Os dias passam rápido. Rápido o suficiente para algumas coisas se acertarem e outras se desenrolarem da pior forma.
Yoohyeon já tinha conseguido se mudar, o que foi a felicidade do nosso grupo naqueles dias. Pois por fim, parecia que o governo só queria enrolar a situação que ela passava.
Após meses na casa de Bora, decidi retornar a minha casa, obviamente, contestada pela minha mulher.
Não sabia dizer se ela me queria pela situação psicológica, que mesmo com terapia, piorou. Ou se é pela saudade, que sinceramente, eu também sentia. Já estávamos acostumadas a conviver uma com a outra. Acordar, tomar café juntas e jantarmos juntas.
Bora levantou a hipótese de manter meu apartamento em aluguel e eu morar com ela, mas por enquanto, não achei correto essa atitude.
Dessa conversa para cá, foram duas semanas, um show e várias recaídas. Toda vez que acendia um cigarro, eu me via chorando por não conseguir me controlar. Uma delas, infelizmente, fez Bora vir as pressas para minha casa.
Minha terapeuta aumentou meus medicamentos e disse ser um estágio normal. Ou como minha mãe dizia: Para melhorar, tem que piorar.
Estava deitada no tapete da sala, encarando a marca em meu teto e escutando música em fone de ouvido. Mexia as pernas para o lado e retornava, como um movimento que se faz para fazer anjo-de-neve. Estava muito inquieta e pensando muito na proposta que Bora levantou para mim. Não sabia, sinceramente, se conseguiria manter o apartamento sem ter um puto no bolso por mês.
A música acaba, me levando a escutar meus próprios batimentos nervosos. Me sento ao tapete, retirando meus fones e terminando de me levantar. Estava com fome e não fiz nenhuma compra decente naquele mês.
Retiro a parte de cima do meu pijama ainda caminhando em direção ao quarto. Era um dia quente, queria vestir uma regata, um short mais solto e meus chinelos.
Dito e feito, levo meu isqueiro e meu maço de cigarros comigo. Junto do cartão e apenas isso.
No elevador sentia a falta do celular, mas talvez, queria um pouco de paz naquele momento de normalidade.
Meu cabelo estava preso acima, deixando os fios caindo levemente para trás e ali, não me importava de mostrar a raiz que já cresceu. Dando um degrade que odiava.
Ao pisar na calçada do meu prédio, o cigarro já estava no canto da boca, recostado nos meus lábios. Me encarava enquanto passava por uma vitrine de uma loja, me perguntando, "como diabos eu tenho uma namorada nesse estado?"
Volto meus olhos a rua, baixos e cansados, mas o suficiente para meu corpo travar. A frente da padaria onde iria comprar, vejo um homem de terno, cabelos perfeitamente arrumado e gesticulando como o tal.
O cigarro caí da minha boca e minhas pernas ficam bambas naquele momento. Não conseguia virar para o outro lado, e nem mesmo, tirar meus olhos daquele homem.
Ainda pensava naquela frase do hospital, enquanto sonhava com Si woo.
O som desaparecia novamente, fazendo até mesmo os carros e caminhões que passavam por ali, soarem muito mais longe do que deveria.
De canto de olho vejo uma garota, talvez um pouco mais nova que eu, me balançando e parecia me chamar.
"Moça"
"Moça!"
Volto ao momento, como se respirasse todo o ar que não puxava a anos. Encaro a menina, com uma feição de pânico e o suor cortando minha bochecha até o queixo.
— Seu nariz está sangrando, moça. Está tudo bem?
Limpo rapidamente com o canto do braço, piscando olhos rapidamente. Meus olhos voltam ao homem, que agora de frente, só se parecia com o desgraçado. Pobre rapaz. Ele caminha até o fim da calçada, virando a esquina e sumindo de meus olhos.
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Running Blind - Deukae Fanfic
FanfictionUma banda destruída pelos males da vida. E suas integrantes nutrem um ódio, umas pelas outras. Poderia essa mesma banda, por uma chance única, retornar aos palcos? Ou o sonho foi totalmente arrasado?