CAPÍTULO 1

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Sakura

Se pudesse escolher dentre os meus maiores desejos, escolheria viver livremente pelas montanhas. Caminhando com o vento soprando meu cabelos, sentindo a grama expressa sobre meus dedos, subiria as colina e iria em direção ao meu próprio destino. Mas isto é impossível, não é possível que poderia acontecer, e como minha mãe disse; Você nascerá, crescerá e continuará trabalhando aqui até seu corpo se tornar pó. Este, e o meu triste e cruel destino.

A montanha Mangako, e conhecida principalmente pelo templo "Inmanko" que fica há duas milhas do hotel a onde moro, ele possui grandes escadarias e seus pilares foram construídos após a expulsão mongol do Japão. Os pilares foram sacrifícios a Deuses como agradecimento por terem ajudado a vencer, no caso ao mandar "A grande Onda de Kanagawa", e cada pilar existiu uma pessoa,que foi morta dentro dele enquando construíram. Por aqui, vêem muitos samurais Ronin. Geralmente são maltrapilhos, ou falam e gritam demais ou simplesmente não dizem nada, e quando dizem, são palavras desconexas. Eles não aparentam nenhum tipo de honra, eles apenas querem honra a si mesmos, e eu invejo isso. A sua liberdade. Eles nunca teriam o meu problema, não aceitam ficar e sofrer por nada, por que o destino deles não é este. Mas eu o meu sempre será.

Havia ido ao templo Inmanko antes dos primeiros raios de sol como fazia todos os dias. Subia as escadas lentamente, embora houve dificuldade em subir ela, tentava não me desanimar. Me ajoelhada e rezava para o céus. Pedia para minha mãe ficar o dia todo dormindo, que não houvesse nenhum homem que tentasse me agarrar, para que as águas do poço fossem abençoadas. E pedi que se pudesse, que minha morte estivesse próxima. Após minha oração, me levantei e fiquei sentada em um dos degraus do templo por um tempo, olhando as árvores que ficam a sua volta, observava os primeiros raios de sol chegar. Suspirei, me levantei e comecei e descer os degraus. Quando cheguei no portão do hotel, abri a porta e entrei na ponta dos pés, um a um até chegar na outra casinha do hotel. Era lá a onde eu dormia, mas era também a dispensa. Atravessei as vassouras, os espaçadores e os baldes de madeira, e cheguei até o meu futon, que era um cobertor acima de palha, e meu travesseiro. Me deitei, coloquei meu lençol acima de mim, e tentei dormi. Por um tempo,continuei acordada, um pressentimento estranho caiu sobre mim. Mas, depois o sono veio e dormi. Acordei assim que percebi a clareza forte do sol sobre o estabelecimento. Me levantei, bati em minha saia, e fui em direção a porta. Quando sai, ouvi a voz de minha mãe gritando.

- Sakura! Sakura! - gritava com raiva.

Fui em direção ao seu quarto, que ficava aos fundos. Abri a porta,e a vi minha mãe na cama com as mãos em sua face, com uma expressão de puro ódio.

- O que houve minha senhora? - Perguntei a ela.

- Minha água não está aqui! Como acha que posso me preparar para o meu dia sem que eu lave meu rosto? - Gritou para mim.

- Sinto muito minha senhora, pegarei imediatamente - disse e me curvei.

- Deixarei está passar, mas a próxima, será um castigo de vara imanente! - disse.

Me curvei e agradeci. Andei até o poço que ficava no pátio do hotel. Desci o balde de água até o fundo. Ainda bem que hoje ele estava cheio. Levantei o balde depois de coletar a água, coloquei-o no chão, peguei uma concha e mergulhei na água. Paguei o prato de água da minha mãe, e despejava a água nele. Enquando realizava este processo, ouvia minha mãe gritar agressivamente. Tentei fazer o processo mais rápido, e assim que estava cheio caminhei até ela. Entrei no seu quarto,e coloquei o prato ao seu lado, me ajoelhei a sua frente.

- Aqui está minha senhora - disse.

Ela se levantou, se sentou em seu futon, e pediu que eu pegasse a sua toalha. Assim eu fiz. Paguei a toalha que estava a poucos centímetros de mim, e coloquei em minhas mãos. Ela molhava seu rosto, contornava seu rosto passando os dedos, e me pediu a toalha. A dei, e ela secou o rosto. Minha mãe me disse para eu já começar as tarefas do dia. Afirmei,e ela me dispensou após isso. Deis de sábado, havia 5 hóspedes neste hotel, e eu cuidava de tudo. Deis do trabalho braçal de cuidar da pousada, varrer, limpar, buscar água, limpar todos os futons, e também atender as necessidades dos hóspedes, o que admito que as vezes não era tão difícil assim. Como disse, a maioria eram samurais Ronin, eles saiam da pousada e passavam o dia inteiro nas florestas ou até caçando animais, ou meditavam para se conectar com os Deuses, como alguns me disseram uma vez. No fim do dia,eles voltavam para a pousada, me davam a caça para cozinhar, e todos eles iam até a casa de banho e nas fontes quentes, que ficavam no outro lado do hotel. Este hotel e uma herança milenar da minha mãe,era um dos maiores e gigantescos hotéis de toda montanha Mangako, e ainda é, mas deis que minha mãe havia assumido os negócios, já que seu pais haviam morrido e ele não tinha nenhum filho homem, e ela também não havia dito, tudo foi de mal a pior. Ela não tinha nenhuma habilidade de negócio, e deixou todo o trabalho a mim. Não quis contratar mais servos, ela nunca me disse o motivo, e eu não a questionaria. Comecei a varrer primeiro o pátio, encontrei me com um de nosso hóspedes, ele me disse que sairia, e que está seria a sua última noite. Mas que precisa de dinheiro para nós pagar, então entraria em uma luta, e se saísse vivo, iria nos dar o dinheiro.

𝐎 𝐇𝐎́𝐒𝐏𝐄𝐃𝐄 [𝐒𝐀𝐒𝐔𝐒𝐀𝐊𝐔]Onde histórias criam vida. Descubra agora