Capítulo 6

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"Mas a verdade é que o amor é tanto destino como planejamento, tanto beleza como tragédia."

—     A Coroa, Kiera Cass

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_ Filha? - Ray chamou pela terceira vez, e só então Ana o percebeu.

Ela estava empurrando o cereal do café da manhã goela abaixo, não focando em nada realmente, e Ray estava na mesa com ela, acabado de chegar do trabalho.

_ Nossa, você e ressaca não dá certo mesmo, precisa de uns três ou quatro dias para se recuperar - ele brincou.

Ana sorriu amarelo, deixando que o pai achasse que ela realmente só havia bebido demais.

Eles logo terminaram ali, e Ray a levou para a faculdade, prometendo buscá-la mais tarde. Ana não tinha um carro ainda, e pretendia ter, quase já convencendo sua mãe a comprar um para ela porque era o cúmulo ter que ficar andando no carro da polícia para as aulas todos os dias.

Com tudo confuso em sua cabeça, Ana até havia se esquecido que era quinta feira, e ela paralisou na porta da sala ao ver que sua mesa rotineira já estava sendo ocupada por Christian.

Seu primeiro pensamento, ao vê-lo de perfil, foi como passar um dia sem vê-lo já a deixou esquecer um pouco sobre a beleza dele, era como se sua memória nunca fizesse jus de verdade. Ele estava sempre mais bonito.

Será que a beleza descomunal dele era algo a ser estudado? Era algo sobrenatural?

A palavra em pensamento fez Ana se arrepiar, e a passos hesitantes ela se aproximou da carteira.

_ Oi - Christian a cumprimentou sorrindo enquanto ela se sentava. - O que? Não conseguiu se recuperar com um dia inteiro?

Realmente ela devia estar péssima. Não havia dormido nas últimas noites, e de uma forma estranha ela sentia que Christian sabia daquilo e estava fazendo algum tipo de piada.

Será que ele conseguia saber mesmo?

Será que ele conseguia saber o que ela pensava?

Ele conseguia...

_ Noite ruim - ela respondeu rápido, logo se virando para a frente, onde o professor entrava. - Vamos conversar depois da aula - anunciou, a voz firme e seria, sem espaço para brechas.

E Christian realmente a seguiu depois da aula, taciturno e o cenho franzido, parecendo tentar entender o que ela poderia querer, mas ele também parecia estar preparado para o que fosse.

Ela seguiu para o estacionamento, mas não parou lá para a supresa do outro, continuando a seguir pela área florestal ao lado do prédio, ficando no começo, mas longe o suficiente dos olhos alheios.

Ao se virar novamente para ele, deixando a própria mochila em um tronco de árvore, Ana se perdeu um pouco.

Como ela iria começar? O que exatamente ela queria começar?

Não havia pesquisado nada nem tentado, não queria ser persuadida por informações chulas da internet nem românticas de livros. Tudo o que Ana sabia sobre vampiros ou sabe se lá o que era que eles bebiam sangue. Mas de repente podia haver lobos que se tornam humanos, vampiros que bebem sangue de animais e um clã ali em Forks.

Qual é a verdade?

O quanto a humanidade ficava em perigo?

_ Acho que tenho uma teoria sobre como fez aquilo - ela começou então, hesitante, mas tentando manter o tom firme para não vacilar.

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