Seis

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Jimin apenas fez o que precisava ser feito no momento, conduziu os cavalos por alguns quilômetros pela estrada até que chegaram a um lugar seguro aonde parou a carroça de lado. Se demorassem demais ali, eles ficariam sem a luz do sol para prosseguir.

Ajudou seu alfa a tirar o casaco e depois arrancar a manga da camisa para expor o ferimento. Sem conseguir vê-lo direito, pegou a água que eles tinham levado para beber e usou para lavar o sangue.

Um corte fino, preciso, com cerca de sete centímetros. A menos que infeccionasse, não era um ferimento que ameaçava a vida dele.
O casaco de lã tinha ajudado a segurar a lâmina.

— Vai precisar de alguns pontos. — Disse calmo.

Lavou o corte outra vez, para garantir que nenhuma fibra da camisa ou do casaco ficasse dentro da ferida. Então remexeu nas compras que fez na loja de tecidos até encontrar uma agulha e um fio resistente, já estava dando o terceiro ponto quando pensou ter sentido uma gota de chuva cair na sua testa. Olhou para cima e percebeu que não se tratava de chuva, mas de uma gota dos olhos de Jeon.

Pobrezinho, ele estava tremendo e suando frio, nem tinha lhe oferecido algo para ajudar com a dor.

— Por que você fez isso? Eu lhe disse para ir embora. Você deveria ter ido. — Falou sério apesar da dor.

— Eu sei, mas...

— Mas o quê? — Ele tinha ficado bravo. A voz dele falhava de nervosismo e suas mãos apertavam seus dedos. — Colocou sua vida em risco e a de Yoongi também.

— Não poderia deixar você para trás, eu não podia simplesmente ir embora. — Tentou explicar.

— Por sorte você tem a pontaria muito boa, foi arriscado mirar na faca. Se tivesse errado... — Puxou os próprios cabelos. — Céus, Deus.

— Mas, eu errei! Eu errei. — E então veio a emoção. Os olhos dele ficaram úmidos e Jimin começou a tremer. — Eu errei, droga. Minha mão não estava firme e eu não me preparei para o retorno da arma. Não estava apontando para aquela droga de faca. Eu mirei nele.

— Oh! Meu amor. — Levou a mão ao rosto do amado.

— E só de pensar que... no outro instante eu estava em dúvida se conseguiria matar uma enguia para alimentar você e nossos filhotes. Mas agora, quando vi aquele homem atacá-lo com a faca não tive dúvida. Eu teria feito qualquer coisa, alfa. Qualquer coisa, menos deixar você sozinho. — Abraçou ele com força.

Jeon ficou em silêncio por um instante e então a trouxe para junto de si. O abraço estava apertado e sua voz, emocionada.

— Preciso saber. — Disse. — Eu preciso saber, agora mesmo se você é meu? Terei paciência durante anos e se for necessário posso esperar mais, vou fazer tudo o que puder para conquistá-lo. Mais preciso saber neste momento se você será meu no final. — As mãos dele subiram para o rosto namorado. O olhar dele era penetrante e quente. — Diga-me Jimin, acalme meu coração ômega.

— Sim! — Suspirou. — Sim alfa.

Antes que pudesse repetir seus lábios foram tomados pelos dele e logo as mãos de Jeon estavam em toda parte, ele as enfiou por baixo da capa de Jimin fazendo contato com o corpo trêmulo do baixinho.

Jungkook envolveu os peitos pequenos, e deslizou uma das mãos para explorar os quadris e as coxas. A ousadia do toque possessivo dele fez o sangue de Park ferver. Não havia nada de refinado ou sedutor naquele toque.

Apenas posse. Uma carência bruta.

Enquanto beijava o pescoço de Jimin, mordiscava o lóbulo de sua orelha, Jeon desceu sua mão pela perna dele adentrando suas calças apertando sua coxa farta.

O loiro foi tomado de novo por aquele pensamento inebriante, excitante, de quando ainda não sabia nada sobre ele. Entre as pernas sentiu um pulsar doloroso de tão doce e gostoso.

— Jimin! — Ele gemeu. — Quero tanto entrar em você, quero estar no seu lugar mais íntimo. Quero possuir seu corpo e o seu coração.

Aquilo era loucura. Não podia acontecer.

Não ali, não naquele momento. Mas o ômega também queria e a natureza obsessiva do seu desejo foi uma revelação. Aquilo era novidade para si, aquele tipo de palavras rudes e excitantes que ele sussurrava não apareciam com a mesma facilidade nos lábios.

— Sim. Por favor, imploro. — Pelo menos conseguiu dizer isso. — Sim, Jeon sim me tome como seu. Reivindique meu corpo e meu coração para você alfa. — Sentiu deslizar uma mão mais para baixo, seu toque era um ferro em brasa contra a coxa nua e trêmula. Enquanto outra acariciava, judiava o bico do seu mamilo de maneira tão deliciosa.

Jimin agarrou o pescoço dele, implorando para continuar.

— Mais, mais. — Implorava.

Até que Yoongi fungou e se mexendo na parte de trás da carroça obrigando eles se separarem bruscamente. Todo corpo do ômega lamentou aquela perda. Seus mamilos, tesos e doloridos, esticavam-se buscando os toques do alfa.

— Eu esqueci dele. — Jimin levou a mão à testa.

Jeon riu em meio à sua respiração ofegante. — Não acredito que seu primo continuou dormindo depois de tudo o que aconteceu.

— Ele sempre foi assim. Dorme como uma pedra desde que era bebê. Amanhã vou ter dificuldade para fazê-lo acreditar nisso tudo. — Comentou.

— Então não tente. Acho que é melhor manter isso apenas entre nós. — Respondeu.

— Mas. — Queria contar para Yoongi sobre o vigarista ou a luta, era emocionante. E eles não conseguiriam esconder seu relacionamento por muito tempo.

— Espere até quinta-feira. — Disse. — Eu quero conversar com alguém sábio antes de fazermos qualquer plano. Eu já tive minhas diferenças com sua mãe, mas estou decidido a me comportar melhor do que um qualquer. Também não preciso da permissão dela, mas ainda assim quero conversar sobre a situação, sobre nós e ouvir o que tem a dizer. Tudo bem? — Explicou.

— Tudo bem. — Não. Não estava.

Jeon encostou a testa na dele e tocou seus lábios com um beijo suave. — Meu garoto.

Enquanto se beijavam, os pensamentos confusos de Jimin flutuavam em duas direções opostas, uma sublime e outra completamente sem graça.

A sublime - Ele era o garoto de Jeon Jungkook o alfa gostosão mais disputado da vila. Garoto dele. Garoto dele.

A sem graça - Agora ele tinha mesmo que arrumar um jeito, criar coragem de enfrentar sua mãe.

— Melhor parar-mos, ou tomarei sua virgindade aqui mesmo Jimin. — Alertou o alfa. — Não quero sujar sua reputação.

Mais Jimin queria, tinha descoberto que ter Jeon entre suas pernas era o que mais desejava, isso depois de te-lo em sua vida.

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