capítulo 7

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O sol atravessando as janelas me acordou na manhã seguinte. Eu me sentia como se estivesse flutuando em um mar revolto sobre um frágil colchão de ar. Demorou alguns segundos para que o estranho balançar parasse e eu pudesse me centrar.

Minha bochecha repousava em um travesseiro com cheiro de pinheiros e era quentinho. Inalei profundamente, querendo guardar esse cheiro, e abri os olhos para olhar para os lábios sensuais de Richarlison. Minha mão em seu peito exposto subia e descia com a respiração lenta e uniforme.

Santo Deus, que merda foi que aconteceu?

Eu estava na cama com o capitão do time de futebol. Droga, eu nunca deveria ter ido àquela festa.

Agora, meu único pensamento era fugir. Mas o choque me manteve preso na cama quando tomei consciência da posição toda enroscada que Richarlison e eu nos enrolamos enquanto dormíamos.

Deitado de lado, minha perna esquerda estava pendurada no quadril dele. Minha panturrilha repousando bem em sua virilha. Ele estava deitado de costas, a perna esquerda dobrada para que eu não conseguisse retirar a minha. Tentei controlar meu corpo para não estremecer. Sem chance.

Não me atrevendo a acordá-lo, fiquei imóvel, pensando freneticamente nas opções que eu tinha. Ótimo, não tinha nenhuma.

Eu estava encurralado

Talvez se eu ficasse quieto, fingindo estar dormindo, até que ele acordasse e saísse da cama primeiro, eu poderia sair às escondidas e ir antes que ele percebesse. Eu teria me dado um tapinha nas costas por essa ideia, se eu pudesse tirar a mão de seu peito aconchegante.

E que peito firme ele tinha. Devia levantar pesos além de jogar futebol. Como se meus olhos tivessem vida própria, eles viajaram por seu corpo lindo. Sua perna dobrada parecia incrivelmente longa. Nunca prestei atenção, mas ele deve ser um palmo mais alto do que eu.

Meu olhar subiu, sob sua orelha esquerda havia uma antiga cicatriz de cerca de dois centímetros de comprimento. Ninguém repararia a menos que estivesse bem perto dele, como eu estava agora.

De repente, seus lábios se contorceram.

— Posso te sentir me encarando — disse ele na mais suave e rouca voz de quem acabou de acordar que eu já ouvi.

Prendi a respiração. Tirei a mão de cima dele rapidamente.

Sem tirar o braço do rosto, ele estendeu a outra mão e lentamente subiu a palma sobre a minha coxa na direção da bunda.

Assustado, segurei sua mão no lugar.

— Mexa mais um centímetro, Richarlison, e você é um homem morto.

— Jeon? — Sua risada estava cheia de surpresa e diversão. Ao contrário de mim, ele parecia bastante relaxado.

Um estranho calor começou por baixo até subir para a cabeça conforme eu analisava a sua mão. Vestindo apenas jeans e um relógio de pulso preto, ele parecia mais um cara dos muitos pôsteres nas paredes do quarto de Simone Simpkins do que o garoto que eu conhecia do colégio.

Eu me senti desconfortável por não soltar a mão dele da minha perna, só que eu estava com muito medo de que ele continuasse o caminho que começou, se eu o soltasse.

— Me diz, Jeon — perguntou ele, descendo o braço até o travesseiro e inclinando a cabeça para me analisar com olhos calorosos. — Por que estou com você na minha cama, se não tenho permissão para te tocar?

— Não sabia que havia morangos na soda — reclamei.

Ele franziu o cenho, seus lábios enrugaram.

— Como é que é?

Drible Do Amor - Jungkook e RicharlisonOnde histórias criam vida. Descubra agora