capítulo 8

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Por volta das 10h30, entrei sorrateiro pela porta da nossa casa. Mamãe estava na entrada da cozinha, com o celular na mão.

Ela olhou para cima e um sorriso aliviado curvou seus lábios.

— Oi, querido. Por que não levou seu celular? Estava quase ligando para Son para ver se estava tudo bem.

Louvado seja Deus pelas muitas noites em que dormi no Son nos últimos dez anos. Mamãe estava tão acostumada com isso que não esperava nada de ruim quando eu não voltava para casa depois de sair com ele. Segurei a vontade de fazer o sinal da cruz e forcei um sorriso.

— Como foi a festa? — perguntou ela de maneira inocente e maternal.

— Boa.

— Quando acabou?

— Um pouco depois das três?

Ótimo, se parecesse mais culpado, ela me amarraria na cadeira da cozinha e iniciaria uma desagradável inquisição.

Felizmente, sua carranca abrandou depois de um segundo, e ela me perguntou se eu queria alguma coisa para comer. Presunto e ovos, meu café da manhã favorito.

A agitação do meu estômago se rebelou feito o pior traidor pela cozinha. Por favor, nada de comida. Não consegui evitar o reflexo da ânsia e a minha cara amassada.

— Não, obrigado, mãe.

— O que foi? Não está se sentindo bem? — Ela estava na minha frente antes que eu pudesse escapar pelas escadas.

Tirei os óculos do Richarlison e apertei o ponto entre os olhos.

— Não, está tudo bem.

— O que seus olhos têm, querido?

Merda. Rapidamente abaixei as pálpebras e olhei para o chão. Tarde demais.

Ela ofegou.

— Estão completamente vermelhos. Jeon Jungkook...

Ah, maravilha, o nome inteiro. Isso estava indo de mal a pior.

— Você andou bebendo?

Em contraste com o rugido dela, minha voz caiu para um murmúrio.

— Só um pouco. E eu não sabia que havia álcool no refrigerante, juro.

Dali, ela fez todo um discurso maternal de repreensão. Gritou, grunhiu, e me chamou de irresponsável. Mas o pior foi que ela me deixou de castigo.

Eu só veria a luz do dia quando fosse treinar futebol terça e quinta-feira, e ela só cedeu nisso porque implorei de joelhos. Afinal de contas, eu não podia não aparecer na primeira semana de treinamento quando foi tão difícil entrar no time.

Então, ela me trouxe um copo d’água, me abraçou e disse que estava feliz por eu não ter me machucado. Dã, ela ainda não sabia da minha cabeça martelando.

De volta ao meu quarto, desabei na cama e fiz planos para uma semana trancado lá dentro. Pelo menos minha pilha de livros para ler seria reduzida drasticamente dessa maneira.

Mais tarde naquele dia, meu celular vibrou na mesa de cabeceira, com o nome de Son piscando no visor. Apertei o botão para ignorar a chamada. Deixar só tocando não bastaria. Ele precisava saber que eu não queria falar com ele.

Alguns momentos depois, recebi uma mensagem.

Você está bravo comigo?

Babaca. Não ia responder a essa pergunta.

Não demorou muito para ele enviar outra mensagem.

Então, não é uma questão de se mas do quanto.

Cerrei os dentes, fazendo uma cara sinistramente feia para o telefone, já que ele não estava aqui para receber meu olhar maligno.

Drible Do Amor - Jungkook e RicharlisonOnde histórias criam vida. Descubra agora