PRÓLOGO (+Explicação)

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Acordar é apenas mais um infeliz acontecimento na vida de Dean Winchester. Quando ele fechou seus olhos na última vez, era para ter sido a última vez que ele os abriria, não havia mais razão para ele estar na terra, então qual sentido de acordar outra vez? Seu irmão já tinha Eileen e Milagre com ele, junto da promessa de um futuro maravilhoso pela frente, Sam finalmente poderia ser feliz e Dean poderia descansar, ele só queria descansar, ir para o céu ou inferno e viver na feliz ignorância das memórias ou da dor. Tudo que ele desejava era estar na completa ignorância das memórias, onde ele poderia passar a eternidade preso em uma conversa tarde da noite com Cass ou em um jantar com sua família no bunker.

Infelizmente, a julgar para o teto mofado que ele estava encarando no momento, Dean dúvida muito que ele tenha tido a sorte de morrer, bem, fazer o que, certo?

Ele bufa cansado antes de se sentar na cama, Dean testa seus movimentos, seu corpo parece bem suave, seus movimentos são fluidos e ele nem sente mais as dores que vinham com a velhice e com os anos de luta. Sem dor e sem a sensação de paz, Dean certamente não estava morto, ele saberia, mas também não estava em casa. A sala em que ele acordou parecia bem agradável, se você comparar com os muitos lugares piores que ele esteve antes é claro. O aparelho de ar está gelando e proporcionando a ele um ruído de fundo satisfatório e reconfortante, as janelas têm cortinas velhas, mas que parecem bem limpas e cuidadas. O papel de parede é a coisa mais feia que ele já viu e é, totalmente, algo que Jack e Cass gostariam, talvez Sam também, mas seu irmãozinho sempre foi um idiota, quer dizer, fala sério, quem acha a estampa de flores uma escolha aceitável para cortinas de motel?

Ele se levanta um pouco estável em suas pernas, não há dores em seus joelhos e nem roupas em seu corpo, Dean, por alguma razão, estava apenas de cueca. Graças a seu estado de quase nudez, Dean é capaz de perceber algumas coisas sobre si e sobre o quarto onde estava. Primeiro que não havia tatuagem em seu peito e nem cicatrizes em seu corpo; segundo que seu corpo parece muito mais definido do que ele realmente era, quer dizer, não se engane, Dean era um homem de quarenta e um anos com um corpo bem conservado, mas seus músculos não eram tão definidos como quando ele tinha 20 anos! Saindo das observações corporais, Dean notou com uma careta que esse quarto fedia a caca de bebê, e um bebê muito fedido, pois nem Sammy tinha um cheiro azedo como esse quando era bebê. Outra observação a ser notada foi a cama, havia apenas uma, o que significa que Dean estava sozinho, havia também apenas uma bolsa e, se a memória dele não falha, a bolsa era uma das velhas que ele guardava embaixo da cama em seu quarto no bunker, o que era estranho, já que a bolsa parecia nova e não velha.

Seus olhos procuram por mais informações, suas pernas se recusam a andar antes que ele saiba o perigo em que se encontra. Há mais três bolsas no chão ao lado da única mesa do quarto e uma sesta em seu centro que Dean acredita ser a origem de todo fedor de dentro do quarto.

Sua primeira parada são as bolsas, todas abertas com a mesma cautela de quem pretende mexer em uma bomba, cada uma das três malas contém algo diferente; a primeira contém algumas roupas familiares, cartões e identidades falsas; a segunda contém armas de fogo, facas de prata, água benta e até algumas granadas - Dean se certifica de deixá-las todas em um estojo onde elas não vão se debater e explodir caso a bolsa se mova muito rápido. A terceira o deixa confuso, dentro não há bomba, maldição ou armas, apenas roupas de bebê tanto masculinas quanto femininas -, mamadeira, fraldas, talco, lencinho e um potinho fechado de leite em pó.

Que porra está acontecendo? Pensou e seus olhos vagaram temerosamente para o lado para a cesta que repousava inocentemente em cima da mesa.

Dean fecha os olhos com força e reza para qualquer maldita entidade misericordiosa, que o escute, para que o que esteja sob a cobertura fina da cesta seja uma bomba de fedor e não um bebê.

THE ROAD SO FAR...Onde histórias criam vida. Descubra agora