CAPÍTULO 56 | Amor e ódio

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"Porque eu amo, amo, amo amar vocêEu odeio, odeio, odeio odiar vocêColoco os Beatles para tocar, acendo as velas, volto para a camaPorque eu quero, quero, quero querer vocêEu preciso, preciso, preciso precisar de vocêLigo a TV, as flores num vaso,...

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"Porque eu amo, amo, amo amar você
Eu odeio, odeio, odeio odiar você
Coloco os Beatles para tocar, acendo as velas, volto para a cama
Porque eu quero, quero, quero querer você
Eu preciso, preciso, preciso precisar de você
Ligo a TV, as flores num vaso, deite sua cabeça

Ooh, deixe a luz entrar
Berrando na sua porta dos fundos porque quero entrar
Ooh, acenda a sua luz
Olhe para nós, você e eu, de volta ao mesmo lugar"

(Let The Light In (feat. Father John Misty) - Lana Del Rey)



No ambiente abafado e escuro do pub, as pessoas que o acompanhavam antes pareciam mestres na arte de disfarçar. Mesmo quando a surpresa cruzou seus rostos, logo desviaram os olhares, retornando a conversarem entre si como se nada de estranho estivesse acontecendo.

Contudo, diferente dos demais, Thomas não fazia questão alguma de esconder seu interesse. Seus olhos permaneciam fixos em mim e no homem que me acompanhava, como se quisesse, de alguma forma, perfurar a nossa atmosfera.

Michael, por outro lado, estava completamente alheio ao olhar gélido que vinha do outro lado do salão. Imerso em sua tentativa de me entreter, ele ignorava a figura de Thomas e continuava a me envolver em uma conversa que, a cada momento, se tornava mais pessoal.

— Por um instante achei que não fosse aparecer. — diz, com um sorriso de alívio ao me ver diante dele.

— E por que pensou isso? — questiono, tentando afastar da mente a presença perturbadora de Thomas, cujos olhos não paravam de me observar.

— Não sei... Tive a impressão de que você não estava tão interessada quando te convidei. — responde, com um olhar que mostra compreensão.

— Fiquei um pouco surpresa com o convite, confesso. — admito, deixando transparecer parte da minha hesitação.

— Posso perguntar o motivo? — indaga ele, com um sorriso quase provocador, porém inofensivo.

— Acho que o fato de trabalhar para o senhor me deixou um pouco receosa. — explico, enquanto inconscientemente meus olhos se cruzavam novamente com os de Thomas.

— Por favor, já te disse para me chamar de Michael. Quando me chama de "senhor", me sinto um velho! — pede, fingindo uma expressão sofrida que arranca de mim um sorriso.

— Desculpe, vou tentar me acostumar!

— Talvez você ache que sou velho demais para que tenhamos qualquer tipo de intimidade... — sugere, com cautela.

"Velho?", pensei, notando que está longe disso. Na verdade, descobri que Michael era apenas dois anos mais velho que meu incrível ex, aquele que continuava a me perturbar de uma mesa ao fundo do pub.

ANOTHER LOVE - Henry Cavill Onde histórias criam vida. Descubra agora