7. Not what it seems

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Flyn estava se dando bem com os outros colegas. O cara só está aqui a uma semana e todo mundo já é amigo dele. Eu não estou com inveja nem nada, eu só queria ter esse dom natural de conversar com as pessoas, eu acho.

Depois de me trocar no vestiário, me sento atrás do volante à espera do meu colega. Flyn aparece dois minutos depois, com dois copos de café, e me dá um ao entrar no carro:

_É cappuccino! – Ele diz.

Ele é um cara legal, entendo porque todo mundo gosta dele. Aliás, escolheu bem, eu não gosto muito de café preto, mas eu certamente beberia se ganhasse um, de qualquer pessoa – que fosse confiável, claro.

_Obrigado! – Agradeço.

Dou a partida e saio do estacionamento pela avenida Point Breeze. No caminho, tiro minha bebida do porta-copos e bebo um pouco algumas vezes.

Passando pelo cruzamento da rua 17 com a Tasker, com o sinal aberto e o copo na mão, um carro passa na nossa frente acima do limite de velocidade. Eu tive que frear, por pouco o carro não bate na viatura, mas isso fez com que meu café caísse todo na minha calça.

_Porra! Isso tá muito quente! – Tento tirar o excesso com as mãos.

_Vai atrás dele!

Viro a esquina e acelero na rua Tasker, Flyn liga a sirene, estávamos a 110 km/h para conseguir alcançar o infrator.

Ele não estava parando, mas felizmente essa rua não eram muito movimentadas nesse horário. Flyn pega o megafone:

_Aqui é a polícia, encosta o carro!

Ele não parou, tivemos que seguir ele por só mais alguns segundos, até que ele, inesperadamente, bateu em um poste antes de cruzar a rua 32. Paramos por perto e saímos da viatura, indo em direção ao acidente.

O lado do carro que bateu no poste foi o direto, o motorista não tinha nenhum arranhão. O carro cheirava a álcool então falei pro Flyn buscar o bafômetro. Sim, mesmo que esteja óbvio que ele bebeu, temos que fazer o teste, eu já tive problemas com isso antes. Flyn voltou e eu abri a porta do civil:

_Consegue andar, senhor?

Ele se levantou, cambaleando e ficou de pé na nossa frente:

_Ei, você tá todo mijado!

_Haha, muito engraçado. – Digo, de braços cruzados. – Você precisa fazer o teste do bafômetro.

Flyn fez o teste nele e o resultado saiu, agora podíamos algema-lo e levar pra delegacia.

_Você dirige, Flyn! - Digo a ele.

_Sério? Legal!

Eu só o deixei dirigir porque eu tinha que dar um jeito de secar todo aquele café antes de chegar na delegacia. Flyn não disse nada sobre meu pequeno acidente, mas aposto que os outros caras não iam ser tão legais quanto a isso.

Chegando na delegacia, encaminho o motorista pra trás das grades enquanto Flyn preenche o relatório. O bêbado grita:

_Ei pessoal, esse daqui molhou as calças!

Tinham alguns colegas meus no recinto, e três delinquentes presos, que olharam para nós dois assim que ouviram.

_Esse cara tá bêbado... - Explico, sem graça.

Crimes para esquecer [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora