Lábios pressionados, eu encarei Richar, mas com suas últimas palavras, ele me fez praticamente molhar as calças. Philip, no entanto, parecia satisfeito com a situação enquanto enchia os dois copos – o de Richar pela metade à exigência da irmã – com tequila e colocou uma fatia de limão em cada copo.
Richar arqueou as sobrancelhas.
— Ainda quer fazer isso?
— Não preciso beber isso, né? — Merda. Minha voz quase vacilou com o meu desconforto que só aumentava.
— Não, não precisa. É para mim. Você só ajuda com o limão.
Ajudar com o limão... o que isso quer dizer? Alimentá-lo com ele? Tudo bem. Isso eu poderia fazer.
— Manda ver.
Ele me deu um sorriso que me fez pensar se eu estava no lugar certo, na hora certa. Mas era tarde demais para fugir. Ele tirou o limão da tequila e brindou seu copo com o de Philip. Ao mesmo tempo, ele segurou a fatia para mim.
— Morde.
— O quê?
— Morde — ele repetiu.
Ele virou o boné para trás, e depois, virou a tequila de uma vez. Eu me inclinei para a frente e mordi a fruta estendida por ele, meus olhos focados em seu rosto. O gosto azedo me fez fazer uma careta. Eu me afastei. Richar jogou a fatia de lado e segurou meu pescoço, puxando-me para ele. Tudo aconteceu tão rápido que eu nem consegui lamber o limão dos lábios.
Mas ele lambeu. E meu coração parou de bater.
Ele traçou meu lábio inferior com a língua, limpando o líquido e mordiscou de leve. Depois, sua língua mergulhou entre os meus lábios entreabertos e deslizou contra os meus com uma lentidão sensual que enviou pequenas ondas de choque de prazer até as pontas dos dedos das mãos e dos pés.
O gosto de bebida e limão ficaram para trás quando ele recuou alguns centímetros. Com a mão ainda no meu pescoço, ele olhou para mim com algo próximo a um pedido de desculpas nos olhos. Isso e satisfação.
Eu? Eu provavelmente parecia um gato que acabou de ser jogado na água fria. Atordoado a ponto de não emitir qualquer som dos meus lábios.
— Obrigado por ajudar com o limão — disse ele com a voz tão baixa que eu tive que ler seus lábios.
Respirei devagar, mas meu coração estava acelerado.
— Aham. Disponha.
Minha perplexidade e boca aberta alimentaram sua diversão. Richar inclinou a cabeça, quase soltando o sorriso que tentava segurar. Por fim, sua mão escorregou do meu pescoço e ele se virou para o cunhado, mas me manteve perto dele.
Rachel percebeu meu rosto espantado e me ofereceu sua compaixão com um dar de ombros tímido. Ela contornou seu irmão e me envolveu em uma conversa que não me deu muito tempo para respirar. Não exatamente o que eu queria fazer agora quando o gosto de Richar na boca era tudo que eu conseguia pensar. Porém, essa mulher era insaciável. Ela queria saber tudo sobre mim, até o que eu gostava no café da manhã.
— Ela é o demônio disfarçado, caçando possíveis cunhados. Não assine nada que ela te peça — Richar disse por cima do meu ombro, e eu notei a faísca em seus olhos quando ele me lembrou da certidão de casamento que seus pais pareciam pedir de qualquer visitante para frequentar a sua casa de praia.
Estremeci, mas ri quando Rachel deu um tapa no ombro dele pelo comentário.
— Deixa eu te salvar da Inquisição Espanhola. — Ele pegou minha mão, puxando-me para fora do banco, sem me dar chance de discutir. No entanto, estava tudo bem para mim desde que eu não tivesse que responder mais perguntas. Ou foi o que pensei até perceber para onde exatamente Richar estava me arrastando.
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Drible Do Amor - Jungkook e Richarlison
FanfictionNo amor e no futebol vale tudo, certo? Jeon Jungkook espera ansiosamente pelo retorno de seu melhor amigo - e sua paixão secreta - Son Heungmin. Mas quando ele volta de sua viagem só tem olhos... para uma garota. Linda, popular e que faz parte do ti...