CAPÍTULO 23| Não tem nada entre nós

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Nicholas e eu passamos o dia juntos, conversando e rindo de bobagens. Já é noite quando estamos na feira da cidade, passeando enquanto comemos pipoca doce.

— Acho que nunca comi tanta besteira em um dia só. — digo rindo.

— Eu também, e agora admito que estava precisando disso. Bom..... de você principalmente. — mantenho a cabeça baixa no caminho enquanto sinto seus olhos em mim.

— Que bom que te fez bem então.... — sorrio falando a primeira coisa que vem a minha cabeça.

— É...... — concorda parecendo um pouco decepcionado. — Olha, vamos na fonte! — aponta o local com luzes coloridas o iluminando. É lindo.

— Essa feira foi a melhor coisa que trouxeram para essa cidade. Ficou com cara de avenida de praia.... bom, sem o mar. — comento.

— Você adora esse cenário, não é?

— Muito, eu daria tudo pra morar pertinho do mar.

— Bem...... que tal fazermos uma viagem? Só nós dois? — levo meus olhos a ele — Afinal agora você é maior de idade, não precisa mais da permissão dos seus pais. Podemos ir pra todos os lugares que sempre comentávamos. — ele diz sorridente.

— Nic..... eu tenho a faculdade. E você trabalha! — digo confusa.

— Sua faculdade tem a opção online, e eu posso tirar férias do trabalho a hora que quiser. Poderíamos passar uma temporada no Rio!

— Por que está me propondo isso agora? — franzo as sobrancelhas.

— Ué.... não era isso que falávamos em fazer? — diz animado.

Era. Antes da Inglaterra, Nicholas e eu tínhamos vários planos de viagens que queríamos fazer juntos. Mas essa é a questão....... era nossos planos. Antes de tudo. Antes da complicação da paixão platônica, antes de eu virar adulta, antes da faculdade, antes da Júlia.... antes do Thomas.

Por que está muito mais fácil imaginar esse cenário com ele do que com o meu melhor amigo? O dono desses planos comigo.

— Eu não sei, Nic. Acho que isso tem que ser bem planejado. — digo e ele apoia o braço nos meus ombros nos aproximando da fonte.

— Tudo bem, você é muito controladora. — ele diz sorrindo.

— Eu não sou controladora..... sou realista. — me defendo dando de ombros.

— É o que uma controladora diria. — diz sério só para me irritar e eu uso isso para fugir do seu abraço. — Ei bravinha, volta aqui.

— Eu só acho que você é meio nem aí pra tudo. — suspiro.

— E isso não é bom? Eu levo a vida de forma leve. Ou você iria preferir que eu fosse todo emburrado e chato? Tipo o Thomas. — completa.

Franzo as sobrancelhas com o seu comentário. Óbvio que eu não iria querer que eles fossem iguais, isso não faz sentido, mas Thomas não é emburrado..... tá, ele é, mas agora eu entendo mais o porquê. Afinal qual a necessidade de ficar citando o irmão? Ainda mais de uma forma ruim.

— Não, mas isso não tem nada a ver.

— Com o que você falou ou com o Thomas? — ele questiona.

— Os dois, na verdade. — observo a fonte.

— Tudo bem, eu esqueço que é só falar nele que você já fica de mau humor. — Nicholas ri ao lembrar.

Não é mentira, eu realmente ficava incomodada com o Thomas, mas isso era antes. Eu fiquei agora porque Nicholas estava falando mal dele!

— Olha Amora, mudando de assunto...... — agradeço mentalmente. — Queria falar sobre o que você me contou na casa de campo. — meu brilho volta a sumir no instante que entendo sobre o que ele quer falar.

ANOTHER LOVE - Henry Cavill Onde histórias criam vida. Descubra agora