Doze

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Senhora Park se juntou aos demais. Com sua imensa capa preta ondulada atrás dela a Senhora parecia um corvo vingador.

— Meu marido, depois de todo esse tempo Jimin merece ser suspeito de tal acusação? —  Seu tom saiu revoltado. —  Eu dou permissão para que leve o ômega ao médico.

—  O quê?! —  Jimin quase gritou.

—  Não pareceu haver motivo para não permiti. Você não tem nada para esconder. Depois que esse horroroso alfa estiver satisfeito, poderemos deixar esse absurdo para trás. —  Sua mãe fez um som de desgosto. —  E voltar a procurar um casamento a sua altura, por hora não me conformo em te casar com esse sujeito pobre.

Senhora Kim pediu que uma das empregadas servisse chá quente. Jimin queria ter coragem para pedir que a beta colocasse um pouco de uísque no seu copo, detestava o modo como todos o encaravam.

Park se encolheu na cadeira apertando bem a capa ao redor do corpo rezando para que aquilo acabasse logo.

— Talvez esteja na hora de irmos embora dessa maldita vila — Disse em voz baixa.

A mãe agarrou seu braço, empolgada.

— Oh, Jimin. Se esse for o resultado deste desastre, então eu preferiria que você tivesse sido acusado há pelo menos um ano atras. Nós podemos ir para Londres imediatamente. Os nobres vão nos receber de braços abertos. —  Comentou feliz.

O ômega duvidava dos "braços abertos", mas acreditou que não seria mandado embora de casa após descobrirem que não era mais virgem e na cidade grande era bem mais fácil ele conseguir se manter.

— Você vai poder começar a frequentar as melhores rodas. Onde é o seu lugar, afinal. Vamos conhecer tantos cavalheiros finos. Homens ricos, cultos e com maneiras excelentes. —  A mulher continuava fazendo planos.

Jimin sentiu vontade de chorar, não queria homens ricos e cultos. Ele queria Jeon com sua casinha acolhedora e sua dedicação ao trabalho. O mais ironico era que depois de todos os receios do ômega quanto à reprovação da mãe e da sociedade, era ele que não estava disposto a enfrentar um pouco de fofoca por si.

— Isso é ridículo —  Declarou Yoongi, ficando de pé e rebatendo a acusação silenciosa que pairava sobre o primo. — Jimin não é mentiroso, nem quer o noivo que a senhora procura. Eu sei que não. — Ele virou um olhar acusador para o alfa que permanecia calado no canto da sala. —  Você está muito quieto para quem tem razão. —  Acusou.

— O que você quer dizer? —  Ele perguntou, remexendo-se no lugar. —  Dormimos juntos, é tudo que posso afirmar.

O silêncio foi interrompido por uma agitação criada pelo sussurro coletivo de suposições, bendito seja a beta que veio da cozinha trazendo uma bandeja de bolinhos oferecendo ás visitas.

—  Ora, ora. Tenho certeza de que tudo isso é apenas uma confusão. Ninguém que conheça o Jimin pode pensar isso dele —  Tae entrou na discussão.

A senhora Kim estalou a língua. — Ninguém que morou com ele durante a semana passada pode negar que tem agido de modo estranho. Desaparece na hora das refeições, fica isolado. —  Resolveu confronta-lo. — Você disse a todo mundo que estava doente na noite da festa, mas pareceu estar muito bem esta manha.

— Sim —  Jimin confirmou. — Sim, eu menti sobre estar doente.

Era isso. Ele iria dizer a verdade. Mesmo que seu sonho de ser um marido de um ferreiro não fosse dar certo, ele se recusava a desistir da sensação de liberdade que havia experimentado

Seu pai pareceu ficar perplexo. — Por que você fez isso.

Cansado de se esconder Jimin endireitou a coluna. —  Eu fingi estar doente pela mesma razão que tenho fingido ter uma saúde frágil há anos. —  Hábito e medo. —  Se virou para a mãe, decidido. — É mais ficil inventar uma doença de mentira do que aguentar a verdadeira dor de cabeça que é discutir com você.

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⏰ Última atualização: May 27 ⏰

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