Envolvida no Tráfico

26

Boa leitura.

- Gabriella Narrando 🍕 -

- A gente pode conversar agora? - Thiago pergunta assim que o garçom se retira.

Nós estamos em restaurante na zona sul, é lindo por demais e ele pediu uma mesa bem afastada de todo mundo, o que resultou em uma vista maravilhosa para a praia.

- Podemos sim. - Falo e tomo um gole do vinho branco que o garçom serviu, eu tenho que moderar no vinho, nada de ficar bêbada hoje.

- Por onde nós começa? - Ele pergunta e coça a cabeça.

- Pelo seu casamento, eu acho que seria muito bom se começasse daí. - Falo e ele assente e se encosta na cadeira, enquanto eu fico posturada.

- Eu não posso te contar o motivo que tenho fiel, mas tudo o que você precisa saber é que eu não amo ela, amo você. E que não toco na Thaíssa, a num ser pra fazer cena. - Ele diz e eu assinto. - Eu tô procurando uma maneira pra acabar com isso e ficar só nós dois. Mas, isso leva tempo.

- Tempo? Quanto tempo? - Pergunto.

- Não sei. Talvez uma semana, um mês, um ano. - Ele diz e eu assinto calada. - Eu só quero uma chance pra mostrar que eu posso ter você, pô. E se eu vacilar, você não olha nunca mais na minha cara. - Ele diz e eu assinto mais uma vez.

- A questão Thiago é que, você pode até não tocar nela na sua casa, mas em público você toca. Você beija ela, você agarra ela... - Falo. - Imagina que maneiro isso pra mim, amante mais uma vez. Eu juro que quero baixar a guarda contigo, juro mesmo. Eu sou apaixonada por você e você sabe disso, só que ser amante pra mim não dá. O homem que estiver comigo, tem que ser meu. Eu não aceito migalhas. Ele não tem que tocar em outra mulher, não tem que beijar outra mulher, porque porra... Imagina se fosse eu? Se coloca só um minutinho no meu lugar. Tenho a certeza que você não gostaria. - Falo e ele assente calado.

Aproveito e tomo mais um gole do vinho.

- Mas, então isso é recíproco? - Ele pergunta apontando pra mim e pra ele.

- Claro que é, você sabe que é. - Falo e ele assente. - Por que você não pode me contar? Seria tudo mais fácil se você me contasse, eu confiaria mais em você, eu te entenderia, porque agora com você calado, eu tô no escuro, você me entende? - Pergunto e ele confirma com a cabeça.

- Claro que eu entendo, pô. Eu seria egoísta se não entendesse. Mas, é como eu falei. A questão não é eu querer contar, é você não poder saber. Óbvio que eu queria te contar, porra Gabriella, você é a primeira pessoa que eu quero sair correndo pra contar se algo bom ou ruim acontece, tu é meu porto seguro, pequena. E não poder contar pra você, fode minha mente. Mas, eu tô te pedindo um voto de confiança. Só um pô, se eu vacilar tu cai fora. - ele diz e a comida chega.

O garçom serve e começamos a comer.

- Você vai beijar ela em público? - Pergunto na metade da comida.

- Só selinho, nada mais que isso. - Ele diz e eu coço a cabeça nervosa.

Caralho, eu tô numa situação que eu nem sei descrever. Se eu aceitar, eu sou trouxa. Se eu não aceitar, eu vou tá perdendo o homem da minha vida.