Prólogo: Escamas de um Dragão

5.3K 564 373
                                    

( PRÓLOGO )

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

( PRÓLOGO )

DO SANGUE DOS DEUSES DE VALÍRIA 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

DO SANGUE DOS DEUSES DE VALÍRIA 

. . . . . ╰──╮╭──╯ . . . . .

O sino agudo tintila, balançando esquerda e direita, como o sentido de um oceano, anunciando a chegada de uma interrupção à calmaria, uma anormalidade: uma brutal tempestade. O característico sinal, uma espécie de aviso, alertando o fim do tempo que escorria era como um prelúdio tortuoso à protagonista, uma sentença de morte, pagando suas penitências dia após dia. Em um corpo fraco, exausto, sedento por diligências — das mais básicas como banhos, alimento até a necessidade por vestimentas para substituir as roupas puídas em pedaços em sua pele — a minúscula criança de seis anos de idade tremulava, em pavor ao erguer-se, com sua melhor postura, aguardando sua sina.

As mãos pequenas, frágeis e magras uniram-se, por trás do corpo. Os olhos amendoados como avelãs, grandes como luas cheias jaziam imenso pavor, arrepiando-se do dedinho mindinho dos pés ao último fio de seus longos cabelos castanhos. De cabeça baixa, um gesto de submissão, respeito permaneceu, forçando-se para não desfazer-se de lágrimas e engolir o horror. O ranger de botas pressionava o assoalho de madeira, a respiração quente esvaindo de narinas, preenchendo o terno silêncio, tornando a presença alheia marcante, assombrosa, macabra.

Aos olhos da miúda Athelyna — devo mencionar à vocês queridos leitores que nem mesmo um nome detinha até então —, chamada como bastarda por seus inquilinos, provedores ou, a palavra correta para descrever, donos, cada vez que Agenor Hightower aproximava-se em sua direção, um pavor alastrava-se, a vontade de chorar, vivia ao redor de monstros, de feras que a escravizaram.

Diziam que era ao seu bem, ela era o pecado, o erro — a mancha. Athelyna acreditava, confiava e queria agir da melhor forma possível, desejava receber um afago em seus cabelos, um sorriso dedicado à si, uma refeição quentinha ao invés de ossos e sobras, uma cama mesmo que dura ao invés de dormir no celeiro (se incomodava com o frio e o barulho de seus ossos se chocando no inverno).

— Que decepção, pelos Sete. Um verdadeiro milagre para acudir meus nervos...— ele balançou a cabeça mas, ela não poderia ver, concentrada em seus pequenos pés. — Você, bastardinha não agiu como deveria, negligenciando seus afazeres, uma preguiçosa.

DEADLY DELIGHT ✞ DAEMON TARGARYEN ¹Onde histórias criam vida. Descubra agora