One shots Solangelo

Filhotes

 Will amava seu marido.

Tipo, muito, pra caralho.

Mas tudo tinha limites, principalmente sua paciência e o espaço da casa.

- NICO DI ANGELO! POR QUE, EM NOME DO MEU SOGRO, EXISTEM QUATRO GATOS NESSA CASA E NÃO TRÊS COMO ONTEM?!

Will coloca a mochila no sofá em exasperação enqusnto ouve o som de passos apressados, Frida e Nina - uma gata frajola e uma gata malhada, respectivamente - parecendo muito calmos alheios a situação.

- Oi tesoro, como foi o trabalho? - Nico o cumprimenta, um sorriso fofo nos lábios que teria o distraído se já não fosse a quinquagésima vez que ele lhe dirigia esse mesmo sorriso.

- Normal, como sempre. - Will responde, por que acima de tudo ele não é mal-educado. - Por que tem um gato a mais na casa?

Nico troca de peso, balançando de uma perna pra outra.

- Então... Eu estava andando na volta do mercado e eu vi uma gatinha grávida...

- Grávida? - Will olha para a gata branca deitada de lado e de costas pra eles, dentro da caixa de leite, não parecendo nada grávida.

- É... - Nico olha pra mesma direção que eu, então faz uma sequência de estalos com a língua que chamam a atenção dos gatos da sala. Inclusive da gata branca.

A gata levanta a cabeça e, de trás do meio da gata, aparecem um, dois, três, quatro, cinco filhotes peludos e descabelados, com olhos grandes azuis.

Will para, olhando os gatinhos começaram a miar pra eles. Nico olha pra ele esperando uma reação, parecendo prestes a correr

- São... São nove gatos agora?! - Will grita, enfiando os dedos no cabelo. - Nico! São muitos!

- Mas eu não podia deixar ela largada na rua! - Nico se defende, ajoelhando do lado da gata e fazendo biquinho pra ele. - Ela estava grávida Will, eu podia sentir que estava prestes a morrer se eu não fizesse alguma coisa!

Solace respira fundo, sabendo que não adianta mais, Nico já deve ter comprado duas caixas a mais e comida e areia extra para os novos moradores de qualquer jeito.

- Nico, querido, você sabe que nós não podemos ter mais do que isso. - Ele tenta ser suave, usando seu sotaque como um maior e tentar tranquilizar seu marido. - Não temos espaço, nem dinheiro o suficiente para mais do que isso.

- Então ela e os filhotes vão ficar? - Nico pergunta incerto, os olhos pretos virando esperançosos pra ele.

- Vão. - Solace conclui, olhando pra ele com amor. - Mas sem mais gatos, se você trazer mais algum não vamos ter como oferecer uma boa casa para ele, e sair da rua pra ir pra uma casa lotada não é bom pra um animal, entendeu?

Nico faz um biquinho chateado, mas concorda, deitando no chão do lado da gata para acariciar lentamente e com muito cuidado os filhotes e a gata.

Will observa com carinho, sabendo que no fundo, Nico só está agindo da maneira gentil e adorável dele de ver o mundo - que foi o que o fez se apaixonar por ele em primeiro lugar - e que não há muito que ele possa fazer sobre isso. Embora seja bom que Solace estabeleça limites para ele, se Nico não se segurar eles podem acabar tendo um abrigo de gatos em casa.

Solace suspira, sentando no chão e deixando que Pochita - a gata laranja - se deite do seu colo e se espreguice feliz.