Quatro

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Alguns dias depois

— Você está tão elegante esta manhã. — Jeon fez uma expressão de modéstia. O alfa era muito simples. — Ele não está elegante, Jimin? — Yoongi provocou.

— O Sr. Jeon está muito bem. — O loiro sorriu timidamente.

— Vou fazer alguns negócios na cidade grande hoje. — Explicou puxando a aba do chapéu. — Tô vestido pra' isso.

O alfa estava elegante, Jimin tinha que concordar. Ele usava um casaco azul-escuro que o fazia pensar em uma tarde chuvosa. Seu cabelo continuava um pouco comprido do jeito que amava.

Admirá-lo o deixou desejoso.

Como ambos iam á cidade resolveram todos ir na carroça de Jeon. O assento era largo o suficiente para os três, e Jimin claro foi no meio. E como a manha estava fria gentilmente o homem colocou um cobertor grosso sobre as pernas deles.

A cidade ficava a quase duas horas de distância, e eles passaram a primeira hora em silêncio quase total.

Obvio Park Jimin desenvolveu seu próprio método de linguagem com o alfa. Lado a lado, sempre encostava, esbarrava no outro. Conversavam por meios de sutis trocas de calor e pressão, além de toques "acidentais" de braço no braço, joelho no joelho. Cada toque eletrizava o corpo do loiro. Ele tinha que policiar seus olhares na direção de Jeon para que o primo não desconfiasse daquele flerte inebriante.

Embora Yoongi tivesse suas desconfianças.

— Nossa, como vocês são quietos. — Yoongi soltou. — Animo afinal estamos sozinhos longe de adultos chatos e sua mãe Jimin. — Sorriu irônico.

— O que vocês vieram fazer na cidade? — Jeon perguntou. — Onde eu deixo vocês quando chegar?

— Nós precisamos primeiro passar na loja de tecidos, é nossa principal preocupação. Precísamos de metros e metros de tecido para uma roupa nova pro' Jimin. — O primo revelou empolgado.

Jimin transpirou frio, pois, esqueceu que não tinha contado para ele sobre o encontro que a mãe havia lhe arranjado.

[...]

Quando chegaram na cidade Jeon os deixou na loja de tecidos e foi cuidar dos seus negócios. Jimin e Yoongi passaram as horas seguinte falando sobre renda ou seda, depois comprando sapatos e ate mesmo roupas íntimas.

Park se afastou do primo ao ver uma linda roupa de baixo rendada, estava para pedir à vendedora para lhe mostrar uma peça ou duas, para o seu enxoval quando um homem se aproximou e a interrompeu seus pensamentos com a voz grave.

— Com licença, senhorita. — Sentiu que ele estava perto demais, seu coração chegou errar uma batida.

Jeon Jungkook.

Virou para ele, aproveitando a deixa para fingir que os dois não se conheciam.

— Posso ajudar o senhor? — Começou a brincadeira.

— Seria muita ousadia minha lhe pedir sua opinião de ômega? — Deu um sorriso galanteador.

Jimin o olhou de alto a baixo.

— Eu ficaria feliz de poder lhe ajudar. — Ele se afastou para o lado, sinalizando para que o seguisse.
Jungkook parou diante de um expositor repleto de bolsas enfeitadas, luvas rendadas e até mesmo joias.

— Eu gostaria de comprar um presente para o meu amado, mas não sei muito bem do que ele gostaria. Pensei que o ômega talvez pudesse fazer a gentileza de me ajudar a escolher. — Um sorriso involuntário moveu os lábios do loiro.

Estavam inertes aquele clima de jogo de sedução até serem interrompidos por Yoongi.

— Sr. Jeon Jungkook, você tem um namorado? Quem é?! — Perguntou curioso.

Enquanto Jimin tinha um olhar de puro pânico.

— Conte, conte. — Dava pulinhos empolgado. — Quem é seu namorado, Jeon?

O alfa não sabia o que dizer. Ele não queria mentir, mas foi evidente que Jimin não tinha contado nada para o primo sobre o dois e isso ficou um pouco estranho. Constrangedor. Quando o assunto era romance sua irmã Rosé contava tudo a ele, nunca tiveram segredos.

— Pare com isso agora , Yoongi. Não o importune assim. — Jimin repreendeu sério. — Terminou seus negócios, Sr. Jeon? — Ficou evidente o quão estava ansioso para mudar de assunto.

— Sim, obrigado. E suas compras? — Sentiu uma pontada de decepção com a atitude do ômega.

— Estamos quase acabando. — Chamou a vendedora e pediu que a moça embrulhasse as compras de preferência com rapidez.

— Nós temos algum tempo antes de precisarmos voltar, pensei que talvez nós três pudéssemos almoçar em algum restaurante. — O alfa sugeriu.

— Senhor Jeon você ainda não comprou o presente do seu namorado. — O primo voltou ao assunto.

"Deus, o garoto era igual a um vira-lata com um osso." - Pensou Jungkook. Não esquecia o assunto.

— Por favor, conte-nos quem e nós o ajudaremos. É Mark? Taemin? Oh! Eu sei.. Bae, o jardineiro dos Min...

— Nenhum deles. — Jeon balançou a cabeça negando.

— Nós pelo menos o conhecemos? — Foi direto.

— Eu... eu tenho certeza de que conhecem. — Abaixou a cabeça sentindo tristeza outra vez.

Jimin praticamente arrancou as compras das mãos da vendedora e bateu de propósito no primo com as sacolas.

— Pare, pare agora. Você está constrangendo o alfa. — Parecia irritado. — Nós gostaríamos de almoçar. — Continuou. — Muito obrigada pela sugestão, Jeon.

Durante a refeição, o alfa se manteve em silêncio enquanto comiam torta de frango. Jeon não sabia o que pensar sobre a relutância de Jimin em contar a verdade. Era óbvio que não estava pronto para contar para ninguém.
Ele pensou que era compreensível, ainda era cedo.

Mas algum dia ele estaria pronto? Essa era a verdadeira questão.

Jungkook tocou carinhosamente no pacotinho guardado no fundo do bolso do casaco bem no peito, sentiu a pequena quantidade de ouro e pedraria que ele recebeu como pagamento do joalheiro a quem veio fazer um serviço. Ele pediu para receber em materiais, em vez de dinheiro, pensando que poderia fazer algo especial com aquilo.

Algo como um anel de compromisso.

Mais agora começou a se sentir um idiota, se Jimin não se sentia à vontade para contar ao próprio primo sobre eles, quem dirá ao mundo. Jungkook estava muito adiantado em seus sentimentos.
Ele levantou sua caneca de conhaque e olhou para ômega como fazia com frequência, e esse mexia na corrente que estava sempre em seu pescoço.

A corrente que quebrava de propósito para ir lhe ver.

— Se vocês não se importam, também não quero ser desrespeitoso. — Anunciou. — Tenho algo para fazer em nosso caminho de volta, alguém que eu prometi visitar hoje.

Yoongi se endireitou na cadeira, interessado.

— É o seu namorado? — Não conseguia disfarçar, Jeon era um dos solteiros mais disputados da cidadezinha. — A-ai.

Jeon teve certeza que seu amado havia chutado o primo por baixo da mesa.

— Não, não é meu namorado. É minha irmã. — Falou baixo, triste.

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