Oito

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Ele estava lá. Sentado à mesa, a cabeça descansando nos braços empilhados.

— Jimin? — Ele acordou assustado, os olhos arregalados e perdidos até o encontrarem.

— Jeon. Você está aqui! — Suspirou aliviado.

— Estou. E você também... O que aconteceu?

— Eu falei para todo mundo que estava com uma dor de cabeça terrível e implorei para ir embora e vim pra cá. — Sorriu. — Nós soubemos do acidente com o pai de Cora por uma das criadas e eu sabia que você seria chamado. Como ele está?

O alfa suspirou e coçou o queixo.

— Ele vai sobreviver. Endireitei a perna dele o melhor que pude, a fratura foi feia e vai demorar meses para sarar. Mas se ele tiver paciência, a perna deve ficar boa. — Encarava o ômega.

— Que ótima notícia.

— Ver seu rosto é uma ótima notícia. Fiquei preocupado com o que você iria pensar quando visse que eu não apareceria. — Confessou preocupado.

— Queria ir ajudar você, mas me dei conta de que só iria atrapalhar. Imaginei que você estaria com fome, quando terminasse e que talvez precisasse de companhia. — Jimin evitou o olhar dele e seus cílios tremularam.

Jungkook se deu conta, de repente, que estava parado sem camisa diante do outro. E que Jimin tinha reparado. Aqueles olhos arregalados e sonolentos passearam pelos contornos molhados de seus braços e peito. Mas ele estava entre Jeon e o quarto, onde estavam todas suas roupas. Ainda que fosse escandaloso que ele o visse seminu, não podia se vestir sem passar perigosamente perto de Park e assim ele apenas ficou parado.

O olhar do ômega chegou ao seu rosto.

— Eu trouxe o jantar. — Disse e se pôs de pé indicando os pratos cobertos sobre a mesa, com a boca exibindo um sorriso irônico. — Não se preocupe, não fui eu que cozinhei.

Jeon não sabia o que dizer a respeito, dele ter desistido de sua diversão naquela noite para ficar com ele. A consideração dele não era qualquer surpresa, mas ainda assim... o coração insistia que o significado de tudo aquilo era muito maior.

Além de tudo, Jimin era tão lindo... Qualquer que fosse a roupa escolhido para ele usar na festa tinha voltado para o armário. Pois, ultimamente Jimin usava roupas mais comuns e simples, seu cabelo continuava armado os cachos ondulados como um anjo.

Sem resistir mais Jeon o puxou para perto e enrolou no dedo um cacho daquele lindo cabelo dourado.

— Sinto muito por você ter perdido a festa.

— Eu não sinto. — Jimin engoliu seco. — Quero dizer, não dava para evitar.

— É claro que dava, você não precisava ter ficado aqui em casa. Imagino estar ansioso para se divertir com seus primos.

— Estava mais ansioso para encontrar você.

Jungkook deslizou o dedo de leve pela face alheia, emocionado e sem conseguir imaginar o que teria feito para merecer aquelas palavras.

Para merecer aquele ômega.

— Está com fome? — Jimin perguntou.

— Estou.

— Muito bem, então. Talvez eu deva pegar alguns pratos e..

Finalmente Jeon o puxou para um beijo. O alfa sentia fome, sim. Fome de Jimin. A alma de Jungkook estava faminta por aquilo.

Ele tinha voltado para essa mesma casa, para essa mesma cozinha, todas as noites de sua vida. Mas aquela era a primeira vez em muito tempo que ele sentia estar chegando em um lar. Seu lar.

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