Dois

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Como de costume todas as noites após o jantar Jimin se sentava na sala acompanhado dos primos e a tia, a chama da lareira era forte, principalmente naquela estação do ano. Pois era comum as noites se tornarem mais frias e os ômegas se sentirem mais sensíveis à baixa temperatura, fofocavam da vida alheia, riam e bordavam quando um bater forte na madeira os assustou.

A grande porta rangeu ao se abrir repentinamente, o ser baixo que passou pela mesma arrancou sua capa jogando-a no sofá, arregalaram seus olhos admirados. Não que a senhora Park não fosse bem-vinda a fazenda, só era suspeito a ômega ter se despencado da cidade grande até aquele fim de mundo do nada.

Algo a mais velha estava aprontando.

— Mamãe! — Seu tom saiu preocupado, conhecia a progenitora sabia que mais tarde teria problemas. — Aconteceu alguma coisa? A senhora não veio só para me ver veio, desde que enviou ao vilarejo... — Procurava algo que entregasse o real motivo da presença repentina da mulher.

— Tenho o direito de ao menos me acomodar Jimin, são esses os modos de receber quem lhe deu à luz. — Reclamou, caçou um sofá vago onde sentou sem dar muitas explicações. — Peça para alguma camareira que arrume um quarto confortável um banho quente, ah! Uma bebida também. Por favor, cunhada.

Senhora Min dona da casa sem ao menos ser cumprimentada decentemente saiu atrás de suas criadas, queria realizar logo todos os desejos da visitante. A mulher conhecia muito bem a Park e sabia como a figura era soberba e tinha mania de grandeza.

— Tenha dó Jimin, vai continuar me olhando com essa cara de coitado até saber o motivo pelo qual estou aqui não é. — Arrumou a anágua do seu vestido. — Sabe muito bem que está destinado a ser ômega de um nobre, intuição de mãe não falha e o criei para isso. — Ficou de pé em frente ao filho arrumando os cabelos do rapaz. — Precisa de uma boa hidratação.

— A senhora vem prevendo um bom casamento a anos, nesse tempo não tive nenhum pretendente. — Tentou jogar com a mãe, precisava de mais informações. Queria ter certeza que o assunto fosse só outra crise da mulher para tentar arranjar um bom partido para si.

— Por certo você nunca encoraja os alfas, os certos né. Não vamos entrar em detalhes. — Girou o corpo do filho, apertou o espartilho. — Engordou também pelo visto. — Conquistar um alfa não é fácil, é preciso fazer com que ele saiba e não é com palavras claro. Oh não, ômegas decentes, espertos usam os truques certos. — Agarrou os ombros do filho fazendo o sentar. — Precisa usar da sutileza que só nos ômegas temos. — Piscou.

O pensamento de Jimin foi longe o único alfa que gostaria de conquistar chamava-se Jeon um trabalhador bruto sem riqueza e titulo de nobreza. Considerava o alfa muito atraente e o seu jeito grosseiro foi o que lhe chamou atenção, sendo realista foi ele quem fez seus instintos sexuais vir a flor da pele.

Sua mãe continuou dando conselhos e mais conselhos, decidiu apenas ignorar olhando as árvores pela janela balançarem do lado de fora.

Assim que a tia retornou avisando que o dormitório estava pronto a Park avisou que iria se recolher e que na manhã seguinte o filho se preparasse, pois, os dois iriam ao vilarejo juntos.

— Desculpa Jimin mais sua mãe ela é.. — Yoongi pensava numa palavra gentil que definiria melhor a tia. — Como posso dizer, enérgica talvez um pouco controladora. — Sorriu sem mostrar os dentes.

— Chata ela é chata, droga será que vai passar muito tempo aqui? — Tae reclamou, se jogou no sofá descontente. — Olha não quero saber hoje é dia dos alfas irem à taverna, vamos?

Olharam pela janela e viram o cocheiro arrumar a carruagem para levar a oficina Jeon, aproveitando ele iria passar na taverna. Oportunidade perfeita.

— Sabem que ele vai sentir nosso peso na carruagem. — Jimin constatou o obvio.

O homem sentiu o peso extra é obvio, mas era acostumado com a fuga dos irmãos Kim, dois traquinas e não  adiantava repreende-los ou ameaçar contar ao seu pai alfa pois, os dois ômegas viviam para desafiar as ordens dos mais velhos.

Em frente a taverna ajeitaram suas roupas, olharam em volta e viram os cavalos dos irmãos Jeon amarrado na árvore que tinha ali.

Ao contrário do que se imaginava dentro da taverna era um completo silêncio, os alfas frequentavam o lugar em busca da paz e da calma que não tinham em suas casas. O tilintar o sino da porta chamou atenção uma vez que praticamente todos alfas do vilarejo se encontravam no local.

Olharam para a porta e viram três ômegas entrarem, o que mais chamou lhes atenção é que não eram os ômegas da noite, aqueles que trabalhavam vendendo o próprio corpo e sim os mais respeitados do vilarejo.

Jimin reconheceu o seu amado no primeiro banco do bar, andou em sua direção e parou do seu lado. O alfa ao se dar conta quase caiu da banqueta.

— Boa noite senhor Park. — Foi o primeiro a puxar assunto.

— Boa noite Jungkook. — Resolveu ser atrevido chamando o outro pelo nome, deu certo o alfa corou. — Posso me juntar ao cavalheiro? — No silêncio desconfortável o loiro sentou mesmo que sem uma resposta, puxou a calça de tecido fino para cima e o pano apertou suas coxas grossas fazendo o alfa arfar.

Os poucos minutos que o loiro passou do lado de fora ajeitando as vestes com os primos foram o suficiente para o sereno umedecesse seus cabelos loiros e sua camisa branca marcando pontos específicos do seu tronco como o mamilo esquerdo.

"Que jeito selvagem e sensual" pensou Jeon.

Ele achou o ômega mais lindo que nunca, seu corpo começava esquentar. Entre a aparência erótica dele e o fato de estar em seu terceiro copo de catuaba, havia mudado a bebida. Jeon sentiu sua virilidade aumentar, cruzou as pernas tentando disfarçar.

Não sabia o que o rapaz fazia ali, mas enquanto permanecesse sentado ao seu lado iria admirá-lo. Apoiou o cotovelo no balcão e se embriagou de cada detalhe do rosto molhado de chuva.

— Posso beber? É só um gole. — Antes que ele conseguisse falar, Jimin levou o copo aos lábios e virou metade do conteúdo com um gole.

— Catuaba é forte demais para um ômega. — Ficou de boca aberta com a coragem do loiro que devolveu o copo no balcão e o encarou de olhos arregalados. Tossiu. — É mesmo. Nossa. — No instante seguinte ergueu o copo outra vez.

Park sentiu as coisas a sua volta girar. Quase se arrependeu. Isso se a bebida não tivesse lhe dado uma coragem absurda.

— Você estava com a razão, mais cedo. — Confessou. — Não sou desajeitado, quebrei o colar de propósito só para você ter que consertar. Melhor para que eu pudesse vê-lo.

— Melhor te levar para casa senhor Park. — De pé o alfa abraçou o rapaz e os dois saíram do estabelecimento. — Pare de se debater Jimin. — O escorou na árvore onde estava o cavalo.

— Esta noite minha mãe apareceu, insiste em me casar com um nobre. — Contou. — Percebi que eu nem sei o que quero da vida. — Levou a mão ao peito. — Quero viajar o mundo ou me casar com um nobre? Ficar aqui na vila e me tornar um solteirão? Não sei e isso me deixa amedrontado!

O alfa sentiu uma vontade enorme de conforta-lo, protegê-lo, mas não sabia como. As palavras de Namjoon "Ele não é para o seu bico" ainda estava em sua mente.

— Só tenho uma certeza Jungkook, Jeon Jungkook. — Sua voz saiu tão manhosa que o alfa quis chorar. — Queria que você me beijasse, me torne seu alfa. — Fechou os olhos e esperou, esperou e nada, então suas pálpebras abriam. — Não, você não me quer?

— Céus Jimin claro que quero. — Agarrou a nuca do loiro aproximando seus lábios. — Como quero, desejo tanto você ômega. — Desviou o rosto até o pescoço branco sentindo todo o aroma doce, deixando alguns selares. — Nesse momento você está confuso, aborrecido com sua mãe e bêbado. — Com os braços ao redor dele pressionou seus corpos, sentiu seu membro duro roçar no abdômen alheio. — Ahn! Não pode acontecer esta noite, não com você desse jeito. — Beijou mais uma vez o pescoço do ômega que gemeu.

Jimin ficou em silêncio por alguns minutos. Minutos que o coração do joalheiro transformou em uma eternidade de falta de esperança. O outro deu sua resposta caindo nos braços do alfa, pois havia dormido.

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