OLÁ BOBBY, SOU EU, DEAN WINCHESTER.

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 "Vamos, atende, atende..." Dean implorava ao telefone enquanto caminhava de um lado para o outro no quarto, já era a quinta ligação que ele estava fazendo e Bobby ainda não atendeu, talvez estivesse ocupado, talvez estivesse dormindo, Dean não sabe, mas seja lá o que for que aconteceu não estava fazendo nada de bom para sua ansiedade.

Um 'bip' soou e então a tão querida e rude voz soou: - Quem é? O que você quer?-

O coração de Dean gagueja uma batida e ele precisa engolir outro grito de escapar da sua garganta, dessa vez, porém é um grito de felicidade.

"Ei..." Gagueja sem folego. "Bobby, sou eu..." Ele não sabe como, mas agora está chorando e sorrindo ao mesmo tempo. "Sou eu, Dean Winchester."

Há silêncio e então: - Seu idiota, por que não disse antes? O que há de errado com sua voz, você está chorando!? -

Dean soluça de angústia, era bom ouvir Bobby outra vez, era um alívio, na verdade, mas ainda era tão doloroso, tão cruel, ele havia visto Bobby há algum tempo, mas era um homem completamente diferente do pai que Dean perdeu graças aos Leviatãs, mas esse... esse homem que está chamando ele de idiota ao mesmo tempo que soa preocupado, esse era seu Bobby, era seu pai.

"Bobby, eu... eu preciso de ajuda."

- Sim, mas isso eu sei desde que conheci você. - Apesar da brincadeira, sua voz está séria. - Onde você está? Eu posso enviar alguém ou ir até aí. -

Era uma proposta tentadora, Dean não sabe como vai prender Jack na cadeirinha do carro, mas ele não pode aceitar, ver Bobby seria maravilhoso, mas seria como cutucar uma ferida velha com ferro quente, Dean precisava de tempo para se confortar antes de ir de encontro com um homem morto, a viagem no carro seria o tempo que ele precisava.

"Não, não eu..." Dean se acalma e respira fundo, ele não podia deixar seu pânico voltar. "Eu queria ir até você, se você não se importar... por favor." Sua voz diminuiu enquanto ele falava, com medo de receber outra rejeição em tão pouco tempo desde a última.

- Você é idiota? – Dean sente seus olhos arderem enquanto espera por uma resposta negativa. - É claro que você pode vir, garoto, que pergunta idiota! -

O Winchester não contém seu riso, não é um riso muito feliz, mas é um de alívio.

"Obrigado, sério, eu... eu preciso mesmo de ajuda..." Ele hesita. "Bobby, antes que eu vá aí eu... eu sei que faz tempo que não te ligo ou falo com você, mas eu preciso que você me faça um favor..."

Era humilhante, em 2002 Dean nem mesmo falava com Bobby, ainda com medo do velho caçador estar com raiva dele devido à forma grosseira que John foi embora na última vez que eles se viram. Dean precisava de ajuda, mas se sentia patético, tendo que pedir um favor para o homem com o qual ele não falava nessa época.

- Apenas diga de uma vez o que você precisa, idiota, não tenho a vida toda para esperar você falar, um velho também precisa dormir sabia disso? –

A brincadeira mal-humorada consegue tirar um sorriso de Dean e o relaxa o suficiente para continuar.

"Ok, então, eu... eu vou levar alguém especial comigo, alguém importante e que eu amo muito, mas..." Seus olhos procuram por Jack na cama, o bebê continua adormecido e firmemente preso em suas asas e lençol azul esfarrapado. "Bem..."

- Sem problemas, traga sua namorada para cá, prometo não assustar muito ela com todos os meus testes. -

Dean sorriu nostálgico apesar das lágrimas que ainda escorriam pelo seu rosto.

"Bem, na verdade, Bobby, não é uma namorada, é um pouco mais surpreendente..."

- Sempre soube, namorado então. -

As bochechas ficaram quentes, mas Dean gargalhou alto dessa vez, ele se conteve um pouco para não despertar Jack, mas conseguiu se sentir melhor por poder rir.

"Talvez eu te apresente a ele se eu for capaz de fazer as pazes, mas não, na verdade, não é um namorado ou namorada, é algo... alguém um pouco mais surpreendente..." Agora Bobby parecia mais cauteloso, Dean sabia pelo suave 'humm' que o velho caçador soltou. "Não é ninguém perigoso, apenas inesperado, por favor, não faça nada antes de eu explicar tudo para você..."

Houve um suspiro do outro lado da linha, mas Bobby concordou: - Tudo bem, estarei te esperando então.-

"Ok..." Dean não estava pronto para se despedir, mas ele precisava, então ele o faz. "Até mais... Bobby."

- Adeus, garoto. - Quando o telefone desligou foi como se todo cansaço atingisse Dean de uma vez, sua raiva, sua tristeza, seu medo, tudo se foi e restou apenas a exaustão, ele precisava dormir, mas não se sentia bem em dormir no mesmo quarto que tantas emoções ruins foram sentidas de uma vez, Dean ansiava por segurança, por se sentir em casa, por isso ele pegou as chaves da Baby e gentilmente pegou Jack no colo.

"Shh... shh, está tudo bem." Sussurrou balançando delicadamente o bebê, ele não queria acordar Jack, mas não podia deixar o garoto sozinho.

Dean trancou a porta do quarto e desceu até o estacionamento, seu carro era o mais distante da entrada, apesar de quase não haver hóspedes no motel. Ela parecia divina, iluminada por uma fraca luz do poste, Dean amava aquele carro, amava como ela podia protegê-lo e mantê-lo calmo.

"Oi Baby, senti sua falta." Não fazia tanto tempo que ele esteve no carro, mas fazia muito tempo que ele não estava em casa, por isso ao invés de se sentar no banco da frente ele se sentou no banco de trás.

"Nós vamos ficar bem, Jack, vamos ficar bem..." Era uma promessa mentirosa, Dean não podia prometer que eles ficariam bem, mas podia sonhar que sim, sonhar que tudo ficaria melhor agora que ele podia pedir ajuda. "Nós vamos ficar bem."

Seus olhos se fecham e ele adormece com o peso suave de Jack em seu peito, por um momento é quase como voltar para a infância, quando John dormia no banco da frente com uma espingarda do lado e pronto para manter seus filhos seguros, e Dean dormia no banco de trás com Sam em seu peito e se sentindo seguro o suficiente para adormecer, sem medo dos monstros que viviam no escuro...

THE ROAD SO FAR...Onde histórias criam vida. Descubra agora