D.D ▍❛por fim, um deleite mortífero manchou suas almas, eternamente❜
Daemon Targaryen abominava cada membro da casa Hightower, suas moralidades, costumes, comportamentos mas, existia uma única incoerência em seu inimigo de anos, Otto Hightower possu...
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( PRÓLOGO )
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DO SANGUE DOS DEUSES DE VALÍRIA
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O sino agudo tintila, balançando esquerda e direita, como o sentido de um oceano, anunciando a chegada de uma interrupção à calmaria, uma anormalidade: uma brutal tempestade. O característico sinal, uma espécie de aviso, alertando o fim do tempo que escorria era como um prelúdio tortuoso à protagonista, uma sentença de morte, pagando suas penitências dia após dia. Em um corpo fraco, exausto, sedento por diligências — das mais básicas como banhos, alimento até a necessidade por vestimentas para substituir as roupas puídas em pedaços em sua pele — a minúscula criança de seis anos de idade tremulava, em pavor ao erguer-se, com sua melhor postura, aguardando sua sina.
As mãos pequenas, frágeis e magras uniram-se, por trás do corpo. Os olhos amendoados como avelãs, grandes como luas cheias jaziam imenso pavor, arrepiando-se do dedinho mindinho dos pés ao último fio de seus longos cabelos castanhos. De cabeça baixa, um gesto de submissão, respeito permaneceu, forçando-se para não desfazer-se de lágrimas e engolir o horror. O ranger de botas pressionava o assoalho de madeira, a respiração quente esvaindo de narinas, preenchendo o terno silêncio, tornando a presença alheia marcante, assombrosa, macabra.
Aos olhos da miúda Athelyna — devo mencionar à vocês queridos leitores que nem mesmo um nome detinha até então —, chamada como bastarda por seus inquilinos, provedores ou, a palavra correta para descrever, donos, cada vez que Agenor Hightower aproximava-se em sua direção, um pavor alastrava-se, a vontade de chorar, vivia ao redor de monstros, de feras que a escravizaram.
Diziam que era ao seu bem, ela era o pecado, o erro — a mancha. Athelyna acreditava, confiava e queria agir da melhor forma possível, desejava receber um afago em seus cabelos, um sorriso dedicado à si, uma refeição quentinha ao invés de ossos e sobras, uma cama mesmo que dura ao invés de dormir no celeiro (se incomodava com o frio e o barulho de seus ossos se chocando no inverno).
— Que decepção, pelos Sete. Um verdadeiro milagre para acudir meus nervos...— ele balançou a cabeça mas, ela não poderia ver, concentrada em seus pequenos pés. — Você, bastardinha não agiu como deveria, negligenciando seus afazeres, uma preguiçosa.