Running Blind - Deukae Fanfic

Capítulo 9: Na Colina da Melancolia

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— Amor, eu falei com você.

Bora me puxava a atenção, se aproximando de mim e parando na minha frente. Ela vestia uma mini saia, uma regata e uma blusa leve por cima de tudo. Ela pousa as mãos em sua cintura, me encarando de cima.

Balanço a cabeça, tentando voltar a realidade, mas me sentia um pouco confusa com o que ela queria dizer. Respiro fundo, e volto a calçar meu tênis com calma.

— Ela teve alguns problemas no apartamento, algo relacionado a infraestrutura do prédio e pediu para ficar aqui em casa. Ela ainda va-

— Minji.

Paro ao ser cortada por Bora. Novamente ergo minha cabeça, para então, encarar os olhos de cansaço, ou reprovação, que ela apresentava a mim. Ela tira uma das mãos da cintura, levando ao meu rosto e segurando meu queixo. Com o dedão, Bora entregava um carinho leve em minha bochecha, mas a forma que ela mantinha os dedos ali, eram bem firmes.

— Dami me falou de alguma situação estranha entre vocês duas, ela está inventando, ou você está escondendo?

As palavras dela me atordoam um pouco, pousar a mão esquerda na cama e a outra, levar a cintura dela que estava livre de sua mão. A seguro ali, como um apoio moral.

— Eu não tenho que te esconder nada, Bora. Não foi nada de mais.

— E o que é nada de menos ou de mais, Minji? — Ela parava com o carinho em meu rosto, mas seus olhos, se mantinham firmes aos meus — O que aconteceu?

— Ela desabafou sobre algumas coisas dela, coisas que aconteceu conosco e coisas que estão acontecendo agora. Eu a segurei na parede — Dou de ombros, desviando o olhar de Bora. Estava completamente desconcertada — E não consegui terminar de falar. Foi isso.

— E por que diabos você segurou ela desse jeito?

Ela arqueava a sobrancelha, e se fosse em desenho animados, seu rosto teria se tornado uma interrogação gigante. Meu coração acelerava, mesmo que naquele lapso de momento com a Yoohyeon, meu corpo tenha tendido a fazer algo ruim, em meu coração, eu sabia o que não faria.

Deixo a mão pender, voltando para o lado do meu corpo. E Bora, recolheu sua mão novamente para sua cintura.

— Eu não sei, amor. Eu precisava falar algo sério para ela, e foi o que veio na cabeça.

— Bom, Dami falou como se vocês tivessem, sei lá, se beijado. Foi isso?

— Não! — Digo com certa firmeza, fazendo até a Bora mudar levemente a expressão — Eu só agi por impulso, só isso.

— Impulso? Então rolou alguma coisa?

Bora nunca usava aquele tom de desdem para falar comigo, mas aquilo, subiu a cabeça. Bato as mãos em minha coxa, me erguendo rápido e saindo a passos largos para a sacada. Sinto o olhar de Bora em minhas costas, mas nada estava pesando mais pela culpa de algo que não aconteceu.

Estava furiosa e precisava respirar um pouco, então, fui direto a sacada. Para minha alegria, estava chovendo, mas naquele momento, pouco me importava.

Entro na sacada, encostando a porta atrás de mim e me apoio no parapeito gelado pela chuva que estava caindo. A água beijava meu corpo em diversas partes, em ritmos e velocidades diferentes, já que ali, não estava chovendo diretamente. Deixava aquelas pequenas gotas que conseguiam penetrar a varanda, me molhar, talvez aquilo, me ajudasse a não me importar com tudo a minha volta.

Em poucos minutos, era o suficiente para eu estar com a roupa colada em meu corpo, mas não deixava de sair dali. Apoiava os cotovelos no para-peito, levando as mãos a testa e segurando os dedos por ali. Não conseguia chorar, não conseguia sentir raiva e nem conseguia pensar em nada. Minha vida estava tão confusa quanto minha mente.