09 • É para ficar feliz ou triste?

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Namjoon olhou para seu reflexo no espelho

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Namjoon olhou para seu reflexo no espelho. Ele sorriu timidamente e o reflexo sorriu de volta. Ele puxou, constrangido, a camisa de seda azul meio aberta que usava.

Seu cabelo estava para trás, fixado com algum tipo de gel que ele não lembrava. O cabeleireiro que Haru contratou continuou fazendo isso e aquilo. E se permitiu colocar uma maquiagem leve.

Pela primeira vez em sua vida, ele se sentiu bonito.

Jiyoon, por outro lado, estava linda. Seu cabelo estava solto, liso e brilhante, mas não importava a quantidade de maquiagem que ela usava, ainda parecia naturalmente bonita.

Namjoon ainda não tivera a chance de ver Jaejoon — ele sabia que o irmão ficaria bonito, embora um pouco irritado (ele odiava usar qualquer coisa formal), mas estava morrendo de vontade de ver Seokjin.

Literalmente.

Desde aquela viagem de fim de semana, quase um mês atrás, Seokjin o evitava como se fosse uma praga. Ele sabia que a visão só quebraria seu coração ainda mais. Seus amigos notaram sua mudança de atitude, e confessou ligeiramente a eles (e a Jiyoon) sobre o que aconteceu durante o fim de semana. Não havia — pelo menos ainda não — confessado a ninguém sobre seus sentimentos por ele.

Sentimentos reais, pensou Namjoon, olhando pela janela e vendo as pessoas saírem de seus carros e subirem a igreja. Ele será seu irmão em menos de uma hora, disse mentalmente a si mesmo. Não adiantava ter uma queda por um cara que estava definitivamente fora dos limites.

Oh, Deus, estou cometendo um pecado só de pensar nele? Me desculpe Deus. Vou parar com isso... posso parar de amá-lo.

— Você está bem?

— Estou bem — Namjoon se virou e sorriu para a irmã.

— Você está lindo — ela falou suavemente.

— Pareço um idiota — Namjoon revirou os olhos. — Você está linda.

— Vamos lá, estou parecendo uma esmeralda ambulante — ela brincou, passando os dedos pelo colar. — É apenas minha sorte que o vestido seja da mesma cor da minha pedra favorita — acrescentou, fingindo parecer aborrecida.

— Sabe, quando você era criança queria ser Rubi.

— Eu? — ela riu.

— Você viu uma loja onde eles vendiam rubis, e disse que eram muito bonitos. E meio que teve um acesso de raiva, gritando querer se chamar Rubi, e não Jiyoon.

— Sim? — Jiyoon perguntou, parecendo cética. — Quantos anos eu tinha?

— Muito jovem para você lembrar — respondeu Namjoon, sorrindo para ela. — Você tinha seis anos.

Jiyoon olhou para ele, admiração em seu rosto e seu sorriso.

— Não posso acreditar que você ainda se lembra disso.

— Sou seu irmão mais velho — Namjoon disse, fazendo uma careta. — Deveria me lembrar dessas coisas.

Sem aviso, ela deu um passo à frente e o abraçou.

— Não acredito que gritamos e brigamos a maior parte do tempo, mas vou te dizer. Namjoon, eu te amo. Você é definitivamente o melhor irmão que alguém poderia ter.

Namjoon sentiu as lágrimas arderem em seus olhos. Jiyoon nunca fizera isso antes.

— Eu também te amo — ele disse retribuindo o abraço. Quando se separaram, ambos riram porque a maquiagem estava começando a escorrer.

— Não conte a ninguém sobre isso — Jiyoon riu, enquanto se olhava no espelho. Virando-se para Namjoon, ela disse: — Vejo você no altar, ok? E aguente firme, nós superaremos isso.

De alguma forma, ele sabia que não estava falando apenas sobre o casamento. Jiyoon estava falando sobre Seokjin também.

Namjoon encarou o espelho de corpo inteiro mais uma vez. Tinha que estar impecável, sua mãe teve uma ideia maluca de colocar os filhos para entrarem logo após as damas de honra. Isso era a nova moda em casamentos e ele não estava sabendo?

— Você está lindo, querido — sua mãe sussurrou para, andando atrás dele e colocando as duas mãos em seu ombro. Ambos se olharam através do espelho.

— Poderia dizer o mesmo para você, mãe — disse ele, sorrindo.

O vestido de noiva era ombro a ombro, e claro, branco. E seda. Simples, mas elegante. Foi um corte reto, sem cauda e sem efeito balão. Dabin ainda não usava o véu, mas era simples também. Só chegava até os ombros.

Sua mãe olhou para Haru, que estava conversando animadamente com Jiyoon.

— Bem, Haru vai roubar o show. Ela está incrível.

Namjoon balançou a cabeça.

— Não, para mim, mãe, você é a melhor.

— Oh, eu te amo, meu Joon — sua mãe sussurrou, com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu te amo, mãe — Namjoon respondeu suavemente.

Ele piscou para afastar as lágrimas que se formavam em seus olhos e sorriu. Seus pais iam se casar de novo, mas não um com o outro. Namjoon estava feliz por ambos, mas desejava que eles voltassem a ficar juntos.

— Vamos lá pessoal! — A organizadora do casamento chamou. — Já vai começar. Vamos.

Namjoon abraçou a mãe com força e também Haru, e com as damas de honra, saíram da sala. Seu coração batia rápido e ele não sabia por quê. Tomou seu lugar atrás das damas.

— Tudo bem, preparem-se — sussurrou a organizadora.

A sobrinha de Haru e sua prima — que eram daminhas — começaram a andar, jogando pétalas de copos de leite em seu rastro. Em seguida veio o primo deles, que era o portador do anel.

De repente, a organizadora agarrou-o pelo braço e arrastou com Jiyoon para onde as noivas estavam.

— Ok, prepare-se, você é a próxima.

Jiyoon deu um passo à frente e caminhou graciosamente pelo corredor.

Namjoon respirou fundo e fechou os olhos. Podia ouvir Haru e sua mãe gritando atrás dele. Ele se virou e sorriu para elas, e quando encarou a frente mais uma vez, a organizadora quase o empurrou.

— Vai! — ela sibilou acenando com as mãos freneticamente.

Namjoon soltou um leve suspiro. Ele sorriu nervosamente para as centenas de pessoas olhando-o. Percebeu que a lista de convidados de Jiseok e Haru era suficiente para encher toda a igreja. Sua mãe e seu pai tinham apenas alguns convidados da família. Ele nem viu nenhum de seus amigos!

Apenas respire, Namjoon instruiu a si mesmo. Apenas Respire.

Ele continuou andando, segurando seu buquê com força. Respirou profundamente para se acalmar e sorriu para todos. Então, viu Jiseok e seu pai sorrindo para ele, enquanto esperavam por suas noivas. Jaejoon estava ao lado do pai, parecendo bastante desconfortável.

Namjoon resistiu à vontade de rir. Ele ainda parecia adoravelmente bonito em seu smoking.

Então, ele viu Seokjin.

E seu coração definitivamente pulou cerca de mil batidas.

Ele estava parado ao lado do pai e também o encarava. Parecia incrível. Muito mais lindo do que Namjoon já tinha visto antes. Olhou para ele, enquanto continuava andando. Então, desviando os olhos dele, se posicionou ao lado da irmã.

Aí não foi tão ruim, foi? Ele disse a si mesmo. Conseguiu olhar para Seokjin, sem sentir toda a dor que ele lhe causou.

A tradicional marcha nupcial começou a tocar depois de alguns minutos, e todos se levantaram.

Namjoon não estava observando sua mãe e Haru. Ele não parava de pensar em Seokjin e no quanto queria olhá-lo de novo, só para vê-lo. Pare com isso, ele será seu irmão antes que a cerimônia termine, se repreendeu.

Porque estou loucamente apaixonado por ele, sua mente gritou.

— Minha amada... — começou o padre.

Deus, estou apaixonado. Teria que me mudar para o outro lado do país, Namjoon divagava em sua mente. Sabia que não suportaria viver com ele. Não havia percebido, mas estava respirando fundo.

— Que diabos está errado com você? — Jiyoon rangeu os dentes. — Você está em trabalho de parto?

Namjoon saiu de seu estupor. Ele parecia estar em trabalho de parto, pelo jeito que respirava profunda e apressadamente.

— Não! — sibilou de volta, tentando respirar calma e normalmente.

— ... Ou cale-se para sempre — disse o sacerdote. Ele olhou para cima e após olhar ao redor da igreja, voltou-se para o livro preto que estava segurando. — Tudo bem-

— Espere!

Namjoon engasgou em voz alta, assim como todos os outros. Ele se inclinou para frente e olhou para os dois casais. Não tinha certeza de quem havia falado.

— O quê? — Ahn Jiseok perguntou.

— Oh, eu não posso, Jiseok — Dabin disse em um sussurro rouco.

— Mãe! — Jiyoon e Namjoon gritaram.

— Eu também não posso. Estou apaixonada por outra pessoa — Haru disse de repente, olhando perturbada para o pai de Namjoon.

— E eu ainda amo a Dabin — respondeu ele, virando-se para a mulher. Ambos sorriram um para o outro.

Então houve um pandemônio.

Todo mundo estava de repente gritando e dizendo algo simultaneamente. Namjoon observou os dois casais conversando entre si, o padre tentando acalmar as noivas frenéticas. Ele não tinha certeza se estava ouvindo o que achava que estava ouvindo.

Seus pais estavam dizendo que ainda se amam?

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