me levanto o mais rápido que podia para atender.

Minhas pernas ainda estavam doloridas e não fazia muita noção do que estava acontecendo. Mas tinha consciência o suficiente para me perguntar, do porquê eu não ter pego o celular e posto mais perto de mim.

— Alô. — Dizia no maior tom de mau-humor possível, saindo do quarto e fechando a porta atrás de mim. — Quem é?

— Oi, Unnie. Eu te acordei, não é? Acho melhor eu desligar...

Era Yoohyeon.

— Não, pode falar, está tudo bem. O que precisa?

— Tem certeza? Queria conversar com você...

Seu tom parecia de alguém tentando se equilibrar em uma linha bastante fina, e talvez, a linha se chamasse consciência pesada. Dizia para ela prosseguir, enquanto caminhava em direção do banheiro social. Arrastava meus pés no chão de madeira gelado e aproveitava para dar um longo bocejo.

— Queria pedir desculpas sobre ontem. Acho que temos uma amizade o suficiente para eu ser sincera com você em alguns aspectos.

— Claro que temos, pode falar o que for preciso.

Vou para frente do espelho, me assustando um pouco com o estado que estava meu cabelo e também, pelo meu corpo. Estava apenas com o meu short de pijama, o que me dava certa visão ampla do estrago que Bora havia feito em meu corpo. Se a polícia entrasse, acharia que eu tivesse sido espancada.

Amei as marcas.

— Então, Unnie... Eu estava sim um pouco fora de mim, não tem como negar. Mas também, não nego que falei algumas verdades. — Ela dava uma pausa de alguns segundos. — Independente eu te desrespeitei e desrespeitei a Bora.

— Hum...

Apenas dizia como sinal para ela prosseguir, enquanto caminhava em direção a sala. Onde havia deixado uma blusa de moletom por lá. A visto, ainda escutando Yoohyeon no telefone:

— Talvez esse desejo que ainda alimento, é o que me bloqueia de algumas outras coisas. Bom... — Escutava seu suspirar, longo e pesado. — Podemos, sei lá, conversar de frente para outra?

— Ahm, acho que sim. — Era uma mistura estranha de "Que gostoso ser desejada", com "Isso é muito errado" — Onde?

— Pode ser aqui em casa? Aí retoco sua raiz.

— Como assim? — Dizia com certa curiosidade, tentando olhar meu cabelo pelo reflexo da televisão. — Está feio?

— Não! É que você reclamou disso ontem na festa, sei lá, podíamos fazer algo... De amiga.

— Tá bom, vou avisar a Bora e dou um pulo aí.

Nos despedimos, e eu, ainda fiquei me encarando no reflexo da televisão. Não queria muito ir à casa dela, visando o que aconteceu a algumas horas atrás. Mas, eu precisava fazer isso. Por ela.

Me levanto do sofá, indo em direção ao quarto e abrindo a porta com cuidado.

Bora ainda estava deitada, enrolada no edredom e totalmente apagada. Era fofo demais para eu só assistir aquilo.

Troco o moletom pela minha regata novamente e troco o short de pijamas também. Ia até o lado de Bora, me sento e inclino o corpo levemente para beijar sua testa. Demora alguns segundos, mas ela abre um dos olhos, me encarando com um pesar preguiçoso.