32| Uma vez rei dos babacas, sempre rei dos babacas

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Lis convidou o Dean para a formatura dela e ele não apareceu.

Depois de fechar a porta atrás de mim e olhar o breu que estava no meu quintal, deslizei o dedo para o lado na tela, levando o aparelho até a orelha em seguida

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Depois de fechar a porta atrás de mim e olhar o breu que estava no meu quintal, deslizei o dedo para o lado na tela, levando o aparelho até a orelha em seguida. Minhas mãos tremiam e por um segundo tudo o que se teve foi uma linha muda. Dean não dizia nada, o que me deixou ainda mais frustrada.

Babaca.

― Ainda não conseguiu formular uma desculpa apresentável? ― Soltei sarcástica. Estava decidida a não deixa-lo saber o quanto havia me afetado. ― Se esse for o problema, Stone, não precisa se preocupar. Eu não achei realmente que apareceria...

― Está magoada. ― A voz baixa do outro lado da linha fez meus pelos eriçarem e me odiei por ser tão fraca. ― Eu te conheço, Anna Lis, e você está me odiando nesse momento. ― Disse convencido.

― Vai pro inferno, seu idiota. ― Falei uns dois tons mais altos, com toda a raiva que possuía. Foda-se os bons modos, ele ia ter que me ouvir e depois sumir da minha vida. ― Não me importo se teve um problema no trabalho ou se seu carro pegou fogo, eu merecia uma explicação antes de ter meu dia arruinado por você outra vez. Estou cansada, Stone. Cansada de ser feita de palhaça e depois te receber de braços abertos... não posso mais continuar com isso.

― Entendo... ― Disse simplesmente. ― Então, porquê está usando o colar de lua que eu te dei? ― Soltei o pingente entre meus dedos que até então nem havia me dado conta de que o segurava. E paralisei com o que tinha escutado.

Como ele podia saber sobre o colar?

O que estava acontecendo?

― Se realmente achasse que eu não apareceria, poderia ter optado por não usá-lo ou até mesmo arrancá-lo fora assim que a sua formatura acabou, mas não o fez. E sabe por quê?

Próximo a grande árvore, vi algo se mexer no escuro. A única luz que eu tinha era a da cozinha que chegava muito fraca até o lado de fora e só iluminava onde eu estava. O resto do quintal estava iluminado somente com a luz da lua. Logo pude notar a silhueta de um homem caminhar até mim.

― Porque mesmo que não pudesse me ver, sabia que eu estava lá. No fundo, sempre soube que eu estaria lá pra você, assim como estou aqui agora. ― O homem trajando um smoking igualzinho ao de Luca, parou próximo a piscina onde a luz da lua batia mais forte e afastou o celular da orelha, guardando-o em seu bolso. Tudo parecia ter ficado em câmera lenta enquanto meu cérebro tentava processar todos os acontecimentos adiante.

O rapaz levantou o rosto em minha direção, e apesar de já saber de quem se tratava, ainda foi um choque olhar em seus olhos diretamente. Dean continha um sorriso de canto e as órbitas castanhas brilhavam intensamente ao me analisar minuciosamente - dos pés à cabeça. Corei quase que instantâneamente.

― Era mais fácil te olhar enquanto usava aquela bata sem graça. Agora estou usando todo o meu autocontrole para não te agarrar e jogar todo o plano para o alto... ― Disse com o tom de voz mais atraente que nunca e precisei engolir a seco. Também não era fácil pra mim vê-lo dentro daquele smoking e não correr para seus braços.

Comecei a caminhar até o rapaz a passos hesitantes, sem tirar os olhos dele nem por um segundo. Seus fios negros e macios estavam mais arrumados que o normal, o que era uma surpresa, pois Dean parecia ter problemas com pentes. O brilho dos seus olhos parecia aumentar de intensidade a cada passo que eu dava em sua direção e nunca, em toda a minha vida, havia me sentido tão especial. Finalmente estava acontecendo comigo...

― Você é um idiota, sabe disso né? ― Parei de me aproximar deixando uma distância considerável entre nós.

Dean sorriu encarando os próprios pés, voltando seu olhar para o meu rosto instantes depois.

― É, eu sei! Mas eu tenho você, e isso é tudo o que importa.

Ele se aproximou e me puxou para um beijo urgente e cheio de saudade. Sua mão segurou abaixo da minha nuca e a outra segurou minha cintura com firmeza. Sua língua me invadiu e meu corpo se entregou a ele por completo. Era sempre assim. Stone me tocava e eu me rendia. E o mais irônico, estava querendo matá-lo a segundos atrás; decidida até mandá-lo embora da minha vida. Mas não precisou de muito para que a ideia sumisse da minha cabeça.

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